O mais novo projeto da Crystal Dynamics - o estúdio responsável por "Soul Reaver" - começou sua vida como uma adaptação de "Deus Ex" em jogo de ação com elementos táticos. "Project: Snowblind" perdeu a licença do antológico simulador, mas sua influência continua clara em muitas facetas do game.
A ação se passa em um futuro próximo. Jogadores controlam Nathan Frost, um pobre soldado enviado para lutar em uma guerra altamente tecnológica na Ásia. Atingido por uma bomba nos primeiros minutos, o protagonista é convertido em uma espécie de guerreiro cibernético e enviado para liderar um grupo em missões de alto risco.
Menos tática, mais poderApesar de ser seguido por companheiros em boa parte do jogo, "Snowblind" não tenta recriar o elemento tático de "Rainbow Six" e se aproxima mais da ação frenética de "Medal of Honor". O diferencial aqui se dá pelas habilidades especiais que o lado robótico do herói proporciona: além de uma armadura potente e armas poderosas, ele é capaz de hackear terminais, usar visores avançados e o acionar o manjado truque de câmera lenta.
São exatamente essas habilidades que diferenciam "Snowblind" dos demais jogos do gênero. Como em "Deus Ex", Frost pode usar suas conexões cibernéticas para controlar robôs gigantes, metralhadoras e portas. Adicione a capacidade de dirigir veículos e o uso dos diferentes poderes que deixariam o "Homem de Um Milhão de Dólares" com inveja e o game abre um leque de estratégias bastante amplo, mas não tanto quanto o de "Deus Ex" e sem o elemento de personalização. Mesmo assim, é algo respeitável para o gênero.
O nome do jogo se deve ao fator Snowblind, um dos piores efeitos colaterais do lado eletrônico do herói: pulsos eletromagnéticos acabam gerando interferência em seu funcionamento. Apesar do grande vilão estar desenvolvendo uma arma com essa tecnologia, o efeito parece não ser usado com tanta maestria para justificar o título.
Faltou polir a lataria do robôApesar de promissor, o esforço da Crystal Dynamics parece falhar em outros aspectos. Enquanto o desenrolar da trama esbanja diálogos e personagens para tentar capturar a imersão de títulos como "Half-Life", o design geral de "Project: Snowblind" tem dificuldade em escapar da mediocridade. As fases são pequenas e simples, os inimigos previsíveis e o visual não impressiona. As opções multiplayer são igualmente desinteressantes.
CONSIDERAÇÕES
"Project: Snowblind" é uma boa opção para quem procura algo diferente no mundo dos jogos de tiro. Sua falta de acabamento é compensada pela criatividade, mas com tantos jogos do estilo mais refinados, fãs mais tradicionais podem escolher games de maior fama.