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Unearthed: Trail of Ibn Battuta

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

07/01/2014 17h55

Por seu nome, protagonista e premissa, "Unearthed: Trail of Ibn Battuta" tenta apresentar-se como uma versão árabe de "Uncharted", mas passa a vários continentes de distância da obra da Naughty Dog. Ao invés disso, sua qualidade o faz parecer mais um clone baratíssimo do "Tomb Raider" original que até nos anos 1990 seria rechaçado.

Não há nada de bom no game. Suas animações são risíveis; o design de estágios, defeituoso em um nível conceitual; a história, vergonhosa; e por aí vai.

Se houvesse a obrigação de listar um ponto positivo para ele, este seria uma menção ao fato de que o sofrimento acaba rápido. Trata-se de uma experiência episódica, cuja primeira parte dura pouco mais de uma hora.

Introdução

O caçador de tesouros Faris Jawad e sua irmã Dania, sempre em busca de descobertas arqueológicas, acabam envolvidos em uma perigosa trama com figuras do crime enquanto perseguem as trilhas deixadas para trás pelo famoso explorador Ibn Battuta.

"Unearthed" oferece um misto de exploração, quebra-cabeças, tiroteios e lutas corpo-a-corpo, sendo que nenhuma dessas partes consegue ser ao menos minimamente satisfatória.

Pontos Negativos

Apresentação deprimente

"Unearthed" começa com o herói Faris ferido nos corredores de um prédio, atirando e lutando contra inimigos misteriosos. No final da cena, ele entra em um quarto com uma mulher aprisionada e o que parece ser um grupo de vilões. Então ele, como a voz do narrador, pergunta: "O que você faria se fosse eu?"

É impossível saber. A esse ponto do jogo, não conhecemos nenhum dos personagens nem o contexto da história. Mas sabemos uma coisa: "Unearthed" se leva a sério demais, mesmo não tendo nenhuma consistência, e tenta utilizar clichês óbvios de maneira infantil para ganhar um toque épico. É deprimente.

Jogabilidade inacreditável

A impressão que todo o primeiro capítulo de "Unearthed" passa é a de que cada um de seus elementos foi produzido por um estudante diferente no primeiro ano de seu curso de design de games.

Em menos de uma hora, o jogo demonstra seu caráter esquizofrênico. Mesmo ferido ao ponto da tontura, Faris consegue trocar socos e chutes (horrivelmente animados) com um vilão. Depois, ele repentinamente começa a controlar um carrinho de controle remoto para resolver um quebra-cabeça elementar em uma tumba antiga... Apenas para poucos segundos depois trocar balas com mercenários que surgem do nada.

Mesmo depois de desafios de plataforma obtusos e quebra-cabeças ofensivamente simples, o momento que prova a total ausência de controle de qualidade de "Unearthed" vem na metade de seu primeiro capítulo. Faris é impedido de acessar um corredor completamente iluminado por uma parede invisível. A justificativa? Ele precisa de uma tocha para "ver através da escuridão".

É tão ruim que torna-se uma experiência única. Mas fique longe.

Nota: 1 (Desprezível)