A Neversoft merece aplausos por conseguir lançar cinco episódios da série "Tony Hawk" em curtos intervalos de tempo sem deixar a qualidade da série cair. A última versão, "Underground", mudou de maneira significativa a fórmula, mas manteve muitos dos elementos que agradavam. Mas "Underground 2" começa a mostrar sinais de que a produtora está começando a ficar sem novas idéias, tentando ao invés disso reutilizar tudo que a série já fez em um pacote inspirado em "Jackass".
Tour de DestruiçãoFãs da série lembram da inclusão de Bam Margera, um dos astros do programa da MTV, em episódios passados. Ele agora ganha importância comparável à de Tony Hawk, criando seu próprio time de skatistas para viajar pelo mundo em uma competição para ver quem faz a maior bagunça. Durante uma série de níveis (cidades ao redor do mundo), jogadores devem explorar os ambientes e tentar realizar tarefas como pichar desenhos, fazer saltos ousados, decapitar estátuas, apostar corridas e todo tipo de maluquice possível e imaginável. Além dessa opção com história, jogadores podem também explorar as fases no estilo clássico "dois minutos e um monte de objetivos" dos primeiros episódios da série.
Apesar de oferecer algumas manobras novas, a mecânica do game não mudou muito. Os maiores destaques ficam por conta da habilidade de dar toques nas paredes (enquanto cola adesivos) para ganhar mais velocidade e a habilidade de perder a paciência ao cair do skate. Essa última opção depende do jogador apertar botões rapidamente e oferece apenas alguns pontos - vale mais pela diversão do que pela jogabilidade... mais um traço da "Jackassificação" de "Tony Hawk".
Apesar dos novos objetivos serem mais focados em destruição e bagunça, a mecânica será imediatamente reconhecível para fãs. As fases estão ainda maiores, e precisam ter vários aspectos destravados com certas missões para atingir seu potencial pleno. A introdução de personagens secretos com outros veículos bastante bizarros adiciona certa variedade, mas nenhum deles satisfaz tanto quanto o bom e velho skate (não fugindo muito do que aconteceu no primeiro "Underground", apesar de ser menos grave agora).
Talvez o aspecto mais notável seja que o game parece ter ficado mais fácil. Além de permitir que você melhore as habilidades do personagem logo de cara fazendo certas manobras específicas, os objetivos do Story Mode são relativamente simples. A opção Classic ajuda a saciar o apetite do público hardcore.
Técnica menos radicalApesar dos gráficos não terem recebido uma melhora muito grande no que se trata das fases, os personagens estão bem mais caprichados - o que é importante para a trama do Story Mode. A animação de algumas fases acaba engasgando em todas as plataformas, especialmente nos ambientes mais amplos.
A trilha sonora do jogo continua seguindo os mesmos passos de antes, oferecendo uma grande variedade de canções típicas do universo dos skatistas. A variedade e qualidade das músicas ajuda a embalar o espírito do game, fazendo um excelente trabalho. Os efeitos sonoros ajudam na hora de arrancar algumas boas risadas com o humor bizarro da aventura.
Como em edições anteriores, o jogo parece ter sido feito com o controle Dual Shock do PlayStation 2. Tentar jogar com o teclado no PC é suicídio, e mesmo com um controle de boa qualidade as respostas não parecem tão precisas quanto no console. Em contrapartida, o jogo para PC segue o embalo da versão para o videogame da Sony e oferece multiplayer online para até oito jogadores, modo ausente nos videogames GameCube e Xbox.
O game continua trazendo diversas opções de criação de fases e skatistas, ajudando a saciar o apetite dos fãs. Essas opções não ganham grandes novidades, mas não deixam de ser uma adição significativa.
CONSIDERAÇÕES
Fãs da série podem ficar decepcionados com a ausência de grandes novidades em termos de jogabilidade, mas quem curte "Jackass" provavelmente vai ter motivo de sobra para querer explorar essa nova edição maluca.