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PlayStation 2

Metal Saga

31/05/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Pode não parecer, mas "Metal Saga" descende de uma linha de jogos com 15 anos de idade, cujo original foi lançado ainda no NES. Até agora restrito ao mercado japonês, "Metal Max", como era chamado na época, se definiu como uma antítese a "Dragon Quest" - "cansei de caçar dragões", dizia o slogan -, famosíssima série de RPG e criadora de grande parte das tradições do gênero. Tradições estas tão arraigadas que nem mesmo o próprio "Metal Max" conseguiu se livrar delas.

Mas, fora isso, trouxe mudanças benéficas em meio a milhões de clones de "Dragon Quest", com aquele velho clichê de guerreiros medievais em mundos de fantasia, e um enredo conduzindo a ação, sem liberdade para o jogador. Por outro lado, "Metal Max" se passa num mundo pós-apocalíptico, com aquela visão negra do futuro - ainda que o clima no game não seja tão pesado assim. Além disso, trouxe o conceito de mundos abertos, ou seja, a ordem para completar as missões depende única e exclusivamente do jogador.

Agora, todas essas características chegam pela primeira vez ao público americano. Por problemas de marca registrada, a produtora Crea-Tech não pôde usar o nome "Metal Max". Mas, o que era novidade há 15 anos já não tem o mesmo impacto. Apesar de os conceitos ainda serem interessantes, a produção datada e alguns problemas, como tempos de "loading", tiram muito do entusiasmo.

Pastiche de Issac Asimov

"Metal Saga" é um RPG bem ao estilo japonês, exceto pelo fato de o andamento não ser conduzido quase que estritamente pelo enredo: o projeto é bastante similar ao do original para NES, mas, é claro, os gráficos são em 3D, ainda que não tenham tanta sofisticação que se espera de um jogo de 2006.

Como dito, o pano de fundo é um mundo pós-apocalíptico. No enredo, a humanidade havia chegado a um nível tecnológico muito avançado, à custa de destruir a natureza. E, ao construir um supercomputador para cuidar da preservação do meio-ambiente, a máquina chega à conclusão que a causa de tudo são os próprios humanos, e lança uma grande guerra que destrói grande parte da civilização.

E os poucos que sobraram estão tentando viver do que restou do passado, lutando contra os seres malignos criados para a grande guerra, chamada de "A Grande Destruição". Clichês à parte, esse é o ponto de partida de "Metal Saga", que traz como protagonista o personagem Eddy, que decide ser um caçador de monstros como seu pai.

A partir daí, o jogador fica "largado" no mundo, sem saber o que fazer - liberdade tem seu lado ruim também. Na verdade, o objetivo primordial é caçar os inimigos procurados, espalhados por todo o mundo. A primeira cidade não tem sequer um nome, é apenas conhecida como o "ferro velho". De fato, o local fica ao lado um grande lixão.

Armamento pesado

Para se dar bem no jogo é preciso entender o principal sistema e o diferencial de "Metal Saga": os veículos. Tanto a pé ou a bordo desses blindados, o controle é quase o mesmo, mas, naturalmente, o poder de fogo é muito maior com os carros. No começo, o jogador não possui nenhum, mas há estabelecimentos que alugam tanques, por exemplo. O pagamento é feito dando uma porcentagem pelos valores ganhos ao matar os inimigos.

Mas há uma limitação grande nesses veículos alugados: eles não podem ser melhorados. Então, parte de sua busca também será por novos tanques: alguns estão espalhados pelo mundo, outros estão à venda. No caso de achar algum veículo danificado, como é o caso do buggy, provavelmente o primeiro carro próprio do protagonista, será preciso rebocá-lo para ser consertado.

E assim, entre comprar coisas nas cidades e acampamentos, e matar os monstros procurados, o jogador segue sua aventura. Apesar de grande parte do mapa estar aberta desde o começo, é complicado ir muito longe, visto que a força dos oponentes é muito maior nessas áreas. No final das contas, a maioria dos jogadores deverá seguir mais ou menos o mesmo roteiro, que é fazer as missões em cidades próximas e ir avançando um pouco de cada vez.

Em vez de espadas, canhões

As batalhas não poderiam ser mais tradicionais: encontros aleatórios - exceto alguns chefes - e combate por turnos. Os comandos, naturalmente, variam dependendo da sua situação. Se estiver a pé, os ataques são mais fracos e a única vantagem é poder usar as habilidades especiais, alguns muito eficientes, mas isso requer dinheiro.

Já os veículos podem ter até três tipos de armas: canhão, arma auxiliar e a especial. A primeira é potente, mas com munição contada, já a segunda não tem limite de tiros, mas o poder de fogo é comedido. Por fim, as armas especiais funcionam sob circunstâncias específicas: algumas acertam inimigos aéreos e outras apenas os subterrâneos, por exemplo.

Geralmente, as batalhas são muito fáceis, já que com os tanques você é praticamente invencível. Somente contra os chefes você precisará pensar em fortalecer ou configurar seu veículo. Mas há muitas áreas onde só se tem acesso a pé e, nesse caso, o jeito é aumentar o nível, levar companheiros voltados para o combate corpo-a-corpo, além de ter bons equipamentos.

Sendo assim, a maioria das lutas não requer quase nenhuma estratégia e a única boa notícia nesse departamento é que há um botão que acelera os combates. É normal um RPG acessar o disco a cada batalha, mas os tempos parecem muito longos nesse título. Se usar o recurso de acelerar o tempo, o carregamento fica mais demorado que a batalha em si. Faltou aqui um sistema de combate mais criativo, em vez desse sistema arcaico.

A diversão está apenas em conseguir dinheiro para melhorar os tanques e desafiar inimigos mais fortes. E ainda falando em "loadings", é inaceitável que ainda hoje haja jogos que acessem o disco para carregar uma única sala. Ou seja, o ritmo fica bem prejudicado.

Para tentar variar um pouco, existem alguns minigames, que, apesar de vir em bom número, não chegam a divertir por muito tempo. Ainda há os famosos coliseus, que servem com opção para conseguir mais dinheiro.

Piadas para todos os lados

Um dos pontos positivos do game é o humor. "Metal Saga" não perde a oportunidade de, por exemplo, fazer piada com "Dragon Quest". A turma de Eddy coleta objetos chamados de "big medals", que é explicitamente uma sátira às "small medals" do game da Enix. Além disso, quando os personagens morrem, aparecem em forma de caixão, outro maneirismo do famoso RPG.

Mas o game também faz piadas com celebridades. Há por exemplo, um personagem chamado Klepto Cobain, cujas falas vêm basicamente de letras da banda Nirvana, e outro de nome MC Hamir, um vendedor de tanques usados. Junte-se a eles um culto de fisiculturistas conhecidos como Gluteus Maximists, e tem-se uma idéia do festival de bizarrices.

Os inimigos também não ficam para trás. Muitos são seres mutantes ou equipamentos eletrônicos fora de controle, ou as duas coisas juntas. São monstros como artilharias com pernas humanas, que demonstram um senso estético, no mínimo, estranho.

A duração do game depende de vários fatores. Se quiser, você pode ver um dos finais em menos de um minuto: basta dizer para sua irmã que não quer ser mais um caçador. Um segundo final acontece quando você se casa. Existem cerca de dez finais, mas o "verdadeiro" aparece quando todos os inimigos procurados são eliminados.

Visualmente, o game remonta aos primeiros jogos de PlayStation 2 ou até mesmo a alguns games de PSOne. Todos os cenários são bem "quadradinhos" e muito simples. A inspiração para as cidades parece vir da cultura americana, mas apesar de uma mudança aqui e acolá, todas se parecem muito uns aos outros.

Os personagens também são bem simples. Talvez a única coisa que chame um pouco mais de atenção sejam os veículos, mas, mesmo assim, com ressalva. Enfim, tirando a animação da tela de introdução, não há nenhuma qualidade gráfica destacável no game. O som segue o mesmo aspecto genérico do visual, apesar de haver algumas músicas agradáveis.

Ferro velho

CONSIDERAÇÕES

"Metal Saga" pode ser de uma série que trouxe novas idéias para o RPG, mas parece que não conseguiu evoluir a partir daí. Mesmo para o público americano, que não teve oportunidade de conhecer a franquia, o impacto das novidades se perdeu nestes 15 anos. Evoluir os carros e o humor são um dos únicos incentivos do game, mas do outro lado estão inimigos implacáveis como um visual pobre e número excessivo de "loadings".

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    GALERIA

    Metal Saga (Playstation 2)

    23 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Crea-Tech
    Lançamento: 25/04/2006
    Distribuidora: Atlus Co.
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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