O mercado dos MMORPGs, sigla em inglês para RPGs online sem limite de jogadores, se divide hoje em dois grupos: o maior, liderado pelo gigante "World of Warcraft", ao lado de outros games ambiciosos (e caros) como "Lord of the Rings Online", na luta pelo grande público, e um menor, composto por dezenas de jogos mais modestos, que atendem a nichos bastante específicos. O Brasil tem uma boa gama de alternativas dentro deste segundo segmento, e "Dofus" chega para reforçar esta posição.
Pequeno notávelAs vantagens de "Dofus" são muitas: o visual, por exemplo, é bastante chamativos, lembrando desenhos japoneses, ainda que o jogo tenha sido criado por uma empresa francesa. Desenvolvido na linguagem Flash, o jogo funciona tanto no Windows quanto no Linux ou no Mac, depois de um download de pouco mais de 150mb, exigindo pouco poder de processamento. E ainda foi lançado no país totalmente traduzido para o português, com a opção de jogo gratuito.
Diante destas características, você pode pensar que se trata de um jogo simplório, o que não é verdade. A história é elaborada e gira em torno de seis ovos de dragão que podem proporcionar poderes mágicos aos seus donos, que dão nome ao game, despertando a cobiça dos aventureiros. E há muitas opções que imitam os RPGs de maior porte, com óbvias limitações.
Um exemplo é a criação de personagens, com várias classes à disposição, seguindo arquétipos clássicos do gênero, como aqueles especializados em causar dano ou outros em curar, e até alguns bem criativos, como os focados no contra-ataque. Mas há poucas opções de customização, limitando o processo apenas à escolha da cor das roupas e do nome de seu herói.
E tudo mais segue este padrão. Há profissões, guildas, personagens criados por computador responsáveis por designar missões, PVP (combate entre jogadores) e um sistema de batalhas em turnos, que lembra jogos como "Final Fantasy Tactics". Há tudo o que se pode esperar do gênero, compactado para ser jogado em qualquer configuração, sem muito compromisso. Há muita coisa a ser descoberta, duas centenas de níveis para evoluir e inimigos aos montes para serem derrotados - ou seja, é o que faz este tipo de game funcionar, além claro, da interação com outros jogadores.
Em evoluçãoAvaliar um MMORPG leva tempo e não funciona como jogos tradicionais. É preciso esperar que o jogo ganhe idade, que a economia interna se estabilize e que os próprios jogadores aprendam a desempenhar bem os seus papéis, além de pesar o quanto a produtora está se empenhando para manter tudo funcionando de maneira correta. "Dofus" ainda está em fase de testes no Brasil, o que justifica alguns errinhos na tradução, jogadores perdidos sem saber o que fazer e a dificuldade para encontrar grupos e guildas para explorar melhor o conteúdo.
Do jeito que está, "Dofus" já é bastante divertido e impressiona por conter todas as características citadas em um pacote bastante convidativo. Levando em conta seu tamanho e poucas exigências, há de se perdoar suas limitações. Mas não há como não perder algumas horas em combates contra vários inimigos que, apesar de seguirem sempre os mesmos padrões, podem dar muito trabalho quando atacam em grupo - mesmo com a interface bastante engenhosa e confortável criada pela Akama, baseada em clássicos do gênero.
CONSIDERAÇÕES
"Dofus" é um RPG online com uma proposta muito interessante: apesar de não poder ser comparado com gigantes como "World of Warcraft" ou "Everquest", reúne características fundamentais destes jogos e compactá-las em um pacote leve e divertido. Dentro do que se propõe, é um ótimo produto, que consegue prender a atenção por muito tempo graças também aos visuais bonitos e a uma fundamental tradução em português.