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X-Men: The Official Game

26/05/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
"X-Men: The Official Game" é, como o nome diz, o jogo oficial baseada na versão cinematográfica dos mutantes mais famosos dos quadrinhos. Títulos vindos de filmes "blockbuster", quase como uma maldição, costumam ficar bem abaixo da crítica. Mas os motivos para a baixa qualidade é bem mais terrenos: é pura falta de tempo hábil, no afã de aproveitar a onda de popularidade.

Assim, nem uma produtora de bons antecedentes como a Z-Axis, que já fez dois ótimos "X-Men Legend", conseguiu explorar seu talento. Não que "X-Men: The Official Game" seja imediatamente descartável, mas a impressão é que poderia ter sido um game muito melhor, mas faltou desenvolver um pouco mais as idéias - algumas bem interessantes.

Oficialmente um caça-níquel

"X-Men: The Official Game" é um jogo de ação que tem como foco os combates corpo-a-corpo, mas também traz fases que lembram um título de nave e alguma exploração. Há também um pequeno componente de evolução de personagens, podendo fortalecê-los conforme progride.

O enredo do game conta os acontecimentos entre o segundo e terceiro filme e tem como protagonistas o Homem-de-Gelo, Noturno e, é claro, o popular Wolverine. Pode parecer pouco, visto que a série "Legend" traz uma superpopulação de heróis, mas aqui, ao menos, cada um deles apresenta mecânicas de jogo bem distintas entre si. Mas a quantidade de movimentos individuais é bem limitada, denunciando a faceta subdesenvolvida do game.

Para a tristeza da maioria dos fãs de X-Men, as fases de Wolverine são as mais simples e, por isso mesmo, mais fáceis de cair na repetição. Com é de supor pelas características do herói, o seu negócio são os combates. Basicamente, a missão de Logan é estraçalhar quem aparecer pela frente com suas garras de adamantium.

Nas primeiras missões, ou no nível de dificuldade mais fácil, tudo se resolve com um apertar frenético de alguns poucos botões - ou até mesmo um único botão. Mas, em algumas partes, é necessário separar um golpe específico para cada tipo de inimigo. Ao menos, nessa parte, o game está bem estruturado.

Wolverine, assim como os outros mutantes desse game, tem uma quantidade pequena de movimentos, mas, ao menos, cada golpe tem sua utilidade. Por exemplo, os ataques aéreos deixam os adversários atordoados. Ou seja, é preciso pensar o mínimo que seja para sobreviver à horda de oponentes.

Não que o jogo seja difícil. Todos os personagens têm como recuperar a energia com o tempo, apesar de nos quadrinhos não constar que Noturno e muito menos Bobby Drake tenha o gene de "fator de cura". Ou seja, na hora do aperto, é possível usar a tática de se afastar da confusão, recuperar o fôlego, e voltar para o combate. Ainda mais pelo fato dos oponentes não serem lá muito espertos para perceber essa estratégia.

Wolverine também têm um movimento especial, o Rage, que só pode ser usado quando uma barra especial está cheia. Nesse estado, a recuperação de energia acontece mais rápido e os golpes ficam mais poderosos. Mesmo assim, o problema do personagem no game é que seus movimentos são muito tímidos, ou seja, não fazem jus à fama do guerreiro de adamantium.

Balde de água fria

Já as fases do Homem-de-Gelo lembram um jogo de nave; ele praticamente voa, surfando numa trilha congelada. Os seus ataques são todos de longa distância: jatos de gelo e tiros. O primeiro serve para apagar o fogo ou congelar objetos, ações essenciais para as missões de Bobby. Já os tiros servem para atacar os oponentes.

As missões do mutante gelado já são um pouco mais variadas que as de Wolverine, ou seja, vai além dos combates. Mas uma característica pode irritar alguns jogadores: quase todas as fases possuem tempo-limite. E num jogo que tem elementos de exploração, por menor que seja, isso tende a ser incompatível, mesmo que você possa repetir as missões quantas vezes quiser.

Aqui é possível ver mais um aspecto desajustado do game. A mira automática também reage ao fogo e, como isso não afeta o jato de gelo, que sempre vai para o centro da tela, esse característica apenas atrapalha o jogador. Outro problema com o Homem-de-Gelo é que os controles parecem menos precisos que os outros personagens.

Ovelha negra, no bom sentido

Mas, do trio de protagonistas, quem rouba a cena é mesmo Noturno. Primeiro porque ele tem posição de destaque no enredo. O game, por exemplo, revela, com surpresa, por que o personagem não está presente no terceiro longa-metragem. Depois, suas missões são mais variadas e seu poder de teletransporte é explorado com inteligência.

Com o poder, o personagem praticamente não precisa andar. Ele simplesmente transita entre postes, parapeitos e canos em alta velocidade. Como a câmera acompanha todo o movimento, não há perigo de o jogador ficar perdido. Ele também pode andar pelas paredes e se desloca em plataformas estreitas, como canos, com grande desenvoltura, apesar de essas habilidades serem pouco requeridas, já que o teletransporte transpõe a maioria dos obstáculos.

Noturno também luta mais bonito que Wolverine. Como no filme "X-Men 2", ele pode aparecer por trás do inimigos, fazer uma seqüência de golpes, teletransportar novamente e repetir a operação. Além de "estiloso", a técnica também é uma das mais eficientes do personagem contra os oponentes, já que, no chão, ele não é tão bom quanto Logan.

Mas as fases de Kurt Wagner não são só pancadaria. Também há muitas missões de exploração, que, novamente, graças a grande mobilidade do personagem, se tornam muito mais divertidas.

Astros mutantes

Em "X-Men: The Official Game", o personagem é determinado pelas fases. Cada uma delas, com exceção dos estágios de treino, possui seis itens colecionáveis que, se completos, liberam roupas alternativa para os mutantes. A maioria deles é fácil de encontrar, mas alguns podem estar mais bem escondidos. A procura desses itens também é mais difícil nas fases com limite de tempo.

O jogo também oferece um bom sistema de recompensas. Cada fase tem três níveis de dificuldade e quanto mais alto, maiores são os pontos para melhorar os personagens. Ou seja, mesmo quem não tem tanta habilidade pode tentar se aventurar em dificuldades superiores usando um lutador fortalecido, e assim, ganhar mais pontos.

O trio de protagonistas pode ter ajuda de personagens como Tempestade e Colossus, em determinados estágios. Outros astros da série, como Lady Letal, Samurai Prateado, Sentinela e, claro, Magneto, também aparecem, como chefes de fase. Aliás, as lutas contra esses vilões, ao menos alguns deles, são outro destaque do game, ainda mais se comparada aos combates monótonos contra os inimigos "normais". Eles exigem estratégias mais elaboradas para serem derrotados.

O game conta com um bom número de fases, mesmo porque algumas delas são bem pequenas. No fim, a aventura fica de bom tamanho, já incluindo alguns desafios extras na opção Cerebro Files. Depois disso, há poucos incentivos para jogar mais, já que o título não traz nenhuma opção multiplayer.

O mundo de X-Men na tela

Em termos visuais, "X-Men: The Official Game" não decepciona. A produtora Z-Axis fez um bom trabalho principalmente nos ambientes, que reproduz com bom nível de detalhes localidades como a base do lago Alkali e a câmara da Cerebro 2, ambas vistas no segundo filme de "X-Men". Os personagens têm boas animações, mas é difícil ver muitos detalhes, pois eles geralmente ficam longe da câmera.

O jogo é virtualmente idêntico em quase todas as plataformas. A edição para PC tem mais resolução e a para Xbox 360 traz mais definição de texturas e efeitos, mas não o suficiente para justiçar seu alto preço. Em termos de desempenho, o melhor também é o Xbox 360, seguido pelo Xbox. Mas, mesmo no PlayStation 2 ou no GameCube, não há nenhuma "travada" mais séria.

A produtora usou um estilo interessante para as cenas não-interativas, que lembra uma história em quadrinhos, só que com movimentos. Os desenhos são baseados nos atores do filme, como Hugh Jackman (Wolverine) e Halle Barry (Tempestade). Mas como foi mal-executado, ficou parecendo uma opção-tampão aos vídeos de computação gráfica tradicionais. Fora isso, há cenas em que os quadros passam tão rápidos que é praticamente impossível de acompanhar a história, que por si só já é meio desconexa.

A qualidade sonora é mediana. Apesar de usar algumas trilhas do cinema, falta impacto na versão para videogames. Durante o jogo, as composições não têm nenhuma personalidade. As dublagens contam com alguns dos atores do filme, mas o único que se destaca é Patrick Stewart, na voz do professor Xavier. Já Hugh Jackman, Alan Cuming (Noturno) e Shawn Ashmore (Homem-de-Gelo) estão no mesmo nível dos dubladores contratados para fazer as vozes dos personagens restantes.

Jogo subdesenvolvido

"X-Men: The Official Game" soa como oportunidade perdida. A idéia de ter um controle diferente para cada personagem é boa, mas faltou desenvolver melhor cada um deles. Os fãs dos mutantes deverão gostar de controlar os heróis e ficar por dentro do que aconteceu entre o segundo e terceiro filmes. Para os outros jogadores, ao menos Noturno deverá agradar com seu estilo de combate "ninja", mas, no geral, deverá ser uma aventura rápida.

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    X-Men: The Official Game (Playstation 2)

    63 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Z-Axis
    Lançamento: 19/05/2006
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: PC X360 GC XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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