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Gauntlet 2014

Victor Ferreira

do Gamehall

06/11/2014 15h25

Com objetivo de trazer o mesmo estilo e sensação do clássico dos arcades, o novo “Gauntlet” da Arrowhead Studios tem personalidade e jogabilidade divertida e diferente, com cada personagem sendo completamente único em termos de jogabilidade.

Infelizmente, o jogo sofre com pouca variedade em suas fases, seguindo um template similar em cada um de seus mundos até os chefes. Combinado com o matchmaking pobre (ou inexistente, em momentos do dia) e este é o tipo de jogo que só pode ser aproveitado com amigos.

No fim, “Gauntlet” pode até satisfazer com mecânicas simples, mas a curta duração e repetição constante acabam influenciando negativamente o produto final. É o típico jogo comprado durante uma venda no Steam, aproveitado por algumas horas, e prontamente esquecido na Biblioteca.

Introdução

Procurando reviver propriedades clássicas, a Warner Bros. Interactive lançou uma nova versão do clássico dos arcades “Gauntlet”, agora desenvolvidos pelo Arrowhead Games Studios, de “Magicka”.

Um dos pioneiros do multiplayer cooperativo, o primeiro “Gauntlet” ficou conhecido pela possibilidade de ajudar ou prejudicar seus companheiros, e sua influência é sentida até hoje neste tipo de game.

Desde então, porém, jogos utilizaram os conceitos de “Gauntlet” para criar novas e diferentes experiências - como visto na própria franquia, com “Gauntlet: Dark Legacy”. E o novo título não traz grandes novidades.

Pontos Positivos

Jogabilidade diferente para cada personagem

O elemento mais digno de nota no jogo é a diferença marcante e significativa entre cada um dos quatro personagens jogáveis, cada um com habilidades únicas e especiais baseadas em sua “classe”.

O guerreiro, por exemplo, com visual inspirado em Conan, o Bárbaro, é um combatente de curto alcance com seu machado, sendo capaz de atordoar inimigos com uma corrida. Já a valquíria é capaz de perfurar vários inimigos alinhados com sua lança, e lançar seu escudo ao melhor estilo Capitão América.

O elfo e o mago se destacam por seus ataques a distância, e o último, em especial, por ter ataques similares ao sistema encontrado em “Magicka”. Já o elfo tem jogabilidade similar ao primeiro “Gauntlet”, com ênfase no arco e flecha.

Tudo isso dá um tom único a cada personagem, e um estilo preferencial para cada jogador.

Divertido com amigos

Sendo um jogo com ênfase na cooperação entre os personagens, “Gauntlet” é uma experiência que funciona melhor ao combinar com um grupo de amigos, seja para vencer um chefe desafiador ou simplesmente para ferrar a vida um do outro.

Em geral, os chefes podem ser derrotados por um só jogador, mas as táticas necessárias para derrubá-lo, assim como os vários inimigos que o cercam, tornam a tarefa muito difícil de ser completada solo. Além disso, com mais cabeças e perspectivas diferentes, é possível descobrir alguns dos segredos presentes nas fases - que não são mistérios insolúveis, mas podem ser ignorados facilmente.}

E, para os sádicos de plantão, há um certo prazer sombrio em destruir o peru assado que seu companheiro precisa para garantir sua sobrevivência na fase. Sim, isto vai afetar o seu desempenho no final, mas…

Pontos Negativos

'Matchmaking' público problemático

Infelizmente, caso não tenha amigos disponíveis para participar de partidas, o sistema de 'matchmaking' não parece ser particularmente bem elaborado, em geral procurando o primeiro jogador que apareça na lista de lobbies disponível.

Isto acabou me levando, por exemplo, a entrar em um grupo que imediatamente seguiu para a batalha final armados até os dentes, enquanto minha pobre valquíria de nível 5 serviu como saco de pancadas.

O processo de encontrar um grupo de quatro também acaba sendo longo e entediante - por questões de servidor ou popularidade do jogo, é difícil dizer. O ponto é, tenha três amigos interessados caso queira aproveitar o game.

Repetitivo

“Gauntlet” possui três mundos, cada um composto de quatro fases diferentes. Todas tem essencialmente o mesmo formato: No primeiro nível, o jogador deve resolver quebra-cabeças e derrotar inimigos para chegar ao fim; Já o segundo traz uma fase com cenários gerados randomicamente; e, para terminar, há uma arena em que todos os inimigos devem ser eliminados. A única exceção é a última fase, reservadas para os chefes.

Sim, o tema varia de mundo para mundo: Nos segundos níveis do primeiro mundo, os jogadores são perseguidos pelo espectro da morte; Já o segundo mundo traz um labirinto sem iluminação; e o terceiro é composto por áreas sob constante rajadas de magma.

O problema é que você ainda tem que atravessar por estas mesmas áreas nove (ou mais) vezes, e elas não trazem nada de novo o suficiente para não se tornarem entediantes.

Conteúdo solo fraco

Há jogos com foco cooperativo que podem ser jogador solo sem grandes problemas. “Gauntlet” não é um deles. Cada fase possui tantos inimigos em cada encontro que o combate acaba se tornando cansativo e tedioso.

Também fica claro que o design das fases não foram elaborados com uma só pessoa em mente, fazendo os estágios acabarem durando um pouco demais para uma sessão solo. Os chefes também tem muita energia e outros inimigos que o cercam, dificultando a tarefa de derrotá-lo sem a presença de um companheiro para a luta.

É certamente possível jogar e vencer todas as fases de “Gauntlet”, especialmente com certos itens equipados, mas a melhor experiência é certamente com outros - especialmente jogando com amigos.

Nota: 6 (Razoável)