Depois de produzir "Medal of Honor: Allied Assault" para a Electronic Arts, a equipe da 2015 migrou para baixo das asas da Vivendi e deixou para trás a Segunda Guerra Mundial e decidiu encarar os polêmicos confrontos do Vietnã.
Nova guerra, novo jogoA mudança é brutal e imediatamente reconhecível: o tema glorioso e heróico da Segunda Guerra é substituída pela confusão, corrupção e contradição da presença americana no Vietnã. Os protagonistas seguros de si são trocados por jovens inexperientes. As missões organizadas e planejadas dão lugar a incidentes imprevisíveis e situações moralmente criticáveis. É uma experiência totalmente diferente.
Na tentativa de aumentar o realismo da simulação, a 2015 adicionou duas mudanças importantes na fórmula do game. A primeira delas é a necessidade de apoiar uma arma para mirar: é preciso ficar parado e perder algum tempo empunhando o rifle da maneira correta - sob pena de tiros sem a mira precisa do mouse. A segunda é a capacidade de parar para estancar sangramentos, diminuindo a perda de energia (o que seria mais interessante se itens de recuperação de energia não pudessem ser encontrados ao revistar corpos de inimigos derrubados).
Perdido na multidão"Men of Valor" oferece uma campanha longa, com um grau aceitável de diversidade e capturando o espírito desse complexo conflito. Em especial, a recriação das selvas do Vietnã merece destaque. Mas o game falha em se destacar dos demais - ele não traz nada inédito à mesa, e certamente não oferece o mesmo refinamento de "Medal of Honor".
Aliás, o software apresenta claros sinais de ter sido lançado antes da hora: inteligência artificial precária (tanto dos inimigos como dos colegas), animações problemáticas e uma falta geral de realismo e acabamento não deixam dúvidas. O sistema de salvar progresso automaticamente promete frustrar muita gente, especialmente ao descobrir, surpreso, que alguns desses são apagados se você sair do jogo.
CONSIDERAÇÕES
Mas mesmo com seus defeitos, "Men of Valor" consegue oferecer diversão. Algumas opções multiplayer ajudam a longevidade do game, mas não fazem milagres. Alguns meses extras na prancheta poderiam fazer dele um clássico - mas da maneira como está, ele pode se perder na enxurrada de simuladores de guerra.