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Star Wars: Battlefront (2015)

Victor Ferreira

Do UOL, em São Paulo

30/07/2015 17h43

Divulgação
Popular série multiplayer retornará em 2015, agora sob comando do estúdio de "Battlefield"

“Star Wars: Battlefront” marca o início de uma nova era para a icônica franquia de ficção científica nos games. Após a aquisição da marca pela Disney e a dissolução da LucasArts, os jogos da série passarão a ser produzidos pela Electronic Arts - pelo menos pela próxima década.

Para iniciar esta nova fase, a EA deu ao estúdio DICE, de “Battlefield”, a missão de ressuscitar a série “Battlefront”, que marcou época na década de 2000 sob comando do Pandemic Studios - ironicamente dissolvido pela própria publisher, anos depois.

Trazendo personagens e locais da série original, o novo “Star Wars: Battlefront” promete uma mistura de multiplayer nos moldes da série “Battlefield” com a nostalgia de uma galáxia muito distante.

Star Wars Battlefront - X-Wing vs Tie Fighter - Divulgação - Divulgação
"Battlefront" permitirá lutar no chão ou pelo ar com X-Wings e TIE Fighters
Imagem: Divulgação

Campo de Batalha nas Estrelas

"Imagine pegar bonequinhos de seus personagens favoritos de 'Guerra nas Estrelas' e criar as batalhas mais malucas e improváveis".

Foi assim que o diretor criativo Niklas Fegraeus explicou ao mostrar “Star Wars: Battlefront” a UOL Jogos em uma apresentação a portas fechadas, em abril. Desde seu anúncio, na E3 2013, a DICE sempre procurou mostrar reverência ao material-fonte de seu novo jogo, o que se reflete em toda sua estética.

Utilizando como base os modelos, figurinos e efeitos sonoros dos próprios filmes, a DICE procurou reconstruir os personagens e cenários da série com a fidelidade audiovisual conhecida do estúdio.

Isso pode ser visto em primeira mão ao dar uma olhada em qualquer imagem ou do jogo, que recria em mínimos detalhes a estética de elementos como armaduras imperiais, roupas dos rebeldes, e diferentes elementos dos cenários nos 12 mapas iniciais baseados em planetas como Hoth e Tatooine.

Além de sua excelência visual, a  DICE quer dar seu toque próprio às mecânicas do game. O estúdio, porém, não quer que ele seja apenas um “Battlefield” com filtro de “Star Wars”.

“Queríamos que tivesse um coração e alma próprios”, disse o gerente geral da produtora, Patrick Bach, em entrevista com o jornal The Guardian, “Sabemos que o público central de um jogo como este é diferente do público de ‘Battlefield”. Há pontos de encontro, mas fãs de ‘Star Wars’ esperam um jogo de ‘Star Wars’, e não ‘Battlefield’”.

Assim, a jogabilidade é significativamente mais simplificada em relação à série de FPS da DICE. O recuo das armas é bem menor, e não é necessário recarregá-las, já que a produtora preferiu uma mecânica de “sobrecarga” ao disparar muitas vezes.

Além disso, assim como em jogos anteriores da série, será possível mudar de perspectiva da primeira para terceira pessoa.

O que “Star Wars: Battlefront” promete em relação ao estilo de “Battlefield” são batalhas massivas, com vários jogadores se enfrentando ao mesmo tempo. O game não atingirá o limite de 64 jogadores, mas permitirá até 20 usuários de cada lado do conflito.

Star Wars: Battlefront - Luke vs. Vader - Divulgação - Divulgação
Jogadores poderão controlar figuras icônicas da saga "Star Wars", incluindo Darth Vader e Luke Skywalker
Imagem: Divulgação

Heróis da Galáxia

Apesar de ser uma nova era e com uma nova equipe de desenvolvimento, o novo “Battlefront” ainda utiliza os principais conceitos de seus predecessores, especialmente em relação às unidades “heróicas” de cada facção.

Como em “Battlefront II”, o jogador poderá controlar figuras icônicas da saga “Star Wars”, incluindo Luke Skywalker, Darth Vader e Boba Fett. Estes personagens são significativamente mais poderosos do que soldados comuns, e cada um vez com suas próprias habilidades especiais.

Para acessar estes personagens, jogadores poderão utilizar um power-up que surgirá em determinado ponto da partida, e apenas um usuário poderá controlar um destes heróis por vez.

“Há variações dependendo do modo de jogo e coisas assim”, disse Fegraeus à revista OXM. “Mas você pode pegá-los via um sistema de power-ups… quando você encontrar o power-up de herói, é aí que você pode fazer sua escolha”.

De acordo com os desenvolvedores, porém, é preciso tomar cuidado para não superestimar os poderes destas unidades heroicas. Caso o jogador controlando este personagem mais poderoso morra, por exemplo, ele voltará a ser um dos soldados normais do jogo

“Cabe a nós encontrar o equilíbrio certo. [Eles] precisam ser super-poderosos, mas não invencíveis”, disse Bach. “Este é o Santo Graal de criar jogos divertidos - como você encontra o equilíbrio de tudo”.

Além de heróis, os power-ups encontrados pelos mapas trarão diferentes benefícios ao jogador durante a partida, incluindo a possibilidade de controlar veículos da série, como a X-Wing, o TIE Fighter ou o AT-ST.

Dose dupla

Ao contrário de seu predecessor, o “Battlefront” da DICE não trará uma campanha singleplayer, preferindo dar atenção maior aos elementos multiplayer do jogo.

Ainda assim, o estúdio criou uma experiência diferente para quem não gostar de lutar contra outros jogadores online: O modo “Missions”, que permite até dois jogadores completarem uma fase nos moldes do modo “Horda” de “Gears of War”.

A dupla deverá sobreviver a 15 ondas de inimigos cada vez mais perigosos e com diferentes habilidades, passando de meros Stormtroopers, por exemplo, até os resistentes AT-STs. Há poucas vidas em cada missão, que são compartilhadas entre os dois jogadores, então é importante saber quando deve-se usá-la ou quando é preciso confiar no parceiro para derrotar as ameaças restantes.

Os produtores prometeram missões diferentes em todos os mapas de “Star Wars: Battlefront”, assim como variações neste modelo, com diferentes desafios e objetivos durante a partida.

Em “Missions”, os jogadores poderão completar as partidas via conexão online ou, no caso dos consoles, em multiplayer local com tela dividida.

Além deste modo cooperativo, a formação de duplas também ganha relevância no multiplayer competitivo por meio do “Partner System”, em que a progressão dos personagens é dividida entre dois usuários.

Caso um dos membros da dupla pare de jogar o jogo por algum tempo, por exemplo, o outro jogador ainda poderá avançar e conquistar novas armas e equipamentos no jogo, que poderão ser compartilhados entre os dois.

A ideia por traz deste sistema é ajudar pessoas que fiquem longe do título a não desistir por ter um equipamento fraco em relação a jogadores mais dedicados, colocando-os em clara desvantagem.

 

Passos para o futuro

“Star Wars: Battlefront” representa apenas o primeiro passo na parceria entre a EA e a Disney, que já tem outro projeto em desenvolvimento - no caso, uma aventura desenvolvida pelo estúdio Visceral Games, de “Dead Space” e liderado pela antiga diretora criativa e roteirista da série “Uncharted”, Amy Hennig.

Esta nova fase também mostra que a série está dedicada a agradar o mercado brasileiro, já que “Battlefront” chegará ao país totalmente em português.

“Star Wars: Battlefront” será lançado em 17 de novembro no PC, PS4 e Xbox One.