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PlayStation 2

Suikoden III

13/12/2002

da Redação
Os RPGs de videogame mudaram muito nos últimos anos. Com a introdução de "Final Fantasy VII", a introdução de longos vídeos e sistemas de jogo mais simples e cheios de mini-games viraram a norma. Mas antes do clássico da Square, a Konami lançou um competente RPG para o PlayStation baseado em um dos grandes romances chineses. Nessa história, 108 "Estrelas do Destino" se unem para salvar o mundo de uma grande desgraça. algo que se reproduz literalmente no game: um dos objetivos secundários e unir 108 personagens jogáveis diferentes!

A série chega agora ao seu terceiro episódio (ainda com a opção de importar o jogo salvo da versão anterior para destravar alguns extras), marcando sua estréia na nova geração de consoles. A grande novidade está no Trinity Sight System, que oferece no começo três pontos de vista para a história: você pode jogar cada capítulo com um de três personagens principais - a brava cavaleira Chris, o jovem príncipe bárbaro Hugo, e o misterioso mercenário Geddoe.

É tudo questão de ponto de vista

Essa novidade é magistralmente implementada no game. Além de oferecer três protagonistas que são os maiores arquétipos dos RPGs (o cavaleiro honrado que recebe ordens moralmente duvidosas, o corajoso jovem que precisa provar algo e um guerreiro com passado obscuro), suas tramas não apenas se misturam mas se completam. Logo no começo do jogo, os caminhos de dois deles se cruzam, mas você não entende exatamente quais são suas motivações. Ao jogar pelo outro ponto de vista, muitas perguntas são respondidas. Como a trama de "Suikoden III" é muito boa, esse truque deixa qualquer fã do gênero fisgado por horas - e resulta em um RPG épico cheio sem um "personagem principal" e cheio de protagonistas... algo que muitos fãs ficaram na saudade desde "Final Fantasy VI".

Quem jogou as versões anteriores do game lembra do castelo e da cidade que os protagonistas tomam como base de operações, servindo de lar às Estrelas do Destino. Enquanto alguns personagens são apenas lutadores, alguns são diretores de teatro, cozinheiros, músicos, desenhistas... eles adicionam mini-games, bibliotecas de músicas e desenhos e uma infindável lista de segredos. Somente essa opção adiciona uma enorme rejogabilidade.

O sistema de luta chega modificado nesse episódio. A equipe do jogador ainda tem seis personagens, mas ele agora são controlados como duplas em mapas tridimensionais com movimentação livre. Você dá UMA ordem para cada dupla - que inclui alguns golpes e magias especiais que resultam da soma dos poderes de determinadas duplas. Ao usar ataque e defesa, isso não atrapalha muito. Mas ao usar magia e itens, o segundo personagem, por definição, ataca. E como algumas magias ferem também seus amigos, essa opção às vezes se torna problemática: seu amigo caminha até o oponente para atacá-lo, mas logo em seguida a magia de sua dupla acaba acertando o pobre coitado.

Personalidades únicas

Com mais de cem personagens, alguns podem temer que quase todos eles sejam apenas cópias uns dos outros, mas esse não é o caso. Além de trazerem opções especiais quando unidos à sua dupla especial, cada uma das estrelas pode aprender um determinado número de movimentos especiais com professores espalhados pelo mundo. Para deixar isso ainda mais interessante, cada um deles aprende estas habilidades com mais ou menos facilidade, precisando treiná-las para garantir um melhor desempenho.

Fãs da série sentirão falta das grandes batalhas épicas entre exércitos. Desta vez, ao invés de combates entre duas facções com centenas de soldados, o game oferece uma batalha com algumas tropas de até seis soldados. Um mapa estratégico oferece a possibilidade de mover cada um dos grupos que, quando confrontados, entram em uma luta de três turnos baseado em uma versão "Light" do combate tradicional. O sistema funciona, mas a velha opção deixa saudades. O sistema de duelos, porém, continua firme e forte. Somando essas três facetas das batalhas resulta em uma elaborada e variada experiência para o jogador.

Ritmo lento

Visualmente, o jogo é bem mais estilizado e simples que "Final Fantasy X", e tenta manter a mesma direção de arte das ilustrações, só que em três dimensões. A câmera é colocada em diversos ângulos diferentes, garantindo a profundidade dos locais explorados. Infelizmente, a transição para a terceira dimensão não foi totalmente perfeita: os ambientes são grandes e parecem levar uma eternidade para serem cruzados, e a taxa de quadros sofre em boa parte do jogo, engasgando com freqüência. O resultado é uma impressão de lentidão que permeia toda a aventura.

Para deixar o problema ainda mais grave, a ausência total de diálogos falados, a movimentação quase nula da boca dos personagens, falta de uma trilha sonora dramática durante as longas conversas e um texto que demora séculos para se desenrolar na tela só agrava o problema. Quem espera uma experiência tão transparente e fluida quanto os jogos da Square acabar roncando.

CONSIDERAÇÕES

"Suikoden III" é um jogo longo, cheio de surpresas e passatempos, com ótima trama e uma execução extremamente competente. Ao contrário de outros exemplares do gênero, esse jogo não é cheio de firulas desnecessárias, mas apenas elementos que somam algo à mistura. Se você tiver paciência para destrinchar as camadas dessa cebola, será recompensado com um dos mais originais RPGs do mercado.

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    GALERIA

    Suikoden III (Playstation 2)

    66 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: KCET
    Lançamento: 24/10/2002
    Distribuidora: Konami
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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