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PlayStation 2

Death by Degrees

03/03/2005

da Redação
Quando a Namco incluiu o modo "Tekken Force" em "Tekken 3", do PSOne, talvez a empresa tenha vislumbrando uma possibilidade de usar seus famosos personagens em outros estilos de games que não de luta um-contra-um. "Death by Degrees" parece ser a materialização desse vôo mais alto da produtora de "Pac-Man" almeja para os seus lutadores, mas o resultado é tão desastroso que poderia ficar confinado a um mero minigame do famoso jogo de luta.

Obviamente, a luta ainda é um dos pontos focais de "Death by Degrees"; afinal, Nina Williams, a loira fatal de "Tekken" deve matar os inimigos usando seus punhos, pés e variadas armas. Para não ser mais um jogo de ação-adventure, a Namco resolveu criar um novo tipo de controle para o gênero, mas, como se sabe, nem toda invenção funciona.

Atacando para todos os lados

A grande novidade da assassina é sua habilidade de atacar em qualquer direção, e para isso, se usa o direcional analógico direito. Nina ataca para onde o jogador apontar e isso permite a criação de estratégias mais livres para derrotar os oponentes. Para completar, existe um botão de defesa - L1 na configuração padrão - que faz modificar os golpes e permite usar ataques mais fortes, em troca dos comandos mais complicados dos games de luta convencionais.

Mas se a promessa é interessante, a verdade é ineficiente. Muitas vezes o golpe não sai para a direção desejada, o que deixa a personagem a mercê de contra-ataques. E é necessário um esforço hercúleo para fazer os ataques mais complicados. Os jogadores precisarão praticamente reaprender a usar o controle dada a combinação de botões e os dois direcionais.

Paralelamente, o direcional esquerdo é usado para a movimentação e também serve para recuos rápidos e cambalhotas (usando toques rápido na direção desejada). Novamente, a combinação mais frustra do que permite melhor controle da heroína.

Diversidade de ataques não é problema para Nina: além das artes marciais, ela ainda pode usar armas brancas e de fogo, tudo com o mesmo esquema de controles. Mas os dois tipos devem ser usados com moderação: o primeiro possui durabilidade limitada e o segundo necessita de munição.

O repertório se completa com os golpes mais característicos do game, os fatais, que matam a maioria dos inimigos com apenas um golpe. Esse movimento, acionado com o botão L2, faz com que apareça uma espécie de raio-X do oponente na tela. O objetivo é acertar os pontos vitais e destruí-los internamente, causando uma morte rápida. Mais uma vez, uma característica que parece interessante vai por água abaixo não só pela dificuldade de acioná-lo, mas também pela falta de lógica em saber quando se pode ou não usar esse golpe, visto que, mesmo com o medidor apontando sua disponibilidade, as chances de a tela ficar escura parecem ser aleatórias.

Nem zumbis, nem soldados transgênicos

Não há como negar que "Resident Evil" foi referência para "Death by Degrees". Quando Nina não está lutando, há inúmeros quebra-cabeças para resolver, e as variações de ângulos de câmera e o jeito de a personagem deslocar reforçam ainda mais as semelhanças. O problema é a quebra de ritmo constante, pois cada vez que se atravessa uma porta, o jogo precisa acessar o DVD. Não chega a ser irritante como "Resident Evil Outbreak", mas a Namco poderia ter trabalhado mais nesse sentido. E a situação só piora quando você fica perdido nas enormes fases sem saber exatamente para onde deve ir. E se em terra a movimentação é complicada, dentro d'água consegue ser pior ainda. É simplesmente indescritível a má qualidade dos controles durante o mergulho, tendo em vista sua lerdeza e inércia.

Devido ao estilo do game, os menus são freqüentemente requisitados, e a cada vez que isso acontece, o jogo precisa carregar mais dados. Levando em conta que a paciência do jogador já se foi com o sistema de controle, isso acaba sendo um obstáculo ainda maior.

"Metal Gear Solid" parece ter sido outro "jogo de cabeceira" dos criadores de "Death by Degrees", com aparatos tecnológicos dignos de um Solid Snake ou James Bond à disposição da loira. Muitas portas têm acesso bloqueado, mas, em vez de cartões, a personagem precisa coletar impressões digitais para transpor os bloqueios. Tais dados podem estar com soldados mortos ou deixados em locais sugestivos como copos e latas. Muitas delas não são obrigatórias, mas abrem armários particulares com itens interessantes.

Aprender é viver

O nível de dificuldade não é dos mais baixos, com alguns quebra-cabeças mais complicados e controles que não funcionam corretamente. Para equilibrar um pouco as coisas, a Namco colocou um sistema de experiência, como os de RPG: quanto mais inimigos matar, mais forte ficará. O ideal é fazer o maior número de combos possíveis para obter maior quantidade de experiência, mas é apenas uma questão de tempo para conseguir nível suficiente para passar pelos inimigos mais difíceis. Além disso, usando os pontos da experiência é possível liberar mais golpes e habilidades, seja de arma branca ou de fogo.

Geralmente, um ponto para salvar o progresso costuma ser um alento para os jogadores. "Death by Degrees" inovou nesse campo também: o jogador precisa achar o local exato do ponto de save. A lógica é que a comunicação seja feita por uma espécie de celular, então você precisa achar o melhor local para a recepção do sinal. Cabe a você usar um medidor de sinal e tentar orientar a personagem a achar o tal ponto. Mas é melhor esquecer o mundo real e a lógica: esses pontos podem estar nos locais mais absurdos.

Para dar um pouco mais de variedade, existem algumas cenas com uma mecânica de jogo totalmente diferente, como por exemplo, a que Nina se passa por atiradora de elite ou quando precisa controlar um pequeno veículo motorizado a fim de obter informações sigilosas. Mas, como de costume, os controles também falham em cumprir sua missão com precisão.

Desfile de moda

Os jogadores terão oportunidade de assistir à várias facetas da gélida assassina, além de conhecer um pouco mais de seu passado e a razão de sua desavença com a irmã Anna Williams. Invariavelmente, todas as suas roupas destacam suas curvas, apesar de o modelo 3D não estar no nível da versão para "Tekken". Além do mais, quase todos os inimigos parecem sem inspiração, com cara de sobras de algum projeto inacabado da empresa. Os cenários também não merecem nenhuma atenção em especial, apelando para o genérico. Nem as cenas pré-renderizadas, especialidade da Namco, chegam a impressionar.

CONSIDERAÇÕES

No final das contas "Death by Degrees" parece uma aposta em aumentar o controle dos jogos de luta, mas, infelizmente, o resultado é uma enorme falha com inspiração de outros clássicos. Talvez os fãs da Nina Williams consigam perdoar tudo isso, mas para o resto da humanidade é apenas questão de tempo para desistir da empreitada. E parece até que Michelle Pfeiffer e Benício del Toro foram copiados nos moldes de personagens!

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    Death by Degrees (Playstation 2)

    217 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Namco
    Lançamento: 08/02/2005
    Distribuidora: Namco
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

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