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Kingdom Hearts Re: Chain of Memories

16/01/2009

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
No mundo dos games, "Kingdom Hearts" pode ser considerado um dos maiores casos de sucessos de "crossover", obras que misturam personagens de diferentes universos. No caso, funde os mundos da série de RPG "Final Fantasy" com os globalmente famosos personagens da Disney, incluindo os clássicos Mickey, Pato Donald e Pateta. Até agora, a franquia é composta por dois episódios da série principal e um "spin-off" lançado em 2004 para o Game Boy Advance, que faz a ponte entre o primeiro e o segundo games para PlayStation 2.

"Kingdom Hearts Re: Chain of Memories" é um remake desta edição para o portátil da Nintendo, mas com visual em 3D e combates mais dinâmicos. Enfim, parece aglutinar características dos três episódios do game. No Japão, essa versão para PlayStation 2 foi produzida para ser um bônus de "Kingdom Hearts II: Final Mix +", mas, nos Estados Unidos, foi lançado como um jogo separado.

"Re: Chain of Memories" é um RPG de ação, mas a aventura é bem diferente de "Kingdom Hearts" e "Kingdom Hearts II". Aqui, não há grandes mundos para explorar, mas, em vez disso, o jogador tem liberdade para "montar" seu próprio labirinto. É que o cenário principal é o Castle Oblivion, onde a memória se perde. Este lugar é governado por cartas e, por isso, muitas das ações dependem delas, desde um simples ataque até a criação dos mundos.

Cartas na mesa

O game começa com um tutorial, que ensina principalmente o funcionamento dos combates. Como dito, as ações dependem das cartas. Apertando o botão X, usa-se o card selecionado no momento, e o tipo da carta determina a ação: as armas Keyblades servem para atacar, o fogo ativa a magia Fire e o item Potion serve para recolocar as cartas no baralho. Todos os movimentos acontecem bem rápidos e as lutas são dinâmicas. O fator complicador é que as cartas têm números e as de valor mais alto anulam as menores. Ou seja, se o jogador usar um 6 e o inimigo sacar o 5, somente a ação do primeiro acontecerá. O baralho de número zero é especial, pois pode anular qualquer uma mas pode ser derrotada por qualquer outra também.

As coisas começam a ficar complicadas - e também interessantes - com a possibilidade de usar duas ou três cartas ao mesmo tempo. Isso faz com que os valores expressos no baralho sejam somados e, portanto, mais difíceis de serem quebrados. Os inimigos comuns não costumam usar mais de uma carta, mas, os chefes, geralmente, fazem uso dessa artimanha. A vantagem não é só essa: há combinações específicas, chamados de Sleight, que geram ataques especiais. Por exemplo: ao juntar três cartas Keyblade do mesmo "naipe" cujos valores somam entre 10 e 15, faz com que o protagonista Sora faça um veloz ataque deslizante. O lado ruim disso tudo é que as cartas somem do baralho enquanto durar o combate.

Isso não é problema nas batalhas contra inimigos comuns, pois basta ficar usando cards triplos até que todos estejam derrotados. Mas contra os chefes, em que o tempo de combate é mais longo, ficar com poucas cartas é uma enorme desvantagem. A dificuldade, no início, é amena, mas, cada vez mais, o jogador precisará microgerenciar o baralho, escolhendo a melhor combinação de lâminas para as situações. Além disso, também é preciso montar os baralhos estrategicamente, colocando as cartas mais eficientes. Isso depende também do CP, que, quanto maior essa pontuação, mais cards poderosos poderá colocar no deck.

Assim, o fortalecimento de Sora acontece em duas frentes: ao derrotar os inimigos, ganha-se experiência e cartas. A primeira aumenta os atributos do personagem - o jogador escolhe entre incrementar HP, CP ou aprender uma nova Sleight - e a segunda aumenta as opções do jogador, seja nos combates ou nas salas que pode criar no mapa (mesmo os cards inúteis podem ser trocados por dinheiro).

Do meu jeito

Como dito, "Re: Chains of Memories" acontece num castelo, e cada andar desse lugar representa um mundo diferente. No começo, o jogador pode escolher entre cinco cenários baseados em desenhos da Disney, como "Aladdin", "Hércules" e "Nightmare Before Christmas". Os mapas são formados por "salas", separados por uma porta: para abri-las, naturalmente, é preciso usar as cartas. Mas o interessante é que dependendo do tipo usado, várias coisas podem acontecer: os inimigos podem ficar mais sonolentos ou ataques de magia podem ser reforçados. Ainda, é possível criar até salas com baús ou pontos de "save", sem inimigos. Os cards podem ser usados nas portas já abertas, e, assim, os mapas são reconstruídos. Apenas algumas salas especiais, onde acontecem eventos e lutas contra inimigos diferenciados, não pode ser redefinidas. Com esse sistema, apesar de os mapas serem simples, faz com que a exploração não seja monótona.

Com mais botões no controle, as operações estão mais confortáveis. Agora é possível usar o direcional para usar uma determinada carta e há um botão dedicado às evasões. Além disso, é possível cancelar a seleção das cartas acumuladas para os ataques duplos ou triplos. A produção é bem menos caprichada que "Kingdom Hearts II", mas, mesmo assim, o visual é competente. As estruturas dos cenários tendem ser simples, mas isso é disfarçado, em parte, com cores vivas. Na verdade, muito do visual veio diretamente da linha principal do game, e quase não há cenários inéditos. Não se pode queixar do desempenho do game: flui de forma veloz e os "loadings" são curtinhos. A trilha sonora também não tem a mesma riqueza dos títulos da linha principal, mas os textos agora são falados. Sora é dublado novamente por Haley Joel Osment (o garoto de "O Sexto Sentido"), mas agora, aos 20 anos, sua voz já não está mais apropriada para encarnar um herói pueril.

CONSIDERAÇÕES

"Kingdom Hearts Re: Chain of Memories" pode não ser a aventura épica dos dois episódios principais da franquia, mas traz uma boa dose de diversão e o inegável carisma dos personagens da Disney e de "Final Fantasy". O sistema de cartas é interessante e permite boas doses de estratégias, tanto no mapa como nas batalhas. Quem não teve a oportunidade de jogar a edição original, para Game Boy Advance, tem uma nova chance de conhecer o jogo, numa versão mais dinâmica e com melhor produção. Para um jogo que nasceu como um extra saiu-se muito melhor que a encomenda.

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    Kingdom Hearts Re: Chain of Memories (Playstation 2)

    14 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Jupiter Corp
    Lançamento: 02/12/2009
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
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