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Samurai Warriors 4-II

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

14/10/2015 17h42

"Samurai Warriors 4-II" é um jogo estranho demais até mesmo para os padrões da série "Warriors" - o que não é necessariamente ruim.

Apoiado na vasta base de "Samurai Warriors 4", o game reaproveita elementos como estágios, personagens e animações para criar uma experiência extremamente familiar, mas ainda assim diferente.

"4-II" e "4" conversam entre si como os diferentes modos de um único jogo. Nesta nova investida da Omega Force, o destaque é o engenhoso e focado modo 'Survival', que aproveita os pontos fortes da fórmula "Musou" sem encher linguiça - algo que costuma faltar na maior parte dos títulos da linha.

Introdução

Andando de mãos dadas com "Dynasty Warriors" e suas crônicas sobre a China feudal, "Samurai Warriors" reimagina o período Sengoku da história japonesa como um épico de combates em que generais têm poderes sobre-humanos.

Jogadores tomam o controle de dois generais em campos de batalha abertos. Os embates têm seus rumos determinados pelo cumprimento (ou não) de vários objetivos, que aparecem espalhados pelos mapas. Em certos momentos, é preciso matar um enorme número de soldados; no outro, ignorar inimigos e capturar uma base pode ser a estratégia mais eficaz.

No caminho, mares de inimigos desafiam os jogadores sem qualquer esperança de vitória como os 'trash mobs' de um "Streets of Rage". O real desafio da série está no encontro de iguais, já que todas as facções em campo têm seus próprios generais.

Pontos Positivos

História pessoal

Nem uma sequência, nem uma versão expandida, "Samurai Warriors 4-II" tem uma relação estranha com seu predecessor, "Samurai Warriors 4". Algumas das novidades do game anterior foram removidas, enquanto outras tomam seu lugar.

A diferença mais drástica entre os dois games está no modo história. Enquanto "4" apresentava os conflitos do Japão feudal sobre a ótica dos diferentes clãs e grupos, "4-II" prefere focar sua visão em alguns poucos personagens e, assim, oferecer versões mais intimistas das clássicas crônicas de combate.

O resultado é uma narrativa bem diferente daquela que jogadores de "Warriors" estão acostumados a receber. Ainda que a campanha acabe, por consequência de tal escolha, sendo menor que a de "Samurai Warriors 4", ela também assegura pernas próprias para suportar "4-II".

Combate metódico

Como em qualquer outro "Musou", "Samurai Warriors 4-II" permite que fãs assumam o controle de verdadeiros deuses da guerra, capazes de varrer dezenas de inimigos com um único golpe de espada.

Atravessar os campos de batalha derrotando inimigos 'comuns' continua sendo o mesmo processo repetitivo (e catártico) de sempre.

A novidade em "4-II" em relação a seus parentes próximos é que generais inimigos são muito mais reativos. A simples repetição dos combos de ataque mais básicos dificilmente terão algum efeito nos oponentes mais poderosos. Para avançar, é preciso utilizar a enorme variedade de ataques especiais diferentes de cada guerreiro a seu favor.

Modo de sobrevivência

O inédito modo 'Survival' traz um desafio de ritmo diferente até mesmo para os maiores fãs da linha "Musou".

Situado em um pequeno e claustrofóbico castelo com andares infinitos, o modo obriga jogadores a derrotar enormes quantidades de inimigos com recursos limitados. Eventuais oponentes 'misteriosos' rendem espólios de melhor qualidade.

Apesar de seu caráter interminável, o 'Survival' acaba atuando como uma forma rápida e indolor de divertir-se com "Samurai Warriors 4-II". Como cada andar tem um único objetivo e menos espaço para explorar, o combate fica em evidência.

Pontos Negativos

Reciclagem de conteúdo

"Samurai Warriors 4-II" reaproveita "Samurai Warriors 4" de todas as maneiras possíveis, reciclando tudo desde músicas, cenários e personagens até retratos de personagens e linhas de diálogos.

A prática não é incomum na série, mas deve incomodar bastante quem jogou "Samurai Warriors 4" quando ele foi lançado no fim de 2014. "4-II" tem mudanças o suficiente para distanciar-se de suas origens, mas em muitos momentos se porta como uma espécie de apêndice para seu predecessor.

Nota: 7 (Bom)