Star Wars III: Revenge of the Sith

da Redação

Games baseados em "Star Wars" já renderam boas horas de diversão mais diversos gêneros e plataformas. Seja "Rogue Squadron", "Battlefront", "Republic Commando", "Knights of the Old Republic" ou até mesmo um "LEGO Star Wars", todos aproveitam bem o conceito da série e o incorporam nos diversos tipos de games existentes. Mas uma das exceções são os títulos homônimos aos filmes, baseados diretamente no produto de longa-metragem. E "Revenge of the Sith" não foge à regra e se mostra um título burocrático, de pouca criatividade, e que foi lançado pelo óbvio: explorar a chegada do novo filme.

Resumindo, "Star Wars Episode III" é um jogo de ação baseado em combates, com um pouco de exploração. Isto é, o jogador vai progredindo pelas fases e destruindo os inimigos que estiverem pelo caminho. Na pele dos jedis Anakin Skywalker e Obi-Wan Kenobi, o usuário lutará com a espada e o poder da Força, energia usada em diversos ataques e movimentos.

Faltou um pouco da Força

Gênero bem explorado nos consoles atuais, os jogos de ação se esforçam para conquistar espaço através de inovações. Controlar jedis e usar espadas de plasma são pontos positivos, mas a construção de fases um pouco simplória e resposta de controles lerda para o tema comprometem a experiência do game.

A aventura principal segue o roteiro do filme do cinema, que completa a saga iniciada em 1977 e conta como um talentoso guerreiro se debandou para o lado sombrio da Força. Na maior parte do tempo, o jogador estará combatendo os diversos tipos de robôs conhecidos como droids, intercalados por cenas não-interativas e quebra-cabeças mais que simples.

No começo de cada fase, cenas tiradas do longa-metragem preparam o terreno para a aventura. Mas a produtora The Collective poderia ter poupado de ter de assistir à introdução toda vez que o estágio é reiniciado. Isso só faz aumentar o tempo de carregamento e também a irritação.

No modo para um jogador, o personagem é aquele que o enredo exige no momento. Mas tanto Anakin ou Obi-Wan possui praticamente as mesmas habilidades. Os métodos de ataque com a espada incluem golpes fracos, fortes ou críticos. Naturalmente, quando mais poderoso o movimento, menor a velocidade de acionamento. Os ataques podem ser combinados de várias maneiras, originando seqüência de golpes.

Os poderes da Força são o outro movimento-chave do game, que inclui deslocar objetos e inimigos à distância, paralisar oponentes, lançar a espada e recuperar a energia. Os jedis ainda podem correr, pular e se defender. As habilidades da Força e a lista de combos podem ser melhoradas acumulando experiência, que se ganha, basicamente, ao matar inimigos.

Ataque dos clones

O sistema de experiência lembra um pouco o de "The Lord of the Rings: The Return of the King". Ao derrotar inimigos, uma barra é acumulada e atingindo determinados níveis aumenta-se o ganho de experiência. Golpes mais complicados fazem a barra crescer mais depressa, o que significa mais pontos para melhorar as habilidades do personagem.

Mas a satisfação é prejudicada pelos controles não muito precisos, o que é agravado pela taxa de quadros, abaixo de produções mais caprichadas e um tanto insuficiente para os padrões atuais. Muito de seus golpes são parados pelos ataques dos oponentes e não dá chance ao jogador de ter uma diversão maior. Além disso, animações e gráficos não muito inspiradas fazem parecer que os inimigos são de papel, tamanha a falta da sensação de peso.

Também não ajuda a repetição de droids e de batalhas muito iguais umas das outras. "Revenge of the Sith" até se esforça para incluir alguma variedade, como arrombar portas, destruir interruptores e explorar pequenas salas escondidas, mas acaba não influindo muito no resultado final. As fases escondem itens secretos, que liberam mais energia e Força para o personagem.

Uma nova esperança

Os gráficos não chegam a ser ruins, mas um filme de visual apurado como "Star Wars" merecia um pouco mais de capricho. E o trabalho de câmera também é algo um pouco rústico, nem dramático, nem eficiente. A taxa de quadros, que já não é alta, fica pior ainda quando surgem grandes explosões na tela, mas esse defeito não é exclusivo do presente título. A trilha sonora tem a competência de sempre de John Williams, famoso compositor da série, e os efeitos também foram importados do cinema.

Para tentar aumentar o fator de replay, a produtora incluiu missões bônus, que são liberados à medida que se completa as fases principais. Há também um modo de versus com quase todos os personagens do episódio e um modo cooperativo para duas pessoas.

Enfim, "Revenge of the Sith", o jogo, não passa de uma diversão mediana, que não deve empolgar nem os fãs da série. O título não possui defeitos graves, mas também não consegue ter um diferencial para sobressair, caindo na vala das produções que não ficarão muito tempo na memória dos usuários. Destaque em diversos gêneros, de estratégia a tiro em primeira pessoa, ainda não foi desta vez que "Star Wars" ganhou um jogo de ação do tipo "lute e fatie" de primeira linha.