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The Sims 3

CLAUDIO PRANDONI

11/05/2011 14h32

Pontos Positivos

Bom uso das funções do 3DS

Pela primeira vez a série “The Sims” conseguiu se aproveitar das características de um portátil. Diferente do que se viu no Nintendo DS convencional, com personagens que não pareciam humanos e poucas opções divertidas, a versão para 3DS enfim utiliza bem a tela sensível, possibilitando ao jogador controlar todo o cenário com poucos toques e ainda enxergar a tela superior sem as várias tabelas e textos que atrapalhavam as outras versões de consoles e PC. Editar o ambiente com o simples uso da caneta stylus, clicando e arrastando os móveis, é pratico e muito eficiente.

Logo no início do jogo é possível utilizar a câmera interna do portátil para tirar uma foto e modificar o rosto do personagem, de forma simples e opcional. O resultado é divertido e quase sempre funciona bem, assemelhando muito a aparência do jogador com a sua criação. Os gráficos em três dimensões dão uma boa sensação de profundidade, mas este recurso torna-se inútil com pouco tempo de uso, já que o próprio estilo de “The Sims” não colabora para a novidade.

Agrada novatos e veteranos

Os engraçados personagens e seus gestos marcantes que exprimem seus desejos e sentimentos permanecem intactos com a mudança de plataforma. Novos jogadores serão facilmente contagiados pelo estilo único que mistura o ridículo e o engraçado, enquanto os mais experientes se sentirão em casa e poderão se divertir mais uma vez, mesmo com a existência de apenas um arquivo de save para gravar toda a confusão da vida de um Sim.

Pontos Negativos

Repetição prejudica a diversão

Com o desenrolar da história, o jogador acaba se deparando com algumas necessidades repetitivas demais de seu personagem, como náuseas ou fome e sede durante pequenas tarefas. O problema não é perceptível à primeira vista, mas dividir essas irritações entre os vários trabalhos que o Sim deve executar após algumas horas de jogo diminui a diversão e torna a experiência monótona.

 

Assim como ocorre em outros títulos da série, os eletrodomésticos geralmente quebram, obrigando o jogador a passar boa parte do dia assistindo ao seu personagem consertá-los. Dessa vez parece que o problema foi acentuado e muitas vezes será preciso interromper qualquer atividade divertida para resolver a situação.

Apenas um arquivo de save

Notícia ruim para veteranos: a versão de “The Sims” para Nintendo 3DS possui apenas um arquivo para armazenar os dados. Ou seja, quem estava acostumado acriar múltiplas famílias terá que se contentar em usar apenas um personagem. Esse detalhe não afetará os novos jogadores, mas deixará de influenciar muitos a explorar alternativas, como iniciar a história com alguém de sexo oposto, ou mesmo tomar decisões diferentes.

Uma nova geração de Sims

De projeto experimental de Will Wright, a série "The Sims" converteu-se em menos de uma década em uma das marcas mais rentáveis da Electronic Arts e a série de jogos de computador mais vendida na história dos videogames.

Com The Sims 2 e as diversas expansões, a franquia alcançou um nível de liberdade e detalhamento raramente visto. Com o jogo é possível viver vidas virtuais inteiras e das mais diversas. Fãs fazem filmes, seriados e realizam os desejos mais íntimos da vida real por meio da realidade virtual dos Sims.

Após cinco anos acrescentando conteúdo ao episódio, a EA dá um passo adiante e lança "The Sims 3". As promessas eram de ainda mais opções de atividades para as pessoinhas de mentira e uma liberdade sem igual para criar e personalizar. Para uma série que já primava pelo amplo grau de potencial criativo, parecia não ser muito, mas a competência dos desenvolvedores consegue surpreender e muito. Ainda assim, "The Sims 3" é um jogo que privilegia os veteranos da franquia, deixando meio de lado novatos.

Criar e mudar, é só começar

Inúmeras opções de edição

Que fique claro: o impacto da transição de "The Sims 2" para "The Sims 3" é muito menor do que na passagem do primeiro para o segundo título da série. Em todos os aspectos, desde visual até mecânica de jogo.

De fato, "The Sims 3" pode ser considerada a versão dos sonhos dos fãs antigos. Os desenvolvedores fizeram questão de ressaltar durante a produção do game que estavam ouvindo as críticas e sugestões da comunidade de aficionados e isso é bem perceptível.

Na prática, isso se traduz na possibilidade de personalizar praticamente tudo: pessoas, roupas, objetos e decoração. Os sistemas de edição agora estão bem mais versáteis e intuitivos.

Um elemento comum a todos eles é a ferramenta de criação de cor. Além dos diversos padrões pré-fabricados, pode-se pegar qualquer um deles e mudar suas definições, desde cor até textura, para depois salvar e utilizar quando e onde quiser - ou até mesmo compartilhar com amigos e a comunidade de jogadores.

Isso se aplica também a objetos, móveis e até outros elementos de decoração da casa, como o papel de parede. Até aí a mecânica de jogo é clemente, permitindo gastar o tempo que for para planejar e moldar tudo como melhor preferir.

Posteriormente, todo esse material pode ser enviado para a comunidade online oficial de "The Sims 3" para que outros usuários baixem de graça as suas e tantas outras criações. Não apenas isso, fotos e vídeos também entram na brincadeira, sendo que "The Sims 3" conta com um editor de vídeos prático e intuitivo. De maneira geral lembra muito a comunidade criada para "Spore" - não por acaso, outra franquia da Maxis.

Refinado para veteranos

Inteligência artificial sofisticada

Quando começa a ação em si a situação muda. Veteranos não terão problemas já que tudo continua bem parecido. As principais diferenças ficam por conta da dimensão do ambiente - não mais restrito à casa ou um lugar fechado - e ao novo sistema de ambições.

No que se refere ao cenário, imagine que agora um bairro completo figura no campo de jogo. Sendo assim, há mais opções de lugares a visitar, atividades para participar e pessoas com que interagir. Quem já conhece a série tira isso de letra, mas aqueles que estão chegando agora podem ter problemas para gerenciar tudo que ocorre.

Para piorar, os tutoriais não são claros e intuitivos, baseando-se demais em textos com fotos ilustrativas. Vídeos com exemplos ajudariam mais.

Em seguida deve-se lidar com a versão reformulada do sistema de desejos e ambições do Sims. Agora eles contam com características que acabam definindo personalidades únicas para cada um. A partir disso o game estipula metas de vida máximas para cada Sim. Contudo, objetivos menores aparecem o tempo todo também, como se fossem missões paralelas, as chamadas 'quests' em jogos online.

Aceitá-las ou não depende de quem joga. A maioria contribue em alcançar o objetivo de vida máximo ao passo que algumas outras desenvolvem interesses alternativos. Ou seja, nesses momentos convém ter certo planejamento. Sua ideia é alcançar o sonho de vida? Ou então tornar seu Sim uma pessoa interessante e conhecedora de muitos assuntos? Ou talvez nada disso? Enfim, suas escolhas afetam diretamente o caminho da pessoinha de mentira.

O sistema é interessante, prático, traz certa dose de desafio e refina imensamente a mecânica similar utilizada em The Sims 2. Contudo, no final se aplica a mesma máxima explicada sobre os editores de conteúdo: veteranos vão curtir e apreciar rapidamente, iniciantes penarão para entender o excesso de informações simultâneas.

Simplesmente bonito

Fãs em evento dedicado a The Sims 3

Tecnicamente, The Sims 3 se limita a fazer aquilo o que se espera - que não é exatamente pouco. O visual apresenta sensíveis melhoras, principalmente nos efeitos de luz e sombra e definição de texturas. Sai de cena o tom cômico, quase de desenho animado de "The Sims 2", entra em cena uma direção de arte mais sóbria e carismática, não tão exagerada. Os ambientes externos apresentam riqueza de detalhes e as animações também estão mais elaboradas.

O mesmo não vale para o som, já que não há muito o que mudar aqui. Os Sims continuam falando engraçadas baboseiras em Simlish e a única real novidade é que pode-se ajustar o tom de voz dos personages ao criá-los. No mais, músicas animadas para ambientes e algumas tantas composições licenciadas nas quais os artistas cantam em Simlish - como acontece com "Ghosts", do conjunto Ladytron.

Nota: 9 (Excelente)