Topo

Uncharted: Golden Abyss

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

12/03/2012 19h06

Nathan Drake é o novo garoto-propaganda da Sony. Nos três games em que apareceu o resultado foi de deslumbramento do “poder do PlayStation 3”, com gráficos incríveis e uma história bem no estilo de Indiana Jones. Mas além de jogos bonitos, a série Uncharted é conhecida por trazer um personagem cativante se metendo em aventuras em locais paradisíacos e com direito a muitos tiroteios.

“Uncharted: Golden Abyss” cumpre esta tarefa no PS Vita, mas perdeu um pouco de sua magia. Um dos motivos pode ter sido a troca do desenvolvedor: o estúdio Bend foi o responsável ao invés da Naughty Dog. No fim das contas o game é bem divertido, mesmo tendo ficado muito mais fácil com o uso das novas mecânicas.

O estúdio Bend poderia ter incluído o modo multiplayer para prolongar a vida do game e ainda ter elaborado a personalidade de Marissa de uma forma melhor. Mas é a inteligência artificial que mais incomoda por dar aos inimigos o mesmo instinto de sobrevivência de uma ameba.

De forma alguma este é um jogo ruim, na verdade, ele é uma as melhores opções do lançamento do portátil.

Introdução

"Uncharted" é uma das franquias do PlayStation 3 e "Golden Abyss" criou muita expectativa, pois foi prometido trazer toda a ação dos consoles para a palma de sua mão.

"Golden Abyss" é uma aventura de Nathan Drake, o protagonista da série, que acontece antes de "Drake's Fortune". O herói vai para uma área próxima ao Panamá em busca de uma lendária cidade perdida no meio da floresta tropical.

O objetivo de Nathan, como nos demais jogos da série, é desvendar um mistério histórico e encontrar um grande tesouro. Mas claro, que as coisas não saem do jeito que ele pensa e é aí que a confusão começa.

Pontos Positivos

Novas formas de jogar

Em “Golden Abyss” você vai encontrar o mesmo Drake debochado e bem-humorado de sempre, porém um pouco mais jovem e inexperiente. Sua aventura na América Central é mais centrada e explica o motivo pelo qual ele sai caçando peças e relíquias – e sim, ele faz isso por dinheiro e nenhum outro motivo nobre.

A parte divertida é que com o Vita é possível pensar em novos quebra-cabeças, como tirar fotos de locais específicos, remontar um mapa rasgado ou passar carvão sobre uma área para descobrir desenhos secretos. Essas brincadeiras, mesmo que parecendo meio bobas, divertem e fazem o uso dos recursos extras do PS Vita e que não seriam possíveis de serem replicadas no PS3.

A forma que ele escala os obstáculos pode ser feita usando a tela sensível ao toque ou usando o controle, mas isso não interfere na diversão nem de quem está pegando o game pela primeira vez, nem de quem é fã da franquia.

Os combates também ficaram mais dinâmicos com a tela de toque e é possível fazer ataques na surdina (stealth) com apenas um toque no inimigo. Você vai até se esquecer de usar o botão quadrado para socar um adversário de tão natural que se torna usar a tela sensível ao toque.

Claro que tudo isso pode ser completamente ignorado e jogar como no PS3, só que ao tomar essa decisão o game vai perder uma das suas principais características que o tornam único.

Bem bonito

“Golden Abyss” é um dos jogos portáteis mais bonitos que você verá neste ano. Mesmo não tendo o tal poder do PS3 como a Sony clamou pelos quatro cantos do universo, a aventura de Drake é sim muito bonita e bastante consistente com aquilo que já foi mostrado na série principal.

As cachoeiras passando bem ao lado de Nathan são soberbas ou mesmo a floresta densa que pode ser vista no horizonte tem poderes hipnotizantes e que farão você ficar embasbacado por muito tempo – mas lembre-se que a bateria do PS Vita não dura muito.

O mercado negro

Existe uma opção chamada "O Mercado Negro", que pode ser acessada do Live Area  e com ela é possível compartilhar e trocar objetos, cartas, moedas e pedras preciosas com outros jogadores em conjunto com o Near. Isso pode ajudar aqueles que estão malucos por um item em especial e completar a lista em busca de um troféu.

Pontos Negativos

Não tem multiplayer

Por mais a porção multiplayer de “Uncharted” não seja realmente inovadora, ela é divertida. Menos em “Golden Abyss”, já que ela é inexistente. Isso ficou completamente de fora. Isso poderia elevar o número potencial de horas que poderiam ser gastas com o game.

(Des)Inteligência Artifical

Sério. Os inimigos não são inteligentes. Na verdade eles quase imploram para serem executados à sangue frio. Você pode praticamente correr para cima do adversário, como um louco e acabar com ele na base da porrada. Os aliados dele vão atirar à esmo e dificilmente acertarão Drake. Mesmo quando o explorador não oferece muitos riscos, os inimigos não se esforçam para cercá-lo ou fazer o jogador se esforçar de uma situação “perigosa”.

História fraca

“Uncharted” é conhecido como a série cinematográfica do PS3. Para isso é necessário uma boa trama que envolve um mistério, personagens carismáticos e coisas do tipo. A trama de “Golden Abyss” tem um alto potencial de interessa-lo, entretanto, os personagens coadjuvantes são mal estruturados e não fazem frente a outros já conhecidos, como a Cloe ou Helena.

A arqueóloga Marissa Chase é uma personagem interessante, mas ela deixa muito a desejar como companheira de aventuras do herói.

Nota: 8 (Ótimo)