Winning Eleven 7 International

da Redação

A série "Winning Eleven" sempre esteve, desde suas primeiras edições, na vanguarda do futebol digital. Tanto que, desde que foi lançado há sete anos, é um dos poucos títulos do gênero que sobrevive, disputando com a franquia "FIFA" a hegemonia dos fãs do esporte.

Assim como cada "FIFA", toda nova versão refina elementos já consagrados: a jogabilidade que permite grande autonomia na criação de jogadas, os gráficos que emulam a movimentação e a reação dos jogadores, os menus extensos para alterações táticas e os sistemas de jogo que abrem o leque de possibilidades com a redonda, de seleções a times locais - incrementados pelo gerenciamento dentro e fora de campo, que permitem ao jogador treinar seu time e negociar salários e transferências com seus atletas.

Se todos essas características já eram conhecidas dos apreciadores de "Winning Eleven", resta dizer que as qualidades notórias da série só foram aprimoradas nesta sétima edição. Porém, se o que é bom só fica melhor, aquilo que incomodava permanece: a disposição dos menus é confusa, o gerenciamento das transações, burocrático, e as imperfeições na jogabilidade, como na antecipação e na proteção da bola, continuam.

Mas até mesmo estas "bolas foras" reforçam o caráter perfeccionista e vencedor de "Winning Eleven 7" - e esse é o grande diferencial da série em relação aos concorrentes. Só acha defeito quem procura à fundo.

Dentro das quatro linhas

Os modos de jogo são os mesmos conhecidos: copas globais e regionais, ligas customizadas e a Master League, mais exibição e treinamento. Os gráficos estão mais arredondados e as tomadas de apresentação reproduzem bem o ritual antes do início de cada partida.

Com a bola rolando, a movimentação dos jogadores e a nitidez dos gráficos passam muito bem a sensação de que se está manipulando e assistindo a uma partida de verdade, lembrando os bons tempos de transmissão pela TV do campeonato italiano nos domingos de manhã. Os replays e a seleção de melhores momentos garantem um bom momento de relaxamento na hora do intervalo.

O modo como cada "personalidade" se comporta dentro do campo é que impressiona cada vez mais. Craques como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Zidane, Van Nistelrooy e Davids estão praticamente transpostos para a tela, seja no modo de correr, finalizar, passar e mesmo gesticular. A inteligência artificial embutida em cada jogador dá vida própria ao jogo e ganha proporções maiores conforme se domina a técnica de "Winning Eleven 7".

Por "WE" ser um jogo que depende muito da tática empregada em cada partida, chegar ao gol nunca foi fácil e continua não sendo. A marcação se movimenta bem, o passe pode não ser preciso, os dribles, quase sempre manuais, têm sua manha na execução e as finalizações ainda são sensíveis ao tanto que se carrega o controle, ao direcional e à posição e condição do jogador na hora do chute.

Porém, fazer gols não é mais tão penoso quanto chegou a ser um dia nos jogos do título e, por isso, a diversão e o desafio estão garantidos, sozinho ou em grupo - lembrando que, apesar de "Winning Eleven 7" ainda não apresentar a opção online, a festa em mais de um jogador é sempre garantida.

A resposta dos atletas ao controle é ponto alto no jogo, com uma jogabilidade precisa que permite grande autonomia e diversificação na hora de criar as jogadas. Há várias opções de comandos, com ou sem a bola, que fazem com que a técnica de quem joga vá arredondando conforme o progresso nas tabelas, fornecendo as ferramentas necessárias para superar os desafios crescentes de "WE7".

Fora das quatro linhas

Uma das novidades de "Winning Eleven 7" é a loja e os prêmios em WEN, a moeda do jogo. A cada partida e torneio vencido, ganham-se WENs que serão usados para adquirir jogadores especiais como Romário, Dunga e Stoichkov, para liberar seleções clássicas como as da Holanda/1990, Brasil/1986, mais França, Alemanha e Inglaterra, além de habilitar novas roupas, comprar apoio da torcida e ter um campo de treinamento, entre outros.

Para aqueles que quiserem explorar o máximo de "WE7", o modo Master League é essencial: escolha seu time e vá batalhar pelo título ao longo de toda a temporada, disputando a liga e a copa regional, em busca de pontos que pagarão o salário dos jogadores e que possibilitarão as transferências necessárias para fazer de seu time um esquadrão imbatível.

Na Master League fica explícito um problema do jogo em seu padrão de nomenclaturas de jogadores e times. Alguns nomes correspondem à realidade, enquanto outros são meras aproximações dos verdadeiros - algo que fica estranho: se um nome é igual ao original, porque os outros não podem ser?

Enquanto isso, na opção de edição, pode-se criar jogadores sem limites de pontuação de seus atributos, escolhendo sua feição entre dezenas de opções e depois habilitando os jogadores para a seleção escolhida, ficando disponíveis também para os plantéis da Master League.

Se antes era mais fácil fazer transações envolvendo os trastes do seu time e os craques dos outros, agora o processo ficou mais burocrático, respeitando toda a agenda de negociações de uma liga de verdade.

Deve-se primeiro escolher o jogador que se deseja, fazer um determinado tipo de oferta por ele (empréstimo, compra ou "rolo" com algum outro de seu time), estabelecer os parâmetros de salário e do valor da transação e então esperar a resposta do outro time - e eles têm todo o direito de dizer "não". Às vezes, mesmo com o negócio fechado, o novo jogador não chega até o fim da temporada, o que deixa o progresso um tanto lento.

Considerações finais

A longa rotina e jornada que se empreendem no Master League agora tornam o jogo quase infinito, permitindo que continue se reformulando os times, conquistanto títulos e pontos suficientes para destrancar novas funções. Por isso, o apelo do jogo se mantém mesmo depois que se alcançam os principais objetivos, aspecto compensador que dá longevidade ao título e à sua edição corrente.