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King Kong

22/12/2005

da Redação
Nos dias atuais, com a aproximação cada vez maior entre a indústria dos jogos eletrônicos e a de Hollywood, existe um esforço contínuo para tentar reverter a imagem de que games baseados em filmes, salvo raríssimas exceções ficam bastante aquém do esperado (para não utilizar adjetivos piores).

Você sabe: há muito dinheiro envolvido nisso. Por isso, hoje produtores, roteiristas e outros profissionais de ambas as áreas costumam trabalhar juntos para garantir que a experiência do jogo seja tão bacana quanto a da telona. Nem sempre isso dá certo - vide os irmãos Wachowski, com "Matrix" e suas péssimas experiências com games - mas Peter Jackson, diretor, roteirista e produtor da refilmagem de "King Kong" prova que, quando bem explorada, a fórmula pode valer a pena.

Não é à toa que o título completo do jogo é "Peter Jackson's King Kong - The Official Game of the Movie". A Ubisoft realizou um trabalho digno de aplausos adaptando o longa-metragem em versões para PC, GameCube, PlayStation 2 e Xbox - além de outras para Xbox 360, Game Boy Advance, Nintendo DS e PSP, não cobertas por esta análise. Como se pode perceber, o aproveitamento, em termos de plataforma, foi total.

Seis horas inesquecíveis

Em curtíssimas seis horas de jogatina (em média), o game coloca você na pele do roteirista Jack Driscoll e na do próprio King Kong. Mas, antes de nos aprofundarmos no estilo de ambos, vamos falar sobre a trama, ambientada em 1933: Driscoll foi contratado por Carl Denham para trabalhar em seu próximo filme e, junto com um punhado de gente - incluindo o próprio Denham e a bela atriz Ann Darrow - embarca em uma arriscada viagem para a Ilha da Caveira (Skull Island), lar supostamente inabitado de uma civilização perdida.

Porém, logo na chegada ao inóspito local - altura na qual você já está no comando de Driscoll, após assistir à abertura que mescla cenas do filme -, uma tempestade coloca praticamente tudo a perder, vitimando o primeiro infeliz da tripulação. Mas, este é apenas o começo.

A situação, no entanto, começa a se desenhar: o boçal, mas divertido, Denham está preocupado apenas em filmar tudo o que se passa para conseguir seu precioso e lucrativo filme, enquanto Ann e o Denham arriscam uma aproximação unidos por uma certa empatia, mas principalmente pelo instinto de sobrevivência. Ao longo da aventura, os personagens ainda vão se separar e reencontrar muitas vezes.

Basta o jogo começar para se envolver com o clima cinematográfico, e assim é até o final. Trata-se de um jogo curto, extremamente linear e "scriptado", mas ainda assim divertido e recompensador. As seqüências de ação quase não dão descanso ao jogador, que poucos minutos após o acidente com o bote já correu por cavernas estreitas, empurrou alavancas para abrir misteriosas portas e enfrentou as primeiras ameaças da ilha.

Na selva sufocante, com a chuva intermitente e os animais (que mais parecem versões extremamente pioradas de caranguejos, morcegos, aranhas, escorpiões, salamandras etc), Driscoll só pode carregar uma arma por vez. Não existe "hud" ou qualquer medidor aparente na tela, tudo para fazer com que você seja envolvido por completo no clima do jogo (ou filme?).

A saúde do personagem segue um esquema similar ao do pouco realista "Call of Duty 2": ao ser atingido por um inimigo, a visão fica vermelha e o ritmo do jogo desacelera por alguns segundos. Caso você seja atingido novamente nesse estado, o personagem morre. Mas, se conseguir passar ileso por estes instantes, tudo volta ao normal.

Sequer existe um marcador de munição: é Driscoll que avisa, cada vez que você recarrega a arma, quantos cartuchos ou balas restam. Por sinal, é possível carregar apenas uma arma por vez e elas não variam muito das tradicionais pistola, escopeta, rifle de precisão e metralhadora. A munição é encontrada em raras ocasiões - uma alma caridosa sobrevoa a ilha em um avião jogando caixas com provisões, enquanto não consegue pousar, por causa da tempestade.

Por isso, as armas encontradas pela ilha, como lanças e pedaços de ossos, são de suma importância. Em primeiro lugar, porque são muito mais fáceis de serem encontradas e raramente acabam. A lança, por exemplo, pode ser atirada contra um animal e basta apanhá-la de novo. E por aí vai.

Não é raro ter que usar as armas fornecidas pela natureza para resolver quebra-cabeças e seguir em frente. A lança, com fogo na ponta, além de mais efetiva nos ataques, incendeia em alguns tipos de vegetação que atravancam a passagem.

A lei do mais forte

A cadeia alimentar, uma boa e oportuna idéia da Ubisoft, dá margens a novos e mais requintados quebra-cabeças: na selva de "King Kong", os predadores sempre procuram uma presa fácil. E, para que você não seja esta, nada melhor que manipular as coisas e tirar vantagem delas, certo?

Os corpos atraem os predadores das redondezas e você pode, com a ajuda da lança, fazer "espetinhos" de libélulas gigantes, larvas ou rastejadores, e atirá-los em locais estratégicos para distrair os inimigos, enquanto você foge do local.

Com o passar do tempo, os oponentes aumentam tanto em quantidade quanto em tamanho. Até dinossauros entram na dança, começando pelos ágeis venarosaurus que, para piorar, gostam de andar bando. Mas é o T-Rex a mais poderosa de todas as ameaças de "King Kong", tanto que só mesmo o símio de sete metros é capaz de matá-lo. A Driscoll, resta apenas o recurso já citado de distrair e correr.

Tanto a selva quanto os animais que nela habitam são extremamente convincentes, e não apenas pela pequena jóia que é o visual do game, mas pela própria fidelidade da movimentação. Impossível não se arrepiar quando o venarosaurus te olha nos olhos e deixa de devorar um animal para correr atrás da carne mais fresca (sim, a sua).

Mesmo as salamandras, morcegos e outros inimigos se comportam de maneira tão convincente que você passa a se sentir apenas parte da floresta, e não o centro das atenções. A variedade de vegetação e as folhas balançando ao vento contribuem decisivamente para a imersão do jogador.

Tamanho é documento

São poucos os momentos em que se joga como King Kong, mas eles valem muito a pena. A visão muda basicamente para a terceira pessoa, mas há muitas tomadas cinematográficas que ajudam a mostrar o símio e toda a sua pujança.

A variedade de movimentos também não é das mais pródigas, mas depois de sofrer na floresta com Driscoll, é recompensador assumir a pele do macaco e simplesmente passar por cima de tudo, escalando, pulando e desbloqueando os obstáculos facilmente. O único inimigo que realmente faz frente a King Kong são os T-Rexs, que rendem belas brigas.

Além de executar alguns combos, é possível também "finalizar" o dino abatido, com um golpe "quebra-queixo" fatal. E quando você acha que chegou ao máximo, descobre que é possível fazer Kong entrar em um modo Fúria, quando ele bate no peito com as mãos e sua força fica ainda mais avassaladora.

Assim como Driscoll no começo do jogo, King Kong tem o prazer de ter a bela Ann consigo (ainda que contra a vontade desta). Com ela nas mãos, os golpes do macacão ficam limitados, então é preciso largá-la para lutar de forma completa. A segurança da moça merece atenção, até porque alguns quebra-cabeças só podem ser solucionados com sua ajuda.

Coisa de cinema

Justiça seja feita: a trilha sonora de "King Kong" é algo próximo à perfeição. Coisa de cinema, literalmente. Andando entre a vegetação, o que se houve é apenas o protagonista arfando de cansaço, mas quando aparece um inimigo, a música dá o tom à ação. Tudo minimamente calculado. Para completar, a dublagem de cada personagem é simplesmente excepcional, à altura do que merece um game baseado em uma aventura épica como esta.

Os gráficos não ficam muito atrás. É bem verdade que não são revolucionários ou inovadores, mas a precisão na recriação das vegetações equipara-se a "Far Cry", embora os ambientes em "King Kong" sejam mais fechados. Os efeitos visuais da chuva, das nuvens e relâmpagos são de impressionar, e até as expressões faciais convencem.

Se você não tem um Xbox 360, mas possui um PC de última geração e um cartão de crédito internacional, pode ir até o site oficial de "King Kong" e comprar a edição "Gamer's Edition" que, com mais de 5GB (o game convencional tem pouco mais de 1,5GB), levam os gráficos às últimas conseqüências. O mínimo para rodar a versão é um Pentium 4 3.0GHz, 2GB de RAM e uma placa de vídeo 3D com 256MB e suporte para Pixel shader 3.0 e Vertex shader 3.0.

"King Kong" é curto, praticamente descartável. São poucas horas de jogo, mas que horas bem aproveitadas. Apresenta algumas inovações, como a da cadeia alimentar, e faz da linearidade uma aliada, com desafios criativos e uma fórmula que não tenta simplesmente copiar o conteúdo da telona, e sim complementá-lo.

Além de extras, o game traz ainda um final alternativo: para vê-lo, é preciso terminar "King Kong" e passar novamente por alguns mapas até conseguir 250 mil pontos. Não vamos contar o final aqui, mas ele é diferente do desfecho do filme, o que por si só já faz com que valha a pena.

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    King Kong (Pc)

    97 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Ubisoft
    Lançamento: 21/11/2005
    Distribuidora: Ubisoft
    Suporte: 1 jogador
    Configuração mínima: Pentium 1GHz; 256MB de RAM; Placa 3D com 32MB; DirectX 8.1c; Windows 98/2000/ME/XP
    Outras plataformas: DS PSP X360 GB GC PS2 XB
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    Tamanho: 289MB

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