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PlayStation 2

Shining Tears

22/06/2005

da Redação
A série "Shining" nasceu no Mega Drive, em 1991, como "Shining in the Darkness", um RPG com labirintos pseudo-3D e combates com comandos e por turnos. Mas a franquia que mais fez sucesso foi "Shining Force", um RPG com estratégia que teve versões para Mega Drive, Sega CD, Game Gear, Saturn e Game Boy Advance.

"Shining Tears" segue uma outra linha de RPG, cujos combates são de ação, lembrando títulos como "Baldur's Gate" e a série "Ys". Em resumo, possui elementos similares a "Shining Soul" para Game Boy Advance, um típico título do tipo "ataque-e-fatie".

Lágrima no tempo das cavernas

"Shining Tears", assim como o recente "Ys VI: The Ark of Napishtim", parece fazer parte da velha guarda dos videogames. Deixa de lado os polígonos e volta a investir em cenários e animações feitos à mão, e isso traz até um certo frescor no contexto atual. O ambiente e os personagens parecem ter saído de um "Ragnarök Online", o popular RPG multijogador para PC, com personagens graciosos e cenários fantasiosos.

O início do jogo é um tanto lento, incluindo muitas cenas de diálogo, sem dublagens. Como nos mais tradicionais RPG japoneses, um avatar gigante, em estilo anime, é destacado durante as conversas. Todas as vezes que conversar com alguma pessoa importante na trama, aparecerão esses desenhos ao lado dos balões de fala.

Após alguns longos bate-papos, o jogador será introduzido às batalhas. Como em "Baldur's Gate", basta apertar o botão de ataque para golpear os oponentes. O personagem principal, o cavaleiro Xion, pode fazer um combo de até três golpes ou usar um especial, à custa de SP, que são os pontos necessários para usar as habilidades. Apesar de pequenos, os avatares possuem boas animações e detalhes.

Luz na escuridão

Os inimigos vêm em bandos, muitas vezes tendo um líder coordenando esse grupo. Como de praxe, se o capitão morrer, os outros perderão formas organizadas de atacar, podendo até mesmo fugir do combate. O jogador sempre terá a companhia de um outro soldado, que pode ser controlado por um segundo jogador.

No modo de um jogador, o seu par é controlado pelo computador, apesar de o usuário ter um certo controle, podendo usar o direcional direito para mexê-lo ou usar o botão R2 para fazê-lo correr. Existem os chamados "link skills", que são golpes feitos pela dupla, e que deveriam ser um dos pontos altos do game. Mas a dificuldade em usá-los e a eficiência dos golpes solos relegam essas habilidades combinadas para escanteio. Por exemplo, no caso da elfo Elwyn, um de seus especiais faz soltar flechas para várias direções, mas a referência é o protagonista. Quer dizer, Xion precisa praticamente expor-se aos inimigos para que os projéteis tenham endereço certo.

Naturalmente, matar os monstros faz com os personagens ganhem experiência, e conseqüentemente, fiquem mais fortes. Novamente invocando "Baldur's Gate", o jogador tem a liberdade de distribuir pontos para os atributos primários dos personagens, como força, inteligência, agilidade e constituição física. Separadamente, há pontos para as habilidades dos lutadores, e o usuário poderá aprender novos golpes ou melhorar os que já existem.

Nas fases iniciais, seu par é escolhido pelo andar do enredo, e serve para que se conheça o personagem, seja como guerreiro ou dentro do contexto da história. Mas para frente, quando os combates se tornarem mais freqüentes, o jogador terá a disposição entre oito soldados.

Cada um deles possui características e habilidades específicas, além de um alinhamento yin ou yang. Isso determina o estilo de Xion: se o par for yin, o protagonista assume a personalidade yang, e vice-versa. Dependendo do alinhamento, o cavaleiro muda alguns poucos golpes.

Apesar de ter um sistema interessante de duplas e uma construção de personagens bastante detalhada, sem falar no sistema de itens e armas, todos esses elementos não ajudam a melhorar o desafio dos combates, que vão ficando mais e mais repetitivos. Parte da culpa está na inteligência artificial dos inimigos, quase nula. Via de regra, eles começar a atacar quando seu personagem chega perto. E quase sempre voltam a ficar estáticos quando o seu grupo se afasta. Assim, a não ser que seus personagens estejam demasiadamente defasados, não há muitos desafios.

As novas roupas do guerreiro

No mais, uma das poucas opções de diversão do título está em desenvolver os personagens e coletar itens. Alguns deles ficam marcados com um ponto de interrogação, sinal que será necessário levar a um especialista em avaliação. Parece um subterfúgio para tirar o suado dinheiro virtual do jogador, que é relativamente escasso. O jogador tem a opção entrar num mundo virtual, uma "matrix" medieval, e lutar em quaisquer batalhas que tenha vivido no mundo "real".

Muitos dos equipamentos requerem certos níveis de atributo para serem usados, como determinados pontos de força e/ou um "level" mínimo. Como alguns desses itens são raros e específicos para um personagem, resta ao jogador seguir a "recomendação" e desenvolver o lutador de uma forma que pode ser contrária à sua vontade.

Não existem armas novas. Em vez disso, o jogador leva seus equipamentos para forjadores, que melhoram ou até mesmo elevam a categoria de sua arma. Para isso, esses artesãos precisam de matérias especiais, como o minério mithril. Combinando três tipos de materiais, é feito o forjamento. Existem fórmulas para cada personagem para obter uma arma superior. Procurá-las pode ser uma diversão ou uma frustração, dependendo da paciência do usuário. Os mesmos "upgrades" podem ser feitos com armaduras.

Jogo artesanal

Os gráficos são totalmente em 2D, com personagens de cenários desenhados à mão, e tem um quê nostálgico. Os cenários são bastante detalhados, mostrando com setas as saídas das cidades ou a entrada para estabelecimentos. Uma das maiores irritações do jogo está na carga de dados, que é feita a cada troca de cenários. É difícil entender como jogos como "Grand Theft Auto: San Andreas" consegue driblar tão bem o problema, com seus mapas astronômicos, e a Sega, uma renomada softhouse, não consiga fazer o mesmo. Os mapas de "Shining Tears" são muito pequenos para que fique carregando dados a todo o instante.

Os avatares, tanto os pequenos como os grandes, aqueles da telas de diálogos, são bastante detalhados, apesar de pouco variados. O valor de produção é um pouco pobre, pois quase não há dublagens, a não ser umas poucas frases em caso de danos, mortes ou conquista de mapas. A trilha sonora é interessante, lembrando os trabalhos anteriores da série. Não se sabe se é proposital, mas o som lembra a qualidade jogos mais antigos.

Outro problema que assombra o jogo é a lentidão. Se o andamento normal do game já não é dos mais rápidos, basta aparecer um grupo um pouco mais numeroso para que tudo fique ainda mais travado. E não parecem ser elementos especialmente pesados; são apenas alguns "sprites" minúsculos.

A interface segue o padrão da série, mas parece que o sistema ficou defasado com o tempo. Em época de grande número de opções, esse sistema de ícones parece ser insuficiente, além de ser bastante redundante em certos momentos. Afinal, para quê perguntar se o jogador quer ou não entrar numa loja? Pelo jeito, os produtores têm a noção que os carregamentos são excessivos e querem evitar um "loading acidental", para não irritar ainda mais os jogadores.

Vale a pena jogar de novo

"Shining Tears" é um jogo à moda antiga, no bom e no mau sentido. Ele resgata alguns elementos artesanais, ainda imprescindíveis na produção de games. Vale notar que "Castlevania: Symphony of the Night" é um dos melhores jogos para PSOne e ele foi feito em moldes tradicionais. O problema está na defasagem técnica, nos carregamentos excessivos e nos sons com qualidade que não condiz com a realidade atual.

CONSIDERAÇÕES

O sistema de desenvolvimento é satisfatório e a procura e "upgrade" de itens deve agradar para quem tem paciência. Mas, infelizmente, as batalhas, ponto importante para qualquer RPG, são muito fáceis e repetitivos, que vira um processo maçante ou, pior, um mal necessário para melhorar a condição de seus personagens. Só depende da personalidade do jogador se as lágrimas derramadas por "Shining Tears" serão de nostalgia ou de tristeza.

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    Shining Tears (Playstation 2)

    39 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Amusement Vision
    Lançamento: 22/03/2005
    Distribuidora: Sega
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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