Topo

Lara Croft and the Temple of Osiris

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

26/12/2014 14h00

"Temple of Osiris" é uma boa sequência para "Lara Croft and the Guardian of Light": um jogo de ação visto do alto, que remete mais aos games de uma época mais antiga, onde o mero desafio de resolver puzzles e abater inimigos em catacumbas era o bastante para animar os jogadores, sem a necessidade de  uma trama envolvente e personagens dramáticos como o último "Tomb Raider".

O game é uma aventura cooperativa estrelada por uma Lara Croft que lembra mais a exploradora do PSOne do que a jovem em apuros dos jogos atuais. Lara é acompanhada pelo rival arqueólogo Carter Bell e os semideuses egípcios Horus e Isis. Manipulando pistolas, artefatos mágicos e um gancho de escalada, o quarteto explora os mistérios - e perigos! - do templo de Osíris.

"Lara Croft and the Temple of Osiris" é uma aventura descompromissada e divertida, especialmente quando jogada com os amigos.

Introdução

A aventureira Lara Croft e o rival Carter Bell exploravam o museu nacional do Egito quando, por acidente, libertaram o deus Set de uma prisão milenar. Para impedir que a divindade egípcia desconte a raiva de passar tantos séculos aprisionado sobre a raça humana, os semideuses Isis e Horus se unem aos arqueólogos e partem para o Templo de Osiris.

O enredo não é o forte de "Temple of Osiris", mas serve de desculpa para a exploração isométrica de uma série de masmorras cheias de tesouros, perigos e quebra-cabeças que remetem aos "Tomb Raider" de antigamente, além de ação cooperativa caprichada.

Pontos Positivos

Diversão sem compromisso

Assim como nos "Tomb Raider" do passado, em "Temple of Osiris" Lara Croft é uma aventureira profissional que passa o tempo resolvendo puzzles intrincados em catacumbas misteriosas e atirando em inimigos não muito espertos. Aqui, porém, a visão é isométrica - aquela câmera posicionada meio no alto, meio de lado, como em "Diablo" e outros jogos do gênero.

O game traz algumas novas mecânicas em comparação ao título anterior, "Lara Croft and the Guardian of Light", de 2010. A mocinha e o rival Carter contam com um gancho de escalada, que permite alcançar pontos distantes, fazer rapel para coletar tesouros e subir em paredes que seriam impossíveis de outra maneira.

As fases do jogo não são muito compridas, mas oferecem uma boa variedade de situações, alterando entre puzzles, combates, armadilhas, sequências de demolição (afinal, não seria um jogo com arqueólogos e ruínas se você não precisasse fugir enquanto o lugar desaba de vez em quando, certo?) e assim por diante.

"Temple of Osiris" não tem puzzles de arrancar os cabelos, escolhas morais ou um roteiro dramático e inesquecível, mas aposta em boas horas de diversão sem compromisso, especialmente se você jogar acompanhado pelos amigos.

Ação cooperativa

É possível jogar "Temple of Osiris" apenas com Lara Croft. O game altera alguns puzzles e garante que a aventureira tenha todos os itens necessários e não fique presa por culpa da solidão. Mas essa não é a melhor forma de aproveitar o game.

"Temple of Osiris" aceita até 4 jogadores em modo multiplayer local ou online. Jogando assim, cada tipo de personagem conta com um equipamento especial, como o gancho de escalada de Lara e Carter e o bastão de luz dos semideuses. É preciso atuar em conjunto para resolver quebra-cabeças e interromper armadilhas.

Jogando com mais pessoas, "Temple of Osiris" adapta alguns puzzles para que a resolução seja feita em equipe. Assim, mesmo que alguém do grupo já tenha finalizado o game sozinho, ainda vai se deparar com surpresas quando jogar com os amigos. Isso é muito notável nos desafios bônus disponíveis ao final de cada fase.

Pontos Negativos

Repete idéias de "Guardian of Light"

Infelizmente, veteranos de "Guardian of Light" vão reconhecer muitos dos desafios de "Temple of Osiris", como um labirinto de espelhos que precisa ser ajustado utilizando um raio de luz, pedras que precisam ser empurradas sobre placas de pressão e por aí vai. Os puzzles de "Guardian of Light" já não eram exatamente originais, mas era de se esperar mais criatividade em uma continuação lançada 4 anos depois.

Mesmo parecidas demais com "Guardian of Light", as armadilhas e puzzles de "Temple of Osiris" têm um certo charme nostálgico, lembrando os jogos mais antigos de "Tomb Raider" e outros clássicos de aventura. E, vale dizer, são divertidos de resolver.

Evolução e equipamentos

O único elemento original de "Temple of Osiris" é o sistema de equipamentos. Lara e os colegas contam com inventários onde podem equipar objetos encontrados durante a aventura, como em um RPG. Esses objetos garantem alguns bônus para os personagens. Por exemplo, ao equipar um anel mágico em Lara Croft, a personagem ganha um pequeno bônus de resistência contra venenos. Outro item pode aumentar um pouco a quantidade de munição da pistola. Diferentes armas também podem ser selecionadas a partir daí.

A idéia é bacana e acrescenta um mínimo de personalização ao game, mas na prática, os itens especiais, como anéis e amuletos, nunca parecem fazer tanta diferença assim. No fim das contas, o sucesso na aventura depende mais da habilidade do jogador do que dos itens equipados pelos personagens.

Nota: 7 (Bom)