The Walking Dead: 400 Days
Episódio de ligação entre a excelente primeira temporada de "The Walking Dead" e sua continuação, "400 Days" é uma experiência e tanto para a Telltale Games: ao invés de resgatar personagens queridos aos jogadores, a produtora nos coloca no controle de cinco rostos novos, em momentos distintos do pós-apocalipse zumbi.
São aventuras curtinhas, conectadas apenas pelo cenário, que não perdem tempo em levar você a questionamentos difíceis: é mais fácil matar alguém que não fala sua língua? Ajudar um desconhecido ou deixar que outra pessoa resolva isso? Escolhas de vida e morte dividem o tempo do jogador com decisões morais, que não são mais fáceis por envolver personagens recém-apresentados. Personagens esses que são, em seus 20 e poucos minutos de vida, mais profundos e completos do que a maior parte dos protagonistas de outros games.
Introdução
Em "400 Days" você acompanha cinco pequenas histórias envolvendo personagens que passaram por um posto de gasolina numa estrada da Geórgia - a mesma estrada que serviu de palco para alguns dos episódios da primeira temporada de "The Walking Dead".
Cada aventura se passa em um período diferente: uma delas mostra um grupo de presidiários acorrentados em um ônibus, no exato dia em que os mortos-vivos se levantaram. Outra, vários meses depois, mostra o posto cercado de zumbis, com pessoas paranóicas que já não confiam umas nas outras e menos ainda em estranhos.
O jogo segue a mecânica de 'apontar e clicar' da temporada anterior e mantém o foco nas relações humanas - os zumbis famintos ao redor são um perigo constante, mas servem mais como pano de fundo para as coisas que realmente importam.
Pontos Positivos
Personagens cativantesA Telltale consegue construir personagens mais profundos e complexos em 20 minutos do que outras produtoras fazem com dezenas de horas. "400 Days" apresenta cinco protagonistas e alguns personagens secundários e você vai se conectar com alguns deles nesse curto intervalo de tempo - é a duração de cada aventura do jogo.
As tramas individuais são pontuadas de situações difíceis, algum drama e até mesmo ação, com tiroteios aqui e ali. O adventure não poupa o jogador da tensão dos episódios anteriores, na verdade, pela curta duração de cada aventura a tensão parece ampliada: você conhece o personagem, a situação ao redor e logo se vê decidindo questões complicadas de vida e morte.
Para os fãs da série da Telltale, é interessante notar que alguns dos personagens de "400 Days" estarão na segunda temporada do adventure. Quais deles - e de que forma - são detalhes que apenas as suas escolhas vão responder.
Em "400 Days", a Telltale parece admitir que sua habilidade para contar histórias é muito maior do que a técnica para fazer jogos - as infames sequências de QTE, onde se pressiona um botão loucamente para alcançar um determinado resultado, como se livrar das garras de um zumbi - ou os fracos tiroteios com uma retícula lenta demais, são substituídas durante quase todo o jogo por diálogos e escolhas.
Mas quando aparecem, são bem feitas. O tiroteio no pântano é uma cena bastante superior a outras lutas na temporada inicial. Já os QTEs são utilizados com moderação - e até mesmo de forma subvertida, em uma das sequências mais dramáticas de "400 Days".
Aqui, a mecânica de jogo funciona como um suporte para a narrativa, não tirando o jogador do 'mundinho' de "Walkind Dead" com sistemas arrastados ou travamentos desnecessários.
Pontos Negativos
Muito curtoApós esperar meses por um novo episódio de "The Walking Dead", é difícil aceitar que "400 Days" dure apenas cerca de duas horas de jogo. Fica a vontade de explorar mais a vida desses novos sobreviventes, acompanhar seus passos após as aventuras apresentadas no game.
Você sempre pode jogar de novo, tentar escolhas diferentes - mas aí se perde um pouco da surpresa dos resultados. Melhor viver com suas escolhas e esperar o começo a próxima temporada.
Nota: 9 (Excelente)
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