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PlayStation 2

Guitar Hero II

27/11/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Os jogos musicais começaram a se destacar há cerca de dez anos, tendo "PaRappa the Rapper" como um dos pioneiros do estilo - ou, ao menos, como o primeiro que se tornou popular. De lá para cá, várias companhias lançaram games rítmicos. A Konami foi uma das mais prolíficas, com títulos como "BeatMania", "Pop 'n Music", "Karaoke Revolution", "DrumMania", "Guitar Freaks" e "Dance Dance Revolution".

Porém, toda essa quantidade não fez frente a "Guitar Hero", game que realizava o sonho de dez entre dez fãs de rock: ser um astro da guitarra. Com sua mecânica empolgante, que utiliza um controle com o formato e a mecânica do instrumento musical, e uma trilha sonora de arrasar, se transformou no melhor game musical de todos os tempos. A continuação traz inquestionáveis melhoras, como uma modalidade cooperativa, mas uma mudança de foco que pode desagradar alguns fãs: a seleção musical parece pender mais para plasticidade técnica ao prazer genuíno em tocar a canção.

A segunda vez é mais difícil

"Guitar Hero 2" é um game musical, em que o jogador deve pressionar botões num ritmo certo, de acordo com as canções. O intuito é se sentir um guitarrista, pois o funcionamento usando o controle-guitarra é bem similar ao instrumento de verdade. O título também pode ser jogado com o controle Dual Shock, mas nem de longe é o ideal.

As regras do game são simples, mas, como no instrumento de verdade, há músicas fáceis e difíceis. No jogo, a mesma peça ainda tem graus variados de complexidade, dependendo do nível escolhido. Nas mais fáceis, é usado apenas três botões e somente as principais notas são tocadas. Quanto maior a dificuldade, maior a quantidade de botões usados - até cinco - e de notas para executar. Na dificuldade Expert, a mais alta, alguns trechos estão até mais difíceis que tocar de verdade, como na parte dos arpejos.

Em geral, a dificuldade está mais alta. Não há, por exemplo, nenhuma obra com a simplicidade de um "I Love Rock'n Roll" do antecessor. E algumas canções na dificuldade Hard, desta vez, podem ser mais difíceis que o Expert do jogo anterior. Isso é uma boa notícia para quem busca desafio, mas impede que seja imediatamente acessível como era antes.

Curso virtual de guitarra

Como dito, as regras são simples. No centro da tela aparece um braço de guitarra, e notas vão descendo por ela. Ao atingir a área demarcada, deve-se segurar o botão na cor correspondente e "palhetar", ou seja, ativar o interruptor no corpo do controle-guitarra. Há também uma alavanca de tremolo, usada quando a nota é longa.

O controle padrão também pode ser utilizado, mas o game não foi pensado em cima dele. Nas partes com notas esticadas os comandos se tornam mais travados e o pior de tudo é que perde a sensação primordial de estar tocando uma guitarra. Jogar com o controle normal é como tocar rock com piano. Não combina. E não há nenhum Keane no game, uma das poucas bandas que fazem rock (e dos bons) sem usar guitarra.

Já no controle em forma de guitarra, técnicas do mundo real podem ser aplicadas. As notas continuam soando desde que você não solte os botões. O "hammer-on" e o "pull-off" estão mais fáceis de serem executados. Essas técnicas permitem tocar várias notas com uma "palhetada": basta tocar a primeira e o restante sai apenas apertando os botões. Claro que há um limite para isso mas desta vez o tempo foi estendido e não é necessário manter o botão mais grave pressionado, no caso do "hammer-on", nem prepará-lo antecipadamente, caso queira fazer um "pull-off". Isso vai ajudar nas muitas sessões de solo, que estão mais abundantes e complicados.

Escolhe sua banda

Grande parte do sucesso do antecessor vem de sua cativante trilha sonora, que conta com alguns dos maiores clássicos do rock. Apesar de gosto musical ser estritamente pessoal, a seleção de "Guitar Hero II" parece ter menos músicas memoráveis, apesar de ter 10 músicas "mainstream" a mais que o antecessor. Algumas escolhas não parecem ter sido muito felizes, como a "You Really Got Me" do Van Halen - certamente, há melhores no repertório do grupo de Eddie Van Halen. Como dito, desta vez, a plasticidade técnica teve maior peso, com músicas mais difíceis de executar, mas isso, necessariamente, não implica em ser prazeroso. A questão cai, novamente, na esfera do gosto pessoal.

A seleção musical tenta capturar o máximo de estilos e de várias épocas. Há desde o rei do surf rock de Dick Dale, cujos álbuns datam da década de 1960, até o heavy metal do Avenged Sevenfold, fundado em 1999, passando pelo protopunk dos Stooges, o progressivo do Rush, o hard rock do Guns 'n Roses, o grunge do Nirvana e o metalcore do Lamb of God. A seleção traz músicas mais rápidas e técnicas, mas ainda há músicas com certo "molejo", vindas de bandas como Aerosmith, Rolling Stones e Lynyrd Skynyrd, que oferecem algumas das peças mais divertidas de tocar.

A maioria das músicas é composta por "covers", ou seja, foram regravadas pela equipe de produção, tendo a frente o guitarrista Marcus Henderson, da banda Drist. Se no "Guitar Hero" anterior a fidelidade às obras originais foi impressionante, desta vez, a qualidade caiu um pouco. É verdade que alguns artistas são "inimitáveis", como Axl Rose, do Guns 'n Roses e Dave Mustaine, do Megadeth, mas, mesmo assim, não deixa de ser um pouco decepcionante. A qualidade da gravação, no entanto, é de tirar o chapéu.

Caindo na estrada novamente

O modo de carreira continua basicamente igual ao antecessor. Há uma lista de quatro músicas para tocar em cada "fase" e, depois de executar três delas, acontece o bis, que destrava a quinta música, mas isso só vale na dificuldade normal em diante. Cada nota tocada corretamente aumenta um medidor, que, quando cheio, sobe o multiplicador de pontos, que pode ser até quadruplicado. Caso erre, o contador é reiniciado. Erros demais chateiam o público, que não pensa duas vezes em escorraçar a banda para fora da casa.

De vez em quando aparecem notas "estreladas". Ao eliminá-las, se ganha "Star Power", que, quando acionado, dobra a pontuação e deixa a platéia mais tolerante a erros. Você pode ativá-la apertando o botão Select, mas é muito melhor simplesmente levantar o braço da guitarra.

Cada fase é representada por uma casa de shows. No começo do game, o estabelecimento mais parece um porão. Mas, à medida que vai galgando rumo ao estrelato, você passa a tocar em lugares melhores, até chegar bem longe, literalmente - vá até o final e comprove com seus próprios olhos.

A representação continua fantástica. Os guitarristas comportam-se como astros do rock, agitando quando a música é pauleira ou mais ficando mais introspectivos numa balada. No final, alguns dão aqueles chutes à la Gene Simmons, do Kiss, ou botam para quebrar, de verdade. Há uma evolução no show, principalmente na hora do bis. Em uma determinada casa, a banda trouxe um boneco gigante, como fazia o Iron Maiden antigamente (não, eles não estão no jogo). Somente o público parece um pouco repetitivo. Muitos deles são iguais e fazem exatamente o mesmo movimento.

Ao jogar a modalidade, se consegue dinheiro, que é usado para liberar novos personagens, guitarras - e também mais acabamentos para os instrumentos - e até mesmo músicas de artistas independentes. O humor está presente em todos os cantos, como a inclusão do guitarrista Lars Ümlaüt, que, numa tacada, "homenageia" três assuntos ligados ao rock: Lars Ulrich (baterista do Metallica), o metal norueguês e o trema gratuito usado em bandas como Mötley Crüe e Motörhead (umlaut é trema em inglês). E continuam engraçadas as mensagens que aparecem na tela de "loading": "Remember: No Stairway", diz um deles, em referência ao filme "Quanto Mais Idiota Melhor" e à "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, um clássico que batizou uma legião enorme de guitarristas.

Harmonia do rock

Uma novidade bem-vinda é a modalidade de treinamento, que permite praticar a música, inteira ou apenas alguns trechos, na velocidade normal ou em outros três níveis mais lentos. Como as canções estão mais complicadas, esse modo é bastante útil, principalmente nas dificuldades maiores. É só uma pena que não se possa repetir os trechos indefinidamente, necessitando reescolher a opção toda vez que terminá-la.

No entanto, a maior melhoria aconteceu no multiplayer. Não foi desta vez que virou online, mas traz muito mais opções que antigamente. Além da modalidade igualzinha ao antecessor, em que os jogadores tocam alternadamente, há uma chamada Pro Face-Off, na qual ambos recebem exatamente as mesmas notas, como no modo de single player. Assim, os jogadores ficam em igualdade de condições e vira uma competição absolutamente justa.

Mas a novidade mais divertida é o modo cooperativo, uma verdadeira "jam session" virtual. Aqui, um dos jogadores se encarrega da guitarra principal, enquanto o outro cuida das bases ou do baixo, dependendo da música. Aqui, todas as barras são comuns aos dois, ou seja, quando um erra, ambos saem prejudicados. A Star Power só é ativada quando os dois fazem o movimento ao mesmo tempo. Caso a competência entre os jogadores seja diferente, cada um pode escolher seu próprio nível de dificuldade. O único senão é que as partes de baixo tendem a ser repetitivas, mas há exceções como a "YYZ" do Rush ou a "John the Fisherman" do Primus, que, aliás, cedeu a gravação original para ser usada no game.

Herói das seis cordas, parte 2

"Guitar Hero II" é basicamente o mesmo fascinante jogo que tornou o antecessor um clássico instantâneo. Traz uma seleção musical maior, mas com maior peso na dificuldade de execução do que no prazer em tocar. No final das contas, o fator determinante será a identificação que o jogador tem em relação às músicas. O multiplayer está bem melhor e o modo de treinamento é uma adição bem-vinda. Quem destrinchou o primeiro game, deve amar este segundo, pois parece uma extensão daquele. Para os novatos, o conselho é começar pelo antecessor, que é mais acessível.

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    Guitar Hero II (Playstation 2)

    31 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Harmonix Music Systems
    Lançamento: 07/11/2006
    Distribuidora: RedOctane
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória, controle-guitarra
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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