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Getting Up: Contents Under Pressure

24/02/2006

da Redação
O grafite, para muitos, ainda é um assunto controverso, circulando entre os conceitos extremos de ato de vandalismo e arte. De qualquer maneira, indiscutivelmente trata-se de uma manifestação da cultura urbana, bastante difundida nos Estados Unidos e cada vez mais presente em território nacional, principalmente na forma de projetos sociais.

O estilista Marc Ecko, responsável pela grife inspirada na arte dos grafiteiros, não apenas cedeu seu nome a "Getting Up: Contents Under Pressure", mas exerceu papel fundamental no processo de desenvolvimento do jogo para PC, PlayStation 2 e Xbox, na direção executiva e criativa do projeto.

O resultado? A grosso modo, um retrato interessante da cultura dos grafiteiros, mas também um jogo limitado e que apresenta erros técnicos que comprometem significativamente o conjunto da obra.

Explore, lute e piche

O protagonista da trama é o jovem Trane, um aspirante ao estrelato no universo da grafitagem, e a história é contada em forma de flashback, mostrando a saga do rapaz na cidade fictícia de New Radius. Ele não está na lista dos dez mais amados da vizinhança, em especial pelo costume em "atropelar" o grafite dos rivais - ou seja, colocar a marca dele em cima de outras.

Em especial, Trane se indispõe com a gangue conhecida como Vandals of New Radius (ou simplesmente VaNR), mas o enredo, que começa despretensioso, supérfluo e manjado, até consegue proporcionar algumas boas surpresas conforme o andamento da aventura. As tropas da CCK, a "polícia" de New Radius, são outra pedra no sapato de Trane, que freqüentemente está envolvido em confusão, como você já deve imaginar.

Basicamente, pode-se dizer que "Getting Up: Contents Under Pressure" se divide em três vertentes: explorar, lutar e pichar. São várias fases, em ambientes urbanos que remetem a uma espécie de Nova York futurista, onde todos parecem dispostos a arrumar encrenca sem muito custo.

Quanto à porção "exploração" do jogo, Trane é capaz de executar alguns movimentos que deixariam o Homem-Aranha e Lara Croft morrendo de inveja. Nenhum local parece inacessível para ele, que escala dutos pela parede e utiliza parapeitos, plantas e postes para alcançar locais em que a sua marca fique verdadeiramente exposta.

Se você sente saudade dos tempos de "Tomb Raider" (alguém sente?), essa parte de "Getting Up: Contents Under Pressure" deve proporcionar momentos nostálgicos, muito embora o andamento linear das fases não apresente grandes desafios. Se serve de consolo, ao menos os ambientes escondem vários itens, e encontrá-los faz parte dos objetivos secundários, liberando novos estilos de grafite e pontos de reputação.

Como já dissemos, Trane é um rapaz que não consegue cativar muito as pessoas, tendo sérios problemas com outros grafiteiros e autoridades. Por isso, os combates acontecem como uma freqüência incrível. Entre socos, pontapés, agarrões e provocações, as lutas são um tanto repetitivas, principalmente no início.

Pintando o sete

Com o passar do tempo, Trane aprende novos movimentos e os combos ficam mais interessantes e variados, proporcionando seqüências interessantes, principalmente quando se luta contra mais de um adversário ao mesmo tempo. Ainda assim, a técnica muitas vezes dá lugar a um frenético apertar de botões, na tentativa de quebrar a defesa do oponente e acertar um golpe certeiro.

Nas fases avançadas, os adversários ficam mais resistentes e as brigas melhores. O jogo até arrisca seus momentos de "stealth", com a possibilidade de aproximar-se sorrateiramente dos inimigos e, traiçoeiramente pelas costas, acertar um golpe certeiro e fatal com o tubo de spray.

Por fim, temos, obviamente, o grafite. O game é um amontoado de áreas urbanas e quase todas elas estão repletas de muros. Boa parte dos objetivos principais do jogo se resume a grafitar, sem poupar as marcas rivais ou até mesmo carros, por exemplo.

Mesmo que você tenha dificuldades em encontrar os locais adequados para pichar, uma espécie de "sexto sentido" do protagonista (ok, vamos deixar colocado assim) indica onde eles estão. Uma vez devidamente posicionando em frente a um grafite rival, a sua marca aparece, sobrepondo a rival; então, um timer é ativado e você brinca de pintor até preencher os espaços com tinta.

O desafio aqui é mesmo contra o tempo, ou seja, pichando sem deixar espaços em branco e sem "borrar" a marca. Qualquer uma destas falhas faz você perder pontos de reputação, que liberam novos recursos e aprimoramentos - um destes, inclusive, permite pichar mais rapidamente, o que é bom, à medida que, passado algum tempo, "grafitar" marcas e mais marcas fica um tanto quanto enfadonho.

Perdendo aqui, ganhando ali

Visualmente falando, "Getting Up: Contents Under Pressure" lembra a série "Tony Hawk", pois reproduz com sucesso o clima de ambientes urbanos, com gente decadente, carros, locais abandonados etc., mas sem se aprofundar em nenhum deles. Em outras palavras, isso significa que os gráficos são bons, principalmente pelos grafites, mas os cenários carecem de detalhes, e tanto a expressão facial quanto a própria sincronia labial dos personagens deixam muito a desejar.

A inteligência artificial chega a ser medonha em certos momentos: você pode, por exemplo, agredir um guarda e, em seguida afastar-se dele alguns metros, e vê-lo levantar e voltar ao seu posto como se nada tivesse acontecido. Enfim, falhas imperdoáveis para qualquer game de ação que se preze.

No PC, notam-se os típicos problemas da migração de um jogo característico dos videogames: resposta lenta aos comandos, freqüentes problemas com as perspectivas adotadas pelas câmeras, locais pré-determinados para salvar o jogo e poucas opções para personalizar os gráficos, por exemplo.

Por outro lado, justiça seja feita: a trilha sonora é primordial, com faixas de Mobb Deep, Del The Funky Homosapien, Pharoahe Monch e muitos outros - com direito a iPod na tela de apresentação e muitas músicas para destravar ao longo do jogo. O trabalho com a dublagem também ficou excepcional, contribuindo para dar um pouco mais de profundidade aos personagens principais.

No final das contas, "Getting Up: Contents Under Pressure" é um bom jogo, no conjunto da obra. Certamente, quem gosta dos mistos de aventura e ação tem nele um bom passatempo, mas daqueles totalmente descartáveis.

Porém, aqueles que nutriam grandes expectativas em relação ao game, a ponto de colocá-lo ao lado da série "Prince of Persia", por exemplo, podem esquecer tais comparações, pois o jogo de Marc Ecko fica muito aquém disso.

Mas, enfim, é um retrato descolado e muito válido do universo do grafite que, enquanto expressão da arte urbana, merece todo o respeito e consideração. Enquanto game, merecia mais.

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    Getting Up: Contents Under Pressure (Pc)

    69 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: The Collective
    Lançamento: 14/02/2006
    Distribuidora: Atari
    Suporte: 1 jogador
    Configuração mínima: Pentium 4 1.8GHz ou equivalente; 512MB de RAM; 3GBs de HD; DVD-ROM 6x; placa de vídeo 3d de 64MB; Windows 2000/XP
    RegularAvaliação:
    Regular

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