Em 2005, "Age of Empires III" elevou o patamar dos games de estratégia em tempo real, com os melhores gráficos e efeitos de física já vistos, até então, em um título do gênero. Além disso, o jogo, ambientado no cenário do Novo Mundo, marcou o retorno da tradicional série, desenvolvida pela Ensemble Studios, após um hiato de seis anos, período longo demais para os fãs.
Considerando que as duas versões anteriores receberam um pacote de expansão, nada mais justo que o fato se repita com "Age of Empires III". É a deixa para "The Warchiefs", inspirado nos povos nativos das Américas, durante os séculos XVIII e XIX, época dos tumultuados eventos da Revolução Americana. Ao invés de inovar, a expansão prefere adicionar uma grande quantidade de conteúdo, de maneira a prolongar a vida útil do game.
Índio quer escalpo"The Warchiefs" introduz três civilizações inéditas: asteca, iroquês e Sioux. Os astecas possuem uma infantaria poderosa; os iroqueses são mais lentos, mas, equipados com artilharia e armamentos de cerco, tornam-se capazes de ataques devastadores; os Sioux, por sua vez, têm na cavalaria seu grande trunfo. Diferentemente das civilizações européias, que se parecem muito entre si, as nativas mostram, cada uma, um estilo bem distinto.
Com 15 missões, a campanha traz novamente à tona a família Black - em especial Nathaniel, que torra o dinheiro dos Black fornecendo apoio à Revolução Americana. Como em "Age of Empires III", a trama mistura fatos históricos com lances fantasiosos, por isso figuras conhecidas, tais como George Washington, dão o ar da graça ao longo das fases.
Na maioria das missões, o esquema não muda muito em relação ao habitual: você constrói sua base desde o início, defende-se dos ataques adversários e, uma vez devidamente fortalecido, ataca os adversários. Mas é menos repetitivo que parece, pois o jogo alterna com objetivos mais interessantes, como escoltas, defesa de pontos específicos do mapa, procura de itens etc. Não é uma estrutura muito distante da vista no original.
Embora a expansão não seja fundamentalmente inovadora, há muitas diferenças entre os nativos e os europeus. Uma das mais interessantes é a fogueira, construção que garante bônus exclusivos aos indígenas: quanto mais aldeões dançarem ao redor dela, mais recursos você têm para recrutar novas unidades ou melhorar atributos de sua nação, como os danos infringidos aos inimigos e o limite populacional.
Cada nação nativa possui um chefe de guerra, unidades poderosas que influenciam os aliados ao seu redor. Nos Sioux, por exemplo, é uma unidade montada que aumenta a velocidade dos aliados próximos, enquanto nos astecas, todos aqueles que estão perto do chefe de guerra recebem pontos de experiências extras a cada inimigo abatido.
RevoluçãoOs europeus não foram esquecidos e receberam novas unidades, edifícios e atualizações para acrescentar um tempero maior à disputa, não a concentrando somente nos nativos. Dentre as unidades mais interessantes, está o espião que, quase invisível aos olhos adversários, são capazes de roubar guerreiros alheios, dentre outras habilidades especiais.
Entretanto, a maior novidade fica por conta de uma opção chamada Revolução, disponível para todas as nações européias. Ao acioná-la, todos os aldeões são transformados em unidades militares e os bônus do baralho ("deck"), tornam-se todos bélicos também. Porém, ao optar pela Revolução, não é possível voltar atrás. Ou seja, literalmente é "matar ou morrer".
Nas partidas do modo Skirmish ou do multiplayer, há uma nova condição de vitória, na qual o jogador que está no controle metade de (ou mais) dos postos de controle, pode iniciar uma contagem regressiva, pagando um tributo em comida, madeira e ouro. Se o contador chegar a zero, o jogador vence.
Outras novidade de "The Warchiefs" incluem a adição de tribos menores - já que iroqueses, astecas e Sioux, coadjuvantes de "Age of Empires III", ganharam vida própria - e seis mapas inéditos.
Investimento garantido
CONSIDERAÇÕES
"Age of Empires III" é um game brilhante e, se um pacote de expansão simplesmente fornece uma generosa quantidade de conteúdo competente e fresquinho para ele, só há o que comemorar. A campanha dá novas formas à trama, e tanto as civilizações nativas quanto as opções e unidades inéditas para europeus renovam o pique do modo multiplayer. Por isso, aqueles que jogaram o original podem considerar "The Warchiefs" um produto simplesmente imperdível.