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PlayStation 2

FIFA Street 2

01/03/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
A Electronic Arts já levou para os videogames praticamente todas as modalidades esportivas, pelo menos as mais populares. Depois, talvez inspirado pelos esportes praticados fora das competições oficiais, lançou a linha "Street", que traduziu muito bem o espírito das modalidades de rua do basquete e do futebol americano.

Já a estréia de "FIFA Street" não foi das mais felizes, tentando aplicar a mesma fórmula de "NBA Street" para esporte que é a paixão nacional. Obviamente, são modalidades bem distintas, e, portanto, a mesma filosofia corria o risco de não para ambos. Soma-se ainda controles ruins e um narrador absolutamente irritante, e a primeira tentativa de transportar o futebol da bola redonda para as ruas não agradou a muita gente.

Agora, a Electronic Arts volta à campo (ou para as quadras, no caso) para uma segunda chance e mostrar que os problemas do jogo lançado há um ano eram apenas desajustes típicos de um primeiro título de um novo estilo. De fato, os controles, se ainda não estão livres de críticas, já melhoraram, e há mais variedade de regras, atletas famosos e jogadas espetaculares. E, sim, o narrador saiu de cena, para o bem de todos. O problema ainda continua em equilibrar e integrar os dois maiores atrativos do esporte trazido por Charles Miller: as jogadas plásticas e o gol.

O gol é apenas um detalhe

"FIFA Street 2", assim como a primeira edição, é uma simplificação do futebol, jogado com apenas quatro integrantes por equipe, um goleiro mais três na linha. Esqueça quase todas as regras: não há faltas, impedimentos, escanteios ou cobrança de lateral; o que interessa é bola rolando. Mas o momento máximo do esporte, o gol, tem suas atenções divididas com as "manobras" que os jogadores fazem com a bola.

Ou seja, se você é um purista e não aceita de jeito nenhum os desvirtuamentos do esporte, passe longe de qualquer "FIFA Street". Aqui, o futebol aparece apenas pelo seu objetivo básico e pela presença dos grandes craques mundiais - Ronaldinho Gaúcho à frente, de sua condição de melhor jogador do mundo, segundo a FIFA.

Assim como em "NBA Street", o objetivo principal é causar a maior humilhação possível em seus oponentes, não apenas vencendo a partida, mas fazendo jogadas desconcertantes, como carretilhas e canetas, além de passes milagrosos e outros truques mirabolantes. Às vezes, o gol é apenas um detalhe.

Agora, até é possível jogar um futebol mais parecido com o real, baseado em passes e posicionamentos estratégicos, mas isso não parece ser o foco de "FIFA Street 2". As estrelas mesmo são os inúmeros tipos de dribles, que saem com uma facilidade incrível: basta apertar um botão ou acionar uma alavanca. Desta vez, a série inaugurou novas habilidades, como fazer diversos tipos de embaixadinhas.

Existe até mesmo uma opção de jogo exclusiva para o movimento, que ensina e avalia diversas combinações de truques sem deixar a bola cair. Os controles lembram um pouco os jogos de luta, com giros de 90º, 180º ou 360º, em sentido horário ou não. Sendo assim, além de fazer o comando corretamente, há um tempo certo para acioná-lo, para que a seqüência prossiga. Esses "combos", como são chamados, dão pontos extras, caso sejam feitos com sucesso.

A banalização do espetáculo

Essas jogadas são novos meios para ganhar pontos, além dos tradicionais dribles. Você ainda pode fazer um passe para que um companheiro continue com as jogadas, e isso aumenta o multiplicador dos pontos. O seu acúmulo faz encher uma barra especial, que, quando cheio, dá a chance de iniciar uma superjogada, o chamado "gamebreaker".

Nesses momentos, a tela ganha um efeito especial, e dá direito a um chute poderosíssimo, quase sem chance de defesa. Os poucos meios para impedir o gol é tirar a bola dos pés do atacante na hora "H" ou bloquear a bomba com um jogador de linha. Mas também é possível seguir com os truques antes de chutar a gol, o que confere mais vantagens, como tirar gols do oponente - que sacrilégio - em troca de algum risco.

O gol pode sair com chutes "simples" também, mas isso não acontece com freqüência. As chances aumentam se conseguir fazer uma pontuação enorme sem perder a posse de bola, quando o jogador ganha uma aura nos pés. Nesse caso, os chutes saem com mais força, e, conseqüentemente, as chances de estufar as redes é bem maior.

Os controles mostram enorme evolução se comparado com a edição anterior, mas ainda possuem falhas. Muitas vezes, na hora de perseguir a bola, o seu jogador, depois tomar a posse, pode continuar correndo para a mesma direção, mesmo que a intenção do usuário seja outra. Talvez seja proposital, afinal não é possível parar de correr de repente, mas isso poderia ser relevado num game em que os jogadores fazem pedaladas e dão canetas a torto e direito.

Novamente, o atacante tem muito mais vantagens que os adversários, pois estes têm cerca de três vezes menos chances de se sair bem no confronto. É que os dribles são feitos basicamente pelo direcional analógico direito e o defensor precisa adivinhar o movimento usado. Os comandos já são simples, mas há um método ainda mais fácil: um botão que faz um truque aleatório. Mas se pretende obter uma pontuação melhor, é melhor fazer as jogadas manualmente. Naturalmente, quanto mais difícil o comando, maior as recompensas.

Ao defensor só resta rezar e tentar adivinhar o próximo passo. Existe a chance de fazer carrinhos e empurrões, sem se preocupar com faltas, já que elas não existem. Mas o que geralmente acontece é ele ficar estatelado no chão, ou ficar observando o adversário fazer carretilhas ou aquela ginga de corpo, perdendo qualquer controle sobre seu jogador. Só resta esperar ele se recuperar ou passar o cursor para outro atleta.

Mas para quem faz as jogadas é um deleite só. Se isso resulta em um gol, a satisfação é ainda maior. Os maiores craques, como Ronaldinho Gaúcho, o francês Zidane ou o "hermano" Tévez, possuem movimentos exclusivos, para a felicidade dos fãs do futebol. A plástica dos dribles e toques podem encher os olhos, mas tendem a cansar muito depressa, também um dos defeitos da edição de estréia.

Vencer sem estufar a rede

Ao menos, os modos de partida ficaram mais variados. Além das partidas rápidas, com direito a 20 seleções e um time de craques lendários, como Zico e Franz Beckenbauer, há também os modos de amistoso, com mais opções, como escolher os integrantes do time, a quadra e as regras da partida.

Mas a modalidade principal para um jogador é mesmo o "Rule the Street", herdado do antecessor. Nele, você cria um jogador e vai desafiando outros times para assim conquistar o respeito nesse mundo particular da bola. As condições para a vitória variam: pode ser por número ou diferença de gols, cruzar a meta somente com "gamebreakers" ou até mesmo regras totalmente alheias ao futebol, como conquistar o maior número de pontos somente fazendo jogadas de efeito.

Ao vencer as partidas, novas quadras, roupas, jogadores e outros extras são liberados. Cada confronto, de qualquer modalidade, garante uma espécie de experiência, que serve para melhorar os atributos de um jogador original. Como de praxe em games da Electronic Arts, o modo de criação é bem amplo, oferecendo inúmeras opções para tipo físico e roupas, cujas combinações podem gerar milhares de atletas diferentes.

Linguagem universal

O visual ganhou aquela atualização tradicional que versões mais recentes costumam receber. Ou seja, está mais refinado que o primeiro "FIFA Street", mas também não representa nenhuma mudança drástica. Os locais das partidas não traz nenhuma característica que possa denunciar sua nacionalidade. Apenas o tema da cultura urbana amarra o visual das quadras esportivas.

Pela distância da visão, que permite enxergar quase toda a arena, é difícil reconhecer os jogadores individualmente. Assim, de longe, fica difícil distinguir um Adriano de um Ronaldo, aquele do Real Madrid. Nas jogadas mais plásticas e nos replays, a câmera fecha um pouco o ângulo, para trazer mais dramaticidade, mas mesmo assim, é um pouco complicado reconhecer cada um dos craques.

Na parte sonora, a mudança mais notável foi a demissão do irritante narrador da primeira edição. A trilha sonora segue a tradição recente de "FIFA Soccer", misturando hip-hop, rock, drum & bass e músicas latinas, inclusive brasileiras. Entre os artistas nacionais estão João Marcelo Bôscolli, Fernanda Porto e DJ Patife. É uma seleção eclética, que pode ser configurada pelo jogador.

Pelada de fim-de-semana

As mudanças efetuadas em "FIFA Street 2" podem não ser muito mais que ajustes, mas tornaram o título mais agradável de se jogar, e, com isso, a diversão flui melhor. Se existe potencial na fórmula de unir futebol com o excesso de jogadas plásticas, isso ainda não foi explorado de forma satisfatória, ou, ao menos, não se encontrou seu ponto de equilíbrio. É uma outra maneira de ver o popular esporte nacional, mas mesmo com algumas melhorias efetuadas nesta versão, uma eventual empolgação tende a não durar muito.

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    FIFA Street 2 (Playstation 2)

    47 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: EA Big
    Lançamento: 28/02/2006
    Distribuidora: EA Games
    Suporte: 1-4 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: DS PSP GC XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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