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Call of Duty 2: Big Red One

16/11/2005

da Redação
Tentar trazer a experiência da Segunda Guerra Mundial não é exatamente novidade nos videogames. Longe disso, esse período conturbado tem sido tema de inúmeros jogos, principalmente do gênero de tiro em primeira pessoa, o que não impediu "Call of Duty" de ser considerado um dos melhores jogos de 2003.

E, como não poderia deixar de ser, também apareceram versões para videogames, adaptadas à realidade dos consoles. "Finest Hour" pode não ter conseguido a excelência do PC, mas conseguiu agradar com sua competência. Agora, "Big Red One" segue o mesmo caminho - tem pouco a ver com a versão para computadores ou do Xbox 360 -, e tem mais êxito que o antecessor, provendo o jogador com uma experiência bastante emocionante de estar no meio de uma guerra, ainda que, para isso, limite sua liberdade.

Esquadrão com pedigree

O subtítulo faz a alusão à Primeira Divisão de Infantaria do Exército dos EUA, tida como a mais heróica da Segunda Grande Guerra, participando nas principais campanhas dos Aliados. E tudo isso é revivido pelo jogador, por exemplo, nas missões no norte da África, na Itália e, claro, nas praias da Normandia, no fatídico dia "D".

Em "Big Red One", o roteiro é o fio condutor da ação. Desde o início, a começar pelas cenas quase não-interativas - o jogador pode mudar a visão -, tudo funciona conforme o script. Quer dizer, seus companheiros fazem sempre os mesmos movimentos e a inteligência artificial atua somente nos combates - ainda assim de maneira pouco refinada, quase ridícula.

A parte ruim desse método é tirar a liberdade do jogador. E, de fato, as fases são bastante lineares, sem muito espaço para estratégias alternativas ou uma exploração mais aprofundada. A limitação ocorre também porque o jogador não consegue avançar sem seus companheiros, seja porque os inimigos são numerosos, ou porque os membros do esquadrão são os únicos que podem abrir as portas. Quer dizer, você é um sargento, mas não manda nada. Ao menos, eles esperam até que o protagonista resolva seguir em frente.

Mas os ganhos parecem ter sido muito maiores: com menos liberdade, tudo se torna mais previsível e a produtora soube como tirar o máximo proveito da situação. Cada uma das cenas lembra combates reais, com cenários variados e missões idem. No decorrer da campanha, quase nunca uma batalha é igual à outra, sempre trazendo situações diferentes.

Em "Bid Red One" quase não há tédio e as missões são sempre as mais emocionantes possíveis. Os poucos momentos de calmaria apenas servem para que o jogador respire, antes de encarar outra batalha tensa. Assim, a aventura de seu personagem será viver entre chuva de balas, pilotar tanques, usar artilharias e tudo mais que compõe uma guerra. Felizmente, o jogador não vai precisar se preocupar com o teor das missões, que são na maioria das vezes simples - basta ir aos marcadores mostrados no mapa e confirmar as missões com um botão especifico.

O game supostamente deveria evocar emoções mais profundas nos momentos de drama humano, mas com pouco tempo para conhecer os companheiros é complicado ficar no lugar do seu personagem. Pelo menos, o game se esforça ao máximo para isso, com diálogos constantes durante toda a campanha. A produtora não mediu esforços e trouxe alguns profissionais da aclamada minissérie americana "Band of Brothers", que tem produção de Tom Hanks e Steven Spielberg.

Filme interativo de guerra

Claro que na maior parte do tempo os combates serão a pé, mas também há muitas cenas com veículos - seja usando uma artilharia ou pilotando de fato - ou fazendo pequenas tarefas, como colocar uma dinamite num tanque e mandá-lo pelos ares. De todo o jeito, o roteiro se esforça para que a ação não caia na repetição. Se isso estiver acontecendo, é porque você não está cumprindo as missões.

Os controles de "Big Red One" lembram os tradicionais jogos de tiro em primeira pessoa, principalmente quando o tema é guerra contemporânea. Além de andar, correr e atirar, é possível usar três posições distintas - em pé, agachado e deitado -, além do modo de mira de precisão. Ainda há opções de usar granada ou golpes corpo-a-corpo. O deslocamento funciona muito bem, com uma sensibilidade ajustada para os controles do PlayStation 2, GameCube e Xbox.

Como dito, o maior trunfo do título é a experiência, com um roteiro que faz a Primeira Divisão passar por situações sangrentas, num cenário bastante detalhado e tiros que não acabam mais. Nos momentos mais intensos, soldados e tanques se juntam para tentar arrasar a infantaria. Além disso, aviões dão rasantes a fim de dizimar os Aliados, e as únicas opções são fugir ou usar uma artilharia antiaérea. Tudo isso é acompanhado por um barulho infernal, que mistura tiros e explosões, além de ouvir o grito de seus companheiros conforme a situação.

Quando uma granada ou um tiro de tanque explode ao seu redor, o barulho estrondoso é seguido por uma nuvem de terra e pedrinhas, jogando seu soldado para o chão e obrigando-o que recomeçar na posição deitada. Além disso, o sargento fica cego e surdo por um tempo. Todas as armas são baseadas nos equipamentos da época, como a famosa M1 Garand. O funcionamento de todas também obedece às especificações reais e o recarregamento é mais demorado que em outros jogos do gênero.

Assim, a porção para um jogador, apesar de um pouco curta, é bastante satisfatória, oferecendo uma experiência empolgante. Mas, quando o assunto é o multiplayer, a qualidade não acompanha o modo de campanha. Para começar, na versão para GameCube a opção simplesmente não existe, pois não há modos com tela dividida.

No PlayStation2 e Xbox, até 16 jogadores poderão participar de partidas das mais tradicionais, como a Deathmatch, um mata-mata individual ou por times; Capture the Flag, que consiste em levar um bandeira para sua base; ou a Domination, que tem como objetivo tomar e manter pontos estratégicos.

Os mapas até são variados, mas as partidas simplesmente não empolgam. Não existe um sistema de classes ou outros incentivos, como estatísticas. Se há algo um pouco diferente são os veículos, mas como a grande maioria dos mapas é composta por locais estreitos, eles não podem ser muito aproveitados. No fim das contas, parece que o modo multiplayer é apenas um bônus, sem qualquer ambição. Essa sensação ainda é reforçada pela quantidade de atrasos de conexão, principalmente na versão para PlayStation 2.

Seja um soldado virtual

Parte da boa experiência do jogo é fruto do trabalho visual da Treyarch. Não é exatamente um gráfico da mais alta qualidade, mas tem um bom número de detalhes e reproduz um cenário apropriado, com todo o caos de uma cidade destroçada por bombas e tiros. Os ambientes são bem variados, como o deserto do norte da África ou as paisagens italianas nas missões européias. Efeitos de luz suaves ajudam a reforçar a beleza de alguns cenários.

Os personagens também possuem uma quantidade razoável de peças geométricas, o suficiente para parecerem verossímeis durante os combates. Tanques e veículos demonstram ter o peso e a textura das máquinas reais. Mas a melhor realização visual de "Big Red One" são os efeitos de partículas, como os de fumaça e explosão. São detalhes que melhoram a imersão no título.

A versão para Xbox possui o visual mais limpo e fluxo de tela mais suave, com texturas bem definidas. O PlayStation 2 e o GameCube ficam em ligeira desvantagem, com menos estabilidade na taxa de quadros e sem suporte para varredura progressiva (progressive scan).

A trilha musical cai nos clichês de games e filmes do gênero, com uma composição épica tocada por uma orquestra. Essa combinação de ouro também funciona em "Big Red One", apesar de ficar cada vez mais previsível. A utilização dos efeitos sonoros também é eficiente e surrada, com barulhos intermitentes dos tiros cortando o ar, os aviões com seu apito da morte e muitas explosões. Pelo menos a série não economiza nas dublagens, com falas ocorrendo durante quase todo o jogo.

Antes só que mal acompanhado

CONSIDERAÇÕES

Novamente os videogames não ganharam a mesma versão do PC, mas "Call of Duty 2: Big Red One" é bastante apreciável. Se por um lado tira a liberdade do jogador, com a ação sendo comandada à mão de ferro pelo roteiro, por outro os ganhos compensam, pois a experiência oferecida é valiosa. Por isso, sem a guia do roteiro, tudo fica desencaixado e pouco objetivo, como visto no parco modo multiplayer. Mesmo diferente, este "Call of Duty" deverá entreter os apreciadores de jogos de guerra, mas, infelizmente, por pouco tempo, pois só o modo de campanha vale a pena.

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    GALERIA

    Call of Duty 2: Big Red One (Playstation 2)

    41 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Gray Matter/Treyarch
    Lançamento: 01/11/2005
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1-16 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: GC XB
    RecomendadoAvaliação:
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