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Pirates of the Caribbean: Legend of Jack Sparrow

21/07/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Verão é época de grandes "blockbusters" nos cinemas norte-americanos e junto com eles vem uma porção de jogos baseados nessas grandes produções. Embora "Pirates of the Caribbean: The Legend of Jack Sparrow" não seja diretamente baseado no filme "Piratas do Caribe: O Baú da Morte", está clara a estratégia de aproveitar o entusiasmo com o lançamento do filme.

Infelizmente, o novo jogo de "Piratas do Caribe" é o típico caso de produto feito às pressas, sem tempo de aparar as arestas. Isso pôs tudo a perder num jogo que tem idéias consistentes, tudo que um game de aventura necessita para ser, ao menos, satisfatório. Ainda não foi nesta geração que a indústria de jogos conseguiu acertar o passo com Hollywood para a criação de um produto com um mínimo de qualidade.

O enredo

"Pirates of the Caribbean: The Legend of Jack Sparrow" é um jogo de ação com foco em combates. Mas também há outros tipos de mecânicas envolvidas, como se fossem pequenos jogos, além de um sistema de evolução de personagens e alguns quebra-cabeças que complementam as lutas.

No enredo, o pirata Jack Sparrow (personagem de Johnny Depp) foi traído e levado para a prisão junto com o ex-ferreiro Will Turner (Orlando Bloom) e ambos são condenados à execução na forca. Enquanto não chega a hora fatal, Jack conta, sob seu particularíssimo ponto de vista, alguns acontecimentos do primeiro "Piratas do Caribe". Falastrão que é, o pirata aumenta e muito a sua participação nos episódios. A premissa é boa e rende algumas cenas engraçadas, principalmente quando mostra o que acontece no presente. Mas a ação do jogo em si acontece dentro desses relatos do capitão Sparrow.

Desde a abertura, tem-se a impressão que o jogo é bem econômico, apesar do visual da imagem principal ser bem sólido. A tela de opções, por exemplo, traz apenas ajustes de volume de som. Mesmo no PC, não há menus comuns para a plataforma, como mudar a resolução ou níveis de detalhes.

Logo no início o jogador notará que há uma dupla de personagens na tela e será assim até o final do game, eventualmente mudando o parceiro do pirata Jack. Às vezes a função é exercida por é Will, outras, por Elizabeth Swann (Keira Knightley). Jogando sozinho, você pode assumir o controle do outro personagem com um toque, ou chamar um amigo para que comande o segundo aventureiro. Não há muita diferença entre um ou outro, salvo pelo ataque com itens. Jack usa um coquetel molotov, Will lança uma machadinha e Swann arremessa peixes. Um segundo jogador controlando o outro personagem torna o game menos monótono e você não terá de se enervar toda vez o seu companheiro ficar enroscado em algum canto.

Golpes desgovernados

Como piratas, o ataque principal se dá com espadas, e Jack e companhia têm à disposição ataques fracos e fortes. Como de praxe, há como fazer seqüências de golpes, mesmo que com variedade bem limitada. Mas a maioria dos oponentes não oferece grandes dificuldades e basta esmurrar o botão de golpe fraco para derrotá-los.

À medida que se avança no jogo, mais golpes são ensinados ou liberados. Ao longo da história, você poderá aplicar voadoras, agarrarões, acertar inimigos caídos e fazer golpes especiais. Estes recursos são mais úteis contra os chefes que, em alguns casos, exigirão um pouco mais de estratégia, mas não muita.

Os defeitos do game logo aparecem e o jogador percebe que os combates são um pouco travados. Às vezes os controles demoram a responder, em parte pela lentidão do jogo, que perde a fluidez quando aparecem muitos inimigos. O sistema de mira não funciona muito bem, embora haja opção para automatizar o processo.

Praticamente todos os inimigos agem de forma semelhante e, como mencionado, podem ser derrotados com apenas um botão. Existem, a rigor, dois tipos de oponentes: aqueles que atacam com a espada e os que atiram com armas de fogo. Por conta disso, os combates ficam repetitivos em pouco tempo.

Passatempos rápidos

Para contornar um pouco este problema, há algumas partes com quebra-cabeças - nada muito complicado - como destruir certas partes do cenário com explosivos ou fazer um carrinho com bombas deslizar sobre trilhos e levá-lo para o seu destino, controlando os diversos pontos de bifurcações. Há também quebra-cabeças com interruptores, tudo muito simples. Mais adiante, os quebra-cabeças ficam maiores, mas não necessariamente mais difíceis.

Também há eventuais minijogos, como um que consiste em pressionar os botões como são mostrados na tela, uma perseguição a pé ou afundar canoas controlando um canhão. Também há elementos de exploração, como alguns baús e itens escondidos, mas eles são poucos e não devem estimular o jogador a explorar novamente as fases. E isso não ajuda um game que é curto por si só.

Há componentes de evolução dos personagens em "The Legend of Jack Sparrow", mas em quantidade menor ao que o título anterior da série apresentou. Usando o dinheiro coletado derrotando inimigos, quebrando caixas pelo caminho e principalmente abrindo os baús, você poderá melhorar diversos golpes em até dois níveis. Os movimentos parecem ficar mais eficientes, mas não há nenhum indicador visual de que eles tenham, de fato, melhorado.

Violação de direito de imagem

O visual é apenas razoável, os cenários têm bom nível de detalhes e reproduzem o clima do filme, mas nada de extraordinário. Ao longo do jogo, os personagens se encaixam bem nos ambientes e trazem boas animações, pelo menos quando tudo está rodando bem. Alguns movimentos, no entanto, são um pouco desconexos. No mais, as texturas são um pouco grosseiras, ainda mais na versão para PlayStation 2.

Quanto aos personagens nas telas não-interativas que usam a "engine" (jargão para a tecnologia que gera os gráficos em tempo real) do próprio game, os resultados são instáveis. O capitão Jack está bem reproduzido, talvez por já ser bem caricato no original, mas as representações de Will Turner e principalmente de Elisabeth Swann beiram o desastre. A heroína do jogo nem de longe se assemelha a graciosidade da atriz original. E as cenas em vídeo pré-renderizado são piores ainda.

A trilha musical cumpre sua parte, com composições que imitam uma trilha sonora de cinema. Os efeitos sonoros são os que espera de um game de ação comum, sem nenhuma qualidade ou defeito para destacar. A decepção fica para as dublagens. As falas do capitão Jack estão longe do trabalho feito por Johnny Depp no longa. No jogo ele está sem emoção, apenas dublando de modo desinteressado. Isso parece contaminar os outros dubladores, que também fazem suas falas burocraticamente.

Nunca acredite em um pirata

"Pirates of the Caribbean: The Legend of Jack Sparrow" tem os elementos que precisa um bom jogo de aventura e combate, mas infelizmente tudo é posto a perder com a monotonia e principalmente com os controles travados. Não é imediatamente descartável, mas mesmo com os esforços em tentar sair do marasmo com alguns minijogos e variações, não consegue tornar o jogo muito mais atraente, tampouco duradouro.

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    Pirates of the Caribbean: Legend of Jack Sparrow (Playstation 2)

    8 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: 7 Studios
    Lançamento: 27/06/2006
    Distribuidora: Buena Vista Games
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: PC XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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