Maximo: Ghosts to Glory

da Redação

Uma pessoa que faz análises de jogos de videogame tem um sexto sentido e sabe quando um de seus textos vai causar polêmica. Só que desta vez a culpa não é do sincero redator, e sim do objeto de sua análise, que promete ser razão de discussões por muito tempo: Maximo, o novo jogo da Capcom inspirado na clássica série Ghouls 'n' Ghosts.

Já dá até para imaginar como será a divisão dos gostos: jogadores com mais de dez anos de joystick ficarão empolgados e terão inúmeros flashbacks de quando arremessavam seus controles contra a parede. Do outro lado, a turma que conheceu os videogames na era do Memory Card vai imediatamente criticar a estrutura e dificuldade do game. Quem está certo? Ambos.

Maximo é, em uma frase, uma homenagem aos jogos de outrora. Hoje em dia as produtoras de software fazem questão de colocar um tutorial, facilidades para salvar jogo, continues infinitos, uma infinidade de golpes e movimentos que dão muito poder ao personagem - tudo para evitar a frustração do consumidor. Mas o braço americano da Capcom criou um produto que parece ignorar as tendências dos últimos 10 anos... e o resultado desperta muitas emoções esquecidas em quem joga!

Maximo tem uma estranha qualidade viciante nele. Seus controles respondem com uma precisão excelente e são bastante simples (com exceção talvez dos botões L1, L2, R1 e R2, mas eles não são tão importantes), permitindo uma das mais puras experiências vistas nas últimas duas gerações. Apesar de inúmeros power-ups e alguma variedade de golpes, esse é um jogo onde você apenas pula e dá espadadas. Você vai se frustrar com os desafios ridículos que o jogo arremessa contra você, mas isso vai apenas deixá-lo mais obstinado a atravessar essas barreiras. O jogo é um constante cabo de guerra entre sua teimosia e sua proeficiência nos desafios oferecidos - ou seja, ou você fica melhor ou desiste de vencer o último chefe.

E talvez um dos 'ingredientes mágicos' que causará muita discórdia é o sistema de saves e continues. Você precisa pagar com moedas conquistadas a duras penas durante o percurso pelos seus Saves e Continues. E o que é pior: quanto mais você usa o Continue, mais caro ele fica. O resultado é que chega um momento onde ou você vence o jogo ou tem de começar tudo de novo.

Maximo começou a ser desenvolvido como um título de Nintendo 64, e até certo ponto sua simplicidade é evidente: as fases são curtas (ainda bem, levando em conta sua dificuldade!) e lineares, mas os gráficos foram devidamente melhorados. Pequenos toques - uma espadada em uma árvore prende sua arma por alguns segundos - aumentam o desafio e credibilidade do jogo, deixando-o ainda mais intrigante. A música é simples e repetitiva, mas sua inspiração no tema original de Ghouls 'n' Ghosts não perde seu encanto.