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PlayStation 2

Gun

13/12/2005

da Redação
O Velho Oeste é uma atmosfera e tanto a ser explorada pelos jogos eletrônicos. Alguns já fizeram um bom trabalho, como "Outlaws" e "Desperados", ambos para computador. "Gun", por sua vez, nasceu com uma responsabilidade e tanto, uma vez que logo após ter sido anunciado, passou a ser visto como uma espécie de "Grand Theft Auto" ambientado no Velho Oeste. Um exagero até injusto, sem dúvidas.

As semelhanças, de fato, são indiscutíveis: ação em terceira pessoa, ambientes abertos, um enredo principal cercado de missões secundárias, tiros, sangue e boas doses de violência. Porém, diferente da obra prima da Rockstar Games, "Gun" é um título de proporção e ambição menores, uma experiência curta e praticamente descartável, mas que pode ser bem apreciada caso não se cultive expectativas altas demais.

Cavalos, tiros e déjà vu

O protagonista da trama é Colton White, um pistoleiro do Oeste bravio do século 19 em busca de vingança contra os responsáveis pela morte de seu pai. Durante a aventura, reviravoltas e novos acontecimentos desvendam uma teia de intrigas que retrata a ambição e a cobiça da época. Nem a personalidade de White, tampouco a história como um todo, são das mais profundas, mas é um pano de fundo de bom tamanho para algumas horas de tiroteio.

O início, um pouco lento, é uma espécie de tutorial superficial que narra os últimos momentos do personagem principal junto com seu pai, caçando alces e, eventualmente, se deparando com algumas ameaças da floresta, como lobos e ursos. Algum tempo depois, já sozinho no mundo, White parte em busca de justiça, montado em seu cavalo.

Sim, "Gun" tem cavalos. Por sinal, alguns dos melhores momentos do jogo acontecem em cima destes animais, cujas reações foram reproduzidas com bastante fidelidade para o jogo. Montado, é possível não apenas cavalgar e pular, mas também esporear os animais para obter velocidade extra (porém, é bom não abusar do recurso, sob o risco de matar o cavalo).

Naturalmente, não faltam seqüências com tiroteios e perseguições à cavalo, que são capazes até mesmo de infringir um poderoso ataque com as patas, bom para matar búfalos ou foras-da-lei. Independentemente disso, tal qual jogos como "Shadow of the Colossus" e mesmo "Zelda: The Ocarina of Time" já demonstraram, a sensação de cavalgar por ambientes abertos é, no mínimo, singular.

Uma vez à pé, o que temos em "Gun" é um jogo de tiro com comandos e movimentação nos moldes idênticos do já citado "GTA" e mesmo de "True Crimes", para citar um exemplo extra. White corre, pula, agacha e se inclina para os lados. Ou seja, nada muito diferente do leque convencional de opções de um título do gênero.

Além das investidas com arma de fogo, é possível executar um rápido ataque corpo-a-corpo utilizando uma faca, especialmente útil quando os inimigos eventualmente se aproximam, pois não é preciso guardar a arma de fogo para desferir o golpe. O rifle, por sua vez, tem opção de zoom e, como já virou moda entre os games, "Gun" também tem o seu "bullet time", que desacelera o tempo, passa a visão para a perspectiva em primeira pessoa e permite atingir facilmente os alvos. O protagonista conta ainda com alguns truques extras, como atirar armas de arremesso, tomar oponentes como refém e até mesmo escalpelá-los.

Sangue, bebida, jogo e prostituição

"Gun" é um jogo deveras violento, tanto que a versão para PC comercializada no Brasil pela Electronic Arts foi classificada como "inadequada para menores de 18 anos". A violência chega a ser gratuita, nos níveis exagerados de sangue e nos "headshots" que explodem a cabeça dos inimigos. A trama reserva ainda referências à bebida, ao jogo e à prostituição. Mas, afinal, é um game que retrata o Velho Oeste, então não poderia ser nada muito diferente disso mesmo - se bem que os dias atuais, olhando por esse ponto de vista, não têm nada de tão diferente.

O sistema de danos não é dos mais realistas: White tem o couro grosso e agüenta um sem número de tiros, bastando beber um líquido milagroso do seu cantil - deve ser biotônico com ovo de pata - para prontamente restabelecer a sua saúde.

Definitivamente, não estamos falando de um game dos mais difíceis, mas, de qualquer forma, convém se proteger atrás de obstáculos sempre que possível, principalmente para esperar a barra do "bullet time" recarregar. A Neversoft não foi muito pródiga com a inteligência artificial dos capangas do jogo, que normalmente utilizam expedientes bastante previsíveis. Para ser bem sincero, os oponentes só têm vantagem quando atacam em grupo ou quando o jogador tem um limite de tempo para dar cabo de uma certa situação, sendo obrigado a se expor mais aos ataques adversários. Em outras situações, qualquer um que tenha passado pela escola "GTA" não terá tanto trabalho.

As características do protagonista podem ser aperfeiçoadas durante o jogo, em especial nas missões secundárias, que ainda rendem alguns dólares para comprar habilidades extras, como aumentar a barra de saúde, por exemplo. Estas missões secundárias, com diversas variáveis, aparecem em locais aleatórios.

Em "Pony Express", por exemplo, é preciso usar o cavalo para entregar encomendas dentro do prazo; "Poker", como o próprio nome sugere, são torneios de Texas Hold'Em nos quais é possível, inclusive, trapacear; outros "minigames" envolvem caça, mineração e prisões de bandidos que ameacem a paz local.

Embora as missões secundárias tenham uma utilidade real e sejam até divertidas - ao menos, algumas delas -, em um jogo tão curto e linear quanto "Gun" elas não surtiram o efeito esperado, tornando-se quase uma espécie de obrigação para o jogador, sob pena de não deixar o personagem devidamente preparado para sair vivo de desafios maiores.

Bela tentativa

A trama é densa e promissora, mas as missões acabam sendo curtas demais, deixando um certo ar de frustração e falhando em tentar envolver quem está do outro lado da tela. Por mais inusitado que pareça, a sensação é de que a história vai se desenrolando e você é chamado apenas para dar uns tirinhos aqui e ali, quando estritamente necessário.

Em termos práticos, caso você não destrinche todas as missões secundárias (o que é o mais provável, considerando-se que elas não são das mais estimulantes), bastam aproximadamente sete horas de jogatina para terminar "Gun". Considerando que o jogo não tem modo multiplayer, é uma experiência extremamente curta e limitada.

De qualquer forma, ainda que linear, os ambientes de "Gun" são muito abertos, boa parte disso em função da tecnologia gráfica de "Tony Hawk's", que serviu de base para o desenvolvimento do game de ação. Por essa razão, não espere um visual dos mais soberbos, mas que, complementado pela boa trilha sonora, reproduz com bastante sucesso a apaixonante atmosfera do Velho Oeste.

Se você estiver ciente da curta durabilidade de "Gun" e de sua atmosfera pouco envolvente, tem boas chances de divertir. Mas é uma pena ver tanto potencial desperdiçado, uma vez que, com um pouco mais de tempo, capricho e trabalho, o jogo poderia alcançar um lugar de destaque nas prateleiras. Mas, fazer o quê? Não foi desta vez.

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    Gun (Playstation 2)

    73 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Neversoft Ent.
    Lançamento: 08/11/2005
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: PC X360 GC XB
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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