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PlayStation 2

Ghost Recon Advanced Warfighter

31/03/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
A série "Ghost Recon" é uma das franquias mais tradicionais da Ubisoft. A série foi idealizada pelo escritor Tom Clancy, especializado em temas militares, mas, ao contrário de "Rainbow Six" e "Splinter Cell", o roteiro não é baseado em seus livros, mas escrita especialmente para o game. O título nasceu com forte componentes de ação-tática, mas, a partir de "Ghost Recon 2", passou a ter mais peso na ação, ainda que os vetores de estratégia ainda tenham forte presença.

"Ghost Recon Advanced Warfighter" dá continuidade a essa linha mais orientada aos tiroteios. Apesar de homônimo à edição para Xbox 360, a versão para Xbox e PlayStation 2 sofreu cortes tão profundos que praticamente alteram a essência do game. Ambos dividem o mesmo enredo e missões, mas há uma diferença enorme entre as duas versões, que vão além da sofisticação cosmética.

Versão com cortes

"Ghost Recon Advanced Warfighter" para Xbox e PlayStation 2 se transformou um jogo de tiro em primeira pessoa, praticamente sem os elementos táticos existentes no console de nova geração da Microsoft. A comparação entre as versões é inevitável, pois, claramente, o título foi feito para o Xbox 360 e convertido à força para os consoles da geração de 2000 e 2001. Não se trata de uma adaptação, mas apenas de extirpação.

A falta de ajuste já começa antes de o game começar. O carregamento inicial é mais demorado que de costume e até a tela começar a se mexer de fato leva alguns bons minutos. Como na edição para Xbox 360, o seu personagem, Scott Mitchell, está num helicóptero sobrevoando o México, onde um grupo paramilitar seqüestrou os presidente local e dos Estados Unidos.

É injusto comparar as diferenças entre a nova geração e a anterior, mas aqui o cenário é muito mais genérico, com menos variações que a versão para Xbox 360. Porém, mesmo comparando com games dos mesmos consoles, este "Advanced Warfighter" sai perdendo para os principais clássicos. De cara, é possível notar que a taxa de quadros não é das melhores e isso ainda pode piorar em determinados momentos, como quando aparece uma grande quantidade de inimigos ou quando um pequeno vídeo de comunicação aparece na tela.

Enquanto no Xbox 360 mostra o helicóptero pousando numa cena cinematográfica, nesta edição o trecho é simplesmente cortado, e isso é regra para quase todo o jogo, como a fase de treinamento, inexistente aqui. Tudo que não foi possível reproduzir foi simplesmente eliminado, como as partes do jogo em que o esquadrão atira nos inimigos a partir do helicóptero Blackhawk. No entanto, a remoção desta parte é compreensível, pois seria praticamente impossível reproduzi-las nos consoles atuais. Mas no caso da descida da aeronave seria possível mostrá-la pousando e o soldado chegando ao solo, tudo em primeira pessoa, por exemplo. É esse tipo de adaptação que não se vê em nenhum lugar deste "Advanced Warfighter".

Ainda nos primeiros minutos do jogo, há mais cortes. O personagem perdeu a capacidade de colocar as costas na parede e usar as quinas para se proteger, ação vista em muitos jogos de agente secreto, muito em função de só existir o modo de primeira pessoa aqui. Mitchell inexplicavelmente também não consegue mais ficar deitado no chão.

A posição agachada até faz com que seu soldado seja menos vulnerável aos tiros dos oponentes, mas as vantagens param por aí, pois, mesmo nesta posição, a mira continua instável. Com as armas com miras telescópicas é possível prender a respiração e deixar a retícula muito mais firme, ainda que por pouco tempo. O soldado ainda pode inclinar o corpo para os lados, estratégia eficiente para mirar nos adversários ao mesmo tempo em que reduz drasticamente sua exposição ao perigo, outra tática básica do gênero.

Exército de dois homens só

Sendo um jogo com veias estratégicas, esqueça o truque do correr e atirar, ainda mais nas dificuldades mais elevadas, pois a) atirar em movimento reduz a precisão da mira e b) uma rajada é suficiente para matar Mitchell. Ou seja, é preciso ficar protegido e imóvel, assim, a retícula fica no tamanho mínimo, indicando que o desvio será o menor possível. Então, o jeito é procurar abrigo sempre, e tentar acertar os oponentes às escondidas.

O equipamento tem capacidade de marcar objetivos, aliados e inimigos, mas nesse último caso, é preciso achá-los primeiro, seja usando a própria mira, um companheiro ou um equipamento de reconhecimento, que também perdeu grande parte de sua capacidade, se comparada à edição para Xbox 360. Aqui, o aparelho só pode ser usado em determinados lugares. O controle sobre tanques e helicópteros aliados também é limitado.

Porém, a grande perda desta versão está na parte na tática de times, pois você só tem a ajuda de apenas um soldado, contra três do original. Naturalmente, as opções ficam mais limitadas, mas ainda é possível repetir algumas das manobras militares, como o reconhecimento e a supressão de fogo. Mas seu melhor uso é como isca, para atrair a atenção dos oponentes, enquanto seu personagem providencia o ataque.

A inteligência artificial de seu subordinado é respeitável, com bom desempenho nas eliminações e esperto o suficiente para procurar abrigo. Mas, para variar, acontece também de ficar preso em locais estreitos. A sua visão aparece numa telinha auxiliar, mas a taxa de atualização chega a ser ridícula, e seu efeito prático é quase nulo. Enfim, é uma tentativa de simular o original.

Os inimigos também se comportam de maneira similar. Quando avistam o perigo, procuram se esconder e responder ao fogo. Dependendo da situação, eles avançam de abrigo em abrigo, tentando achar uma posição melhor para atirar. A quantidade de oponentes está bem menor, mas ainda assim, existe um bom nível de desafio, principalmente nas dificuldades mais altas.

Mas nem tudo foi perdido. Os mapas nem de longe têm a complexidade da edição para Xbox 360, mas continuam grandes e com projeto de fase que permite diversas rotas e, conseqüentemente, uma variação tática bastante ampla. Você pode mandar seu subordinado por um caminho, enquanto você dá volta para pagar os oponentes pelos flancos, por exemplo. Além disso, há diversas escadas e locais mais altos, ótimos para ter uma visão mais ampla e para colocar em prática sua veia de atirador de elite. O carregamento das fases é bastante demorado, mas, ao menos, isso acontece apenas uma vez por mapa. Durante a missão, apesar de o ambiente ser grande, não ocorre mais nenhuma interrupção de "loading".

Guerreiros robóticos

Outro problema desta edição é que os controles sofrem com o desempenho do fluxo de tela abaixo do desejável em muitas situações, mas isso acontece principalmente em decorrência do tamanho do mapa e da profundidade de visão. Assim, muitas vezes, os comandos ficam "pesados", causando desconforto e menos precisão para usar as armas. Outra irritação é que alguns menus demoram a aparecer, como o é o caso da tela de reinício, depois da morte do personagem.

Além da campanha para um jogador, existem diversos modos multiplayer, seja com tela dividida, rede local ou via online. Em ambos os consoles, se o jogo já era meio travado nos modos offline, nas partidas via internet fica ainda pior. É verdade que o efeito dos "lags" pode ser mais ou menos severos dependendo do mapa e do tipo de partida. Se em alguns não chega a interferir na experiência, em outros, pode ser bem desastroso, principalmente nos modos cooperativos. As opções de partida são bastante amplas, principalmente, as das modalidades competitivas, mas nenhuma delas chega a ser empolgante, devido à simplicidade e também ao desempenho.

Como mencionado, o forte dos mapas é seu projeto e tamanho, mas em termos visuais, deixam a desejar, com formas e texturas simples, além de o cenário se repetir muito. Outros fatores, como iluminação simplória e a falta de efeitos de partículas - poeiras e faíscas, por exemplo - também deixam o ambiente sem vida, pois já são meio desertos. Mas, ao menos, traz uma boa quantidade de objetos destrutíveis, como barris e carros, que explodem quando danificados.

A modelagem dos personagens, como seu subordinado ou os inimigos, não chega a chamar atenção, tendo uma qualidade apenas decente. As animações mostram um pouco de rigidez robótica, e algumas animações de mortes soam meio estranhas. Os melhores gráficos estão nas armas, seja pela identidade visual ou os movimentos de recarga de munição, que soam bem autênticas.

As armas também se destacam na trilha sonora. Seco e pesado, o barulho imprime uma sensação de poder de destruição para os equipamentos bélicos. As narrações e diálogos também são de qualidade, mas faltaram alguns cuidados, pois, a diferença entre as versões produziu falas sem sentido. Numa parte, o vídeo diz que você precisa acompanhar um blindado tipo Bradley, mas nesta versão foi substituída por um tanque Abrams M1. Além disso, pequenos erros de digitação nos textos denunciam a falta de interesse por parte da produtora nesta edição. As músicas são incidentais e usadas para intensificar a tensão dos combates, que é feito com competência.

Irreconhecível

CONSIDERAÇÕES

"Ghost Recon Advanced Warfighter" é um dos grandes jogos do Xbox 360, mas no caso da versão para Xbox e PlayStation 2, os cortes foram tantos que o transformou num game de tiro comum, perdendo quase toda a essência do original. Não se trata de um título ruim, ainda que tenha problemas consideráveis no desempenho, mas quase todos os elementos que fariam a diferença ficaram para trás.

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    Ghost Recon Advanced Warfighter (Playstation 2)

    20 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Ubisoft
    Lançamento: 30/03/2006
    Distribuidora: Ubisoft
    Suporte: 1-8 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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