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Empire Earth III

16/01/2008 18h28

Para tentar escapar das convenções do gênero e conseguir algum destaque no concorrido segmento dos jogos de estratégia, as produtoras cada vez mais agregam novas funcionalidades e opções de customização em seus jogos, além de reforçá-los com gráficos modernos para encher os olhos dos consumidores. Porém, "Empire Earth III" é um raro caso em que uma franquia nada contra a maré, ignorando todos os elementos que fizeram a fama de seus capítulos anteriores e apresentando aspectos técnicos ultrapassados.

Tudo pela simplicidade

Domine o campo de batalha
Até o segundo jogo, "Empire Earth" conquistou fãs devido à sua alta complexidade. Havia simplesmente uma quantidade absurda de opções, seja de nações, especialidades, períodos históricos, unidades e até mesmo de ajustes no balanceamento. Mas com certeza tamanha diversidade também deve ter espantado muitos entusiastas do gênero, já que a mecânica da série nunca se apresentou intuitiva, pelo menos não como as de seus concorrentes diretos como "Rise of Nations" e "Age of Empires".

O que a Mad Doc fez então? Resolveu acabar com toda a complexidade, condensando as várias nações em apenas três grandes civilizações, Ocidente, Extremo Oriente e Oriente Médio no modo principal. As diferenças, pelo menos em tese, são de que a primeira tem mais recursos tecnológicos e unidades mais caras, a segunda tem um grau menor de tecnologia que é compensada pelo alto número e baixo custo de suas tropas, enquanto a terceira é mais exótica, por assim dizer, com unidades inusitadas e maior flexibilidade de opções.

Independente da civilização escolhida, o esquema funciona da mesma maneira. No modo de batalha temos o básico, com construção de bases, criação de exércitos, coleta de recursos e a conquista de novos territórios. Ao fim de determinado objetivo, surge o modo de mundo, com um mapa global estratégico no qual é possível ver a passagem das eras, fazer pesquisas e administrar ações de cunho diplomático, além de enviar espiões e traçar rotas comerciais.

Nada passa do estritamente necessário. É preciso, por exemplo, gerenciar apenas três tipos de recursos. Como é fácil manter os de matéria-prima e riqueza fluindo e não há um limite claro de construção de prédios, o desenrolar da partida se torna lento já que isso leva o jogador a gastar mais tempo incrementando suas bases do que explorando os mapas.

Armas devastadoras
O sistema de batalha também contribui para isso já que mesmo diante de uma aparente variedade, se distinguem três tipos de unidades: infantaria, longa distância e especiais. Com um exército contando com essas três forças equilibradas, é bem difícil perder qualquer batalha, já que o jogo se encarrega até mesmo de organizar a formação das unidades em campo durante os conflitos. A inteligência artificial também parece contribuir já que as tropas inimigas, na maior parte das vezes, se apresentam desorganizadas e perdidas em combate.

Assim, com batalhas pouco desafiadoras e um sistema lento, que dispõe de poucas opções de gerenciamento e evolução, "Empire Earth III" logo se torna enfadonho soa como um jogo antigo, feito há vários anos, mesmo com a opção de partidas multiplayer ou abertas no modo skirmish, que apenas dão uma pequena sobrevida ao título.

Tecnicamente ultrapassado

Os aspectos técnicos também colaboram bastante em dar um ar batido em ao título, já que não há absolutamente nada que chame a atenção, seja no aspecto visual, sonoro ou no design geral.

O áudio se resume a alguns efeitos sonoros simplórios e a frases ditas por seus soldados, algumas até bem engraçadas, mas que com o passar do tempo, diante de tamanha repetição, se tornam extremamente irritantes e criam um contraste estranho com o ar de seriedade com o qual o jogo se propõe a ter.

Unidades em combate
Os gráficos estilizados e extremamente coloridos dão a impressão de tentar esconder a pobreza com que foram criados, exibindo construções e tropas genéricas, sem personalidade e que acabam por tornar difícil sua identificação. Somente o Oriente Médio parece ter sido criado com um pouco de inspiração, mas como algumas vezes as unidades nem sempre parecem corresponder ao período histórico em que estão inseridas, toda a apresentação do jogo parece bizarra.

Há, no entanto, alguns bons efeitos de clima e durante o combate, como explosões, mas que não conseguem desviar as atenções das animações truncadas e dos cenários repetitivos. E chega a ser surpreendente que, para gerar visuais tão antiquados, o jogo se apresente pesado em vários momentos, mesmo em máquinas de ponta capazes de rodar bem títulos muito mais impressionantes tecnicamente como "Crysis" ou "Call of Duty 4".

Nota: 5 (Medíocre)