Não é exagero dizer que "FIFA" trouxe o futebol à cena principal dos jogos eletrônicos. Desde que foi lançado em 1994, suas edições anuais não deixaram de aparecer com diferentes novidades: dribles, jogadores, estádios e times. Mas a pergunta na boca do consumidor continua: vale a pena atualizar esse ano?
Replay instantâneoLogo que se começa a jogar, a impressão é que "FIFA 2005" é uma expansão da versão anterior. Apesar da mudança sonora e estética, a base do jogo se apresenta bem similar à edição "2004". Mas uma vez que as chuteiras são colocadas, algumas novidades são reveladas: a nova jogabilidade parece buscar um equilíbrio entre o estilo arcade e o simulação precisa, algo que deu fama à série "Winning Eleven" ("Pro Evolution" na Europa); aquele toque mágico que a produtora Konami consegue carregar sem imitações há anos.
Essa mudança cai como uma luva e atende muitas das necessidades dos fãs, provando que a dinâmica de jogo em "FIFA" continua sendo aprimorada a cada ano. Os passes estão mais rápidos, os chutes melhores - se você não calibrar o dedo pode facilmente mandar a bola para a torcida. A precisão dos cruzamentos e lançamentos continua boa, mas parece haver um exagero no pé de alguns pontas que não têm noção de onde mandam a pelota.
O ponto fraco de "FIFA 2005" fica com a zaga, que além de marcar de forma pouco natural ainda se prova ineficiente para alguns dos lances mais simples. Para o jogador iniciante, sair jogando com a bola nos pés pode ser um desastre, o que transforma algumas partidas em um festival de chutões.
Os jogadores mais experientes vão apreciar a nova opção, chamada de Primeiro Toque. Ela permite um domínio melhor de bola quando botões são pressionados no momento certo. Sincronizar as mãos com os pés dos atletas é, agora, ainda mais essencial.
Para quem adora customizar, o simulador oferece o "Centro de Criação". Ele permite criar e alterar desde simples jogadores e times até campeonatos. Sem contar com um torneio exclusivamente brasileiro, que acontece pela primeira vez em toda a história da série. São 16 times nacionais: Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Caetano, São Paulo, Vasco e Vitória.
Futebol é ArteVisualmente, "FIFA" não decepciona e apresenta efeitos competentes. Os uniformes e campos são reproduzidos de forma fiel e fazem qualquer jogador se sentir no calor de uma partida. Mas quando a câmera se aproxima, essa ilusão desaparece: os modelos dos jogadores são feios e mal construídos, apesar de tentar oferecer bonecos exclusivos para cada jogador real.
Como na edição anterior, a trilha sonora aumenta o clima festivo. A edição 2005 traz diversas músicas que fazem a cabeça do mundo pop. Como de praxe alguns brasileiros entraram na roda: Marcelo D2 e Ivete Sangalo representarem o Brasil com suas melodias, ao lado do menos conhecido Inverga + Num Kebra. A torcida não sofreu nenhuma alteração notável e atua como uma massa gritalhona e amorfa.
Chuteira de escolha
CONSIDERAÇÕES
Como na vida real, na qual torcedores defendem a camisa do time do seu coração com unhas e dentes, as séries "FIFA" e "Winning Eleven" dividem opiniões. A favor de "FIFA" estão uma versão oficial totalmente em português e qualidade comprovada nas partidas online. Quem gosta da série encontrará diversos motivos novos para sua a camisa em campo, porém, quem prefere bater uma bolinha no simulador da Konami, ou não agüenta ver nem o verde do gramado, provavelmente não será fisgado nesse ano.