Star Wars: The Force Unleashed

"Star Wars: The Force Unleashed" é, para a LucasArts, bem mais do que um jogo. É um grande evento em torno do universo de "Star Wars", já que inclui no cânone oficial uma série de elementos que aproximam as duas trilogias cinematográficas - através também de outros produtos relacionados lançados simultaneamente, como um romance escrito pelo autor de ficção Sean Williams e uma graphic novel editada pela editora Dark Horse.

Embora tenha sido programado para praticamente todas as plataformas da atualidade, o jogo provocou mais expectativas entre os donos do Wii, pela possibilidade de finalmente poder imitar, com o Wii Remote e o Nunchuck, os movimentos do sabre de luz. E a sensação é realmente bastante convincente, e um dos pontos fortes do jogo.

A história do aprendiz

A história de "The Force Unleashed" se propõe a mostrar como Darth Vader conquistou sua posição no Império, caçando os Jedis sobreviventes depois dos eventos finais de "A Vingança dos Sith". Ele, inclusive, é quem dá início à ação, sob controle do jogador no planeta Kashyyk, lar dos Wookies, e dá um aperitivo da destruição que um Lorde Sith é capaz de promover.

Mas o jogo não é apenas sobre Vader, mas também sobre um garoto que ele adota e toma como seu aprendiz, que logo fica conhecido como "Starkiller" e, mais velho, continua o trabalho de caçar Jedis. Isto até que ele é obrigado a escolher seu próprio destino, quando a história passa a levar aos eventos que remetem ao começo de "Uma Nova Esperança".

Diferenças entre versões

Ainda que o roteiro seja basicamente o mesmo para todos os jogos, grandes diferenças os separam. Enquanto as versões de Xbox 360 e Playstation 3 são virtualmente idênticas, com recursos de ponta desenvolvidos pelo time interno da LucasArts, as versões para Wii, Playstation 2 e PSP foram repassadas para a Krome Studios, que teve que lidar com as maiores limitações destas plataformas.

Assim, mesmo seguindo o mesmo script, as fases e eventos são diferentes, incluindo mapas, desafios e quebra-cabeças. O Wii leva a vantagem por contar com os sensores de movimento, que são muito interessantes. Você pode cortar seus inimigos com boa exatidão e pode manipulá-los com o poder da força com facilidade e naturalidade, através da combinação entre o Wii Remote e o Nunchuck - e não é necessária tanta precisão para que seja uma experiência divertida.

Faltam desafios e enigmas exclusivos para o Wii, ou seja, os controles apenas foram adaptados para o combate, o que mostra que o jogo poderia ser bem superior caso a Krome pudesse ter investido tempo em um jogo exclusivo para a plataforma. Outro fator que prova isto é a clara pobreza nos visuais do game, puxada pela necessidade de utilizar recursos similares ao do Playstation 2 para tornar a produção mais rápida e mais barata.

A trilha sonora padronizada pelo maestro John Williams e os efeitos sonoros são os habituais e não há do que reclamar, especialmente se você é fã da saga. Há também alguns efeitos bacanas de luz e raios, por exemplo, assim como uma física interessante e, no geral, é uma aventura cativante. Há tempos o Wii não recebia um jogo sério, com uma história bem escrita e uma mecânica com certa dose de complexidade - mesmo que curto, é algo bem vindo para fugir dos infindáveis minigames, puzzles, jogos de tabuleiro e outras brincadeiras casuais.

Mas não há como não ficar incomodado com uma apresentação tão antiquada e repleta de deficiências. Mesmo o Playstation 2 já presenciou gráficos e interfaces mais interessantes, assim como o PSP. Isto sem contar alguns bugs horrendos como soldados que deixam de atacar sem motivo, pontos de save que não salvam ou até mesmo erros grotescos de colisão, que diminuem bastante a relevância do jogo.