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PlayStation 2

FIFA Street

01/03/2005

da Redação
Desde a apresentação dos comerciais da Nike envolvendo os maiores astros do futebol mundial fora das quadras - aqueles que apresentavam os craques como gladiadores, batalhando na arena em disputas insanas de habilidade, velocidade e precisão - muitos se perguntavam como aquela experiência poderia ser recriada. A Electronic Arts encontrou a resposta.

O selo EA Big, especializado em atividades extremas e versões radicais de esportes tradicionais, colocou o conceito em prática. O resultado, apesar de ter sua parcela de diversão, traz alguns problemas típicos de um primeiro jogo de um novo estilo.

Carretilhas, calcanhares e canetas

Ao selecionar grandes astros do futebol mundial (são 250 no plantel do jogo), colocá-los em equipes de quatro jogadores (goleiro mais três), diminuir os espaços e aumentar a possibilidade de realizar jogadas plásticas (são várias manobras e jogadas possíveis, além dos combos), a EA Big deve ter visualizado um enorme potencial - provavelmente real. Mas, mesmo soando como um sonho, "FIFA Street" tropeça mais do que os jogadores em suas jogadas fora do comum... e quando comparado com os outros "Street" mais experientes, parece ainda pior.

O visual não apresenta significativa melhora comparado com os esforços de "FIFA 2005" e "UEFA Champions League 2005", apesar de trazer menos jogadores. Os craques são facilmente identificados, mesmo com a bola rolando. O ambiente explora locais como campo de terra na África, quadra de basquete remodelada nos Estados Unidos, cimento em meio às favelas brasileiras e outros espaços urbanos na Alemanha, França e outros cenários que vão sendo revelados conforme o progresso no jogo. Você não vai jogar uma legítima pelada de rua como o título pode sugerir: "Street" é mais uma modalidade que uma localidade.

Antes da bola rolar em uma partida amistosa, por exemplo, o jogador escolhe craques entre as principais seleções mundias (que podem ser alternados dentro da seleção da esquadra). Os controles são facilmente assimilados, em pouco tempo já se tem idéia do potencial do sistema: há dois botões próprios para desenvolver os dribles mais humilhantes, enquanto o direcional secundário realiza jogadas apenas com rápidos toques. A configuração se completa com um último botão que simplesmente faz um truque aleatório, para quem não quer usar o outro direcional. Juntos, é possível fazer um enorme estrago na defesa do oponente.

O repertório de dribles e jogadas plásticas é vasto: pode-se usar a tabela para passar pelo adversário (a bola nunca sai, a única pausa é quando sai gol ou quando o goleiro está em posse da pelota), dar chapéus simples, chapéu de carretilha (quando se joga a bola com o calcanhar pelo alto), rolinhos, pedaladas... vai faltar vocabulário futebolístico para descrever tudo. Até passe enquanto se planta bananeira é uma opção. Bicicletas, voleios, chutes de primeira e outras conclusões também são realizadas com certa facilidade. Esse lado mais divertido e lúdico, associado à velocidade incessante da partida, são os principais trunfos de "FIFA Street". Quando se está jogando, mal dá para respirar.

Erros grosseiros

Mas o deslumbre com "FIFA Street" passa rápido, ou pelo menos a paciência do jogador fica mais curta quando entra no modo de jogo mais desenvolvido, o "Rule the Street" (algo como "Mande na Rua"). Mesmo que a distração seja grande com uma enorme coleção de recompensas, a jogabilidade exageradamente simples é muito gritante para passar desapercebida.

Logo quando se pega o jeito, os defeitos ficam ainda mais claros. A inteligência artificial de todos estes craques estelares é muito baixa: ninguém persegue a bola quando ela não está em seus pés. Mesmo em dribles que a bola bate na parede na realização de uma tabela, muitas vezes o jogador que iniciou o lance parece totalmente desinteressado em completá-lo. Quando vai ser driblado, o craque praticamente perde qualquer reação e muitas vezes é humilhado pelo adversário. Os goleiros, por sua vez, são capazes de operarem verdadeiros milagres em um momento (salvarem três chutes à queima-roupa em seqüência) e engolirem frangos homéricos, além de serem totalmente indecisos para sair do gol. Uma certa sensação de lentidão também fica patente: se seu jogador pegou uma bola de frente para o gol, em um rebote, é difícil chutar logo de cara.

A física da bola é um dos mais sérios culpados, desobedecendo qualquer lógica. Já que se trata de um jogo totalmente baseado na habilidade dos personagens, não haveria problema se a gravidade não fosse a mesma da Terra - afinal, é um jogo de videogame. Porém, não há explicação para a variação de velocidade da bola, que pode parecer ser feita de barro - e então, em questão de segundos, papel. Para completar, o próprio jogo tem variação de cadência: em contra-ataques, fica mais rápido; com muvuca na área, com todos os jogadores na tela, fica devagar.

Diversão com restrição

O modo carreira tem boa lógica de desenvolvimento, permitindo a criação de um jogador personalizado para ser cultivado, procurando nos grandes craques mundiais companheiros de pelada. Começando do nada, a equipe formada por jogadores de padrão técnico não muito alto vai aos poucos ganhando reputação e pontos suficientes para crescer na competição. Assim pode destravar e enfrentar craques em partidas acirradas, conforme novos cenários e campeonatos vão aparecendo.

Há também o modo Star Team, que permite que se forme seleções estelares com os principais craques do planeta. É apenas outro jeito de realizar partidas amistosas. É nele, porém, que se mostra mais estranho o padrão de hierarquia entre os jogadores, elegendo apenas um número (uma espécie de média entre todos os atributos: passe, força, habilidade, precisão de chute) para separar o joio do trigo. Se são todos craques, a forma de diferenciá-los deveria ser mais importante do que é.

Mesmo com todas as críticas, "FIFA Street" é um jogo bastante competente. Com seus elementos analisados separadamente, é um título bastante problemático para uma série da importância que tem. Mas o estilo é promissor e merece um carinho maior de seu fabricante em termos de acabamento e conteúdo, não só uma estrutura de marketing gigantesca por trás de seu lançamento.

CONSIDERAÇÕES

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    FIFA Street (Playstation 2)

    52 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: EA Big
    Lançamento: 2005
    Distribuidora: EA Games
    Suporte: 1-4 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: GC XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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