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Star Trek: Legacy

05/02/2007

FABIO PANCHERI
Da Redação
Todo Trekker assumido fica decepcionado ao ver que "Star Trek" está anos-luz atrás de "Star Wars" nos games. Claro, ajuda ter uma competente LucasArts na produção de cada projeto. "Star Trek", ou "Jornada nas Estrelas", passou pelas mãos de várias produtoras ao longo dos anos e viveu mais baixos do que altos, mesmo tendo mais em enredo que o universo criado por George Lucas. Antes de algum Jedi empunhar seu sabre de luz, aí vai a explicação: "Star Trek" tem 40 anos de vida, cinco seriados de TV e dez longa-metragens para o cinema.

Lançado pela Bethesda, que ganhou fama com o premiado "Elder Scrolls IV: Oblivion", "Star Trek: Legacy" comemora as quatro décadas da franquia. Mas não espere ir aonde o homem jamais esteve. Ao invés de explorar o espaço em busca de novas formas de vidas e civilizações, o jogador enfrenta um universo hostil e, no comando das três gerações da Enterprise, precisa guiar uma frota estelar através de quinze missões ou se arriscar contra borgs, romulanos e klingons nas modalidades multiplayer. Longe de ser brilhante, a versão para Xbox 360 cumpre a missão de agradar os fãs. Já o jogo para PC, nem isso.

Três eras, cinco capitães

O modo história agrupa as séries "Enterprise", "Star Trek" do capitão Kirk e "A Nova Geração" em um enredo que envolve uma bizarra aliança entre borgs e uma cientista vulcana. Cada era traz a voz de seu respectivo capitão. Kathryn Janeway, da "Voyager", e Benjamin Sisko, da "Deep Space Nine", também fazem ponta. Se o enredo não vale para o legado oficial da franquia, ao menos serve para reunir os cinco capitães. Para quem assistiu às séries e aos filmes, as vozes originais empolgam mais que a história. Já os combates rendem emoções para todos.

A aventura começa com Archer no comando da NX-01. Logo, outras naves vêm ao socorro. O jogador controla até quatro naves, podendo dar ordens individuais ou a toda a frota. "Star Trek: Legacy" é um jogo tático. Não espere desferir bancos feisers e torpedos fotônicos como um Rambo espacial. Há um tempo de espera entre um disparo e outro, que varia conforme a condição da nave. Alterar entre velocidade de impulso e dobra espacial também não é instantâneo. Resumindo, a estratégia geralmente define o sucesso ou fracasso de uma missão.

As naves também oferecem ajustes que não chegam a ser determinantes, mas facilitam missões mais específicas. O jogador pode transferir toda a força para escudos, motores ou armas. Sob fogo cerrado, pode ainda priorizar reparo no casco, sensores ou escudos. No Xbox 360, a curva de aprendizado não chega a ser longa, mas como a ação se dá logo nas primeiras missões, requer um pouco de treino. No PC, ajustar câmera chega a ser um pesadelo, sem contar as inúmeras vezes que a nave não responde como solicitado. Cada missão dura em média 30 minutos sem direito a "checkpoints". Um deslize e é necessário recomeçar tudo do zero.

Concluindo uma era, o jogador é arremessado para o futuro e a NX-01 dá lugar a Enterprise de Kirk e posteriormente a de Picard. Estranhamente, as demais naves e capitães da frota da era anterior permanecem na transição - para quem não é familiarizado, mais ou menos um século separa uma geração e outra. Nada é de graça no universo de "Star Trek" e para trocar as naves sucatões é preciso conquistar pontos de comandos, que são ganhos conforme o seu desempenho em cada missão.

Espaço em duas dimensões

Seja na versão para PC ou Xbox 360, a modelagem 3D das naves de "Star Trek: Legacy" impressionam. Em batalhas agitadas, o visual reproduz o clima dos duelos épicos dos episódios. O mesmo não vale para os efeitos visuais. Ver uma gigantesca estação espacial se desmanchar em meia dúzia de blocos chega a ser deprimente. Não é raro também a nave colidir com outra sem nenhum dano ou, pior, ver sua parte do disco dentro de um asteróide. Mas na soma entre belos modelos 3D, boa trilha sonora e pequenos defeitos, "Legacy" se enquadra na nova geração. Além disso, grande parte da ação se dá na tela de comando, no velho e bom 2D.

Em algumas missões, não é preciso se perder na imensidão do espaço. A tela de comando - um mapa estratégico plano com a posição de aliados, amigos e objetivos - é o local ideal para montar sua estratégia. É possível até mesmo disparar feisers e torpedos, no entanto, o "espaço real" oferece mais opções para selecionar alvos inimigos e controle das funções das naves. Outra desvantagem da tela de comando é que essa reproduz muito bem os planos X e Y, mas é péssima para calcular a terceira dimensão. Em uma das missões, por exemplo, deve-se rebocar um canhão da federação para defender um planeta. Por mais que o jogador indique a posição corretamente na tela de comando, o objetivo não aparece como cumprido. Nesses casos, o melhor a se fazer e alternar para o 3D, mirar a nave para o ponto indicado e conduzi-la manualmente.

"Star Trek: Legacy" tem seu leque de opções multiplayer. O modo skirmish permite criar uma batalha contra o computador entre Federação, klingons, borgs e/ou romulanos de qualquer era. Mas os combates mais acirrados se dão com pessoas reais na Xbox Live. Até quatro duelam online numa arena bem diferente da de "Gears of War", onde se proteger bem é o segredo da vitória. A tela de comando mostra a posição de cada nave amiga e inimiga no combate, e como no modo missão, a estratégia pesa alto. Mais uma vez, a versão para Xbox 360 se destaca. Enquanto no videogame encontrar um adversário é uma tarefa fácil e as partidas fluem estáveis, o modo online chega a ser frustrante no PC, com partidas travando ou sequer começando. De qualquer forma, tanto o modo skirmish como o multiplayer online, tentam aumentar a vida útil do jogo.

CONSIDERAÇÕES

Para um jogo comemorativo das quatro décadas do seriado, ao menos na versão para Xbox 360, "Star Trek: Legacy" vai além, oferecendo combates intensos e um multiplayer competente, mas longe de ser viciante. Para trekkers e admiradores casuais do universo "Jornada nas Estrelas", as vozes dos atores principais dos cinco seriados é um presente e tanto. Tirando o apelo emocional, trata-se de um jogo mediano, que balança entre a diversão e decepção, recomendado somente para quem aprecia o gênero e a ficção científica. Uma pena que a versão para PC não teve o mesmo polimento.

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    Star Trek: Legacy (Pc)

    65 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Mad Doc Software
    Lançamento: 05/12/2006
    Distribuidora: Bethesda Softworks
    Suporte: 1-2 jogadores, multiplayer online
    Configuração mínima: Pentium 4 2.66 GHz ou equivalente; 512MB de RAM; placa aceleradora 3D com 128MB; Windows XP
    Outras plataformas: X360
    RegularAvaliação:
    Regular

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