Atelier Rorona: Alchemist of Arland

RODRIGO GUERRA
Colaboração para o UOL

A família de consoles da Sony é conhecida, entre outras coisas, como o lar dos jogos de RPG japoneses. Foi assim no PSone e continuou com mais força no PlayStation 2. Só que alguma coisa aconteceu nos últimos anos, pois dá para contar nos dedos das mãos a quantidade de títulos do gênero que foram lançados para o PS3. Para quem é fã desse tipo de jogo, a NIS America acaba de lançar "Atelier Rorona: Alchemist of Arland", um game tão tipicamente japonês que dificilmente agrada a todos os gostos.

Embarque em um mundo de fantasia

"Rorona" pouco se assemelha com outros jogos da série "Atelier" e mais parece ter sido uma cria de "Harvest Moon". A história mostra Rorona, uma jovem alquimista que fica com a responsabilidade manter a loja de sua mestra na ativa cumprindo as ordens do rei de Arland. As ordens são simples, como fazer inúmeras poções de cura ou criar materiais mágicos para os guerreiros da cidade. Para isso ela vai ter que aprender a fazer alquimia de primeira linha e se socializar com as pessoas da cidade - tudo isso com o típico humor ingênuo do pessoal do oriente.

Assim como na vida real, ela deve cumprir o pedido em um prazo determinado - que geralmente é de três meses. Aí que vem o desafio, pois tudo no jogo é contado em dias, como visitar uma área específica da floresta e preparar os itens em seu laboratório. Ou seja, só para sair da cidade, colher dez repolhos e depois fazer sopas mágicas são gastos seis dias. Nesses 90 dias Rorona terá que fazer muitas viagens de ida e volta para cumprir a sua missão, sem falar do tempo gasto em descanso, já que para fazer qualquer fórmula ela gasta uma quantidade razoável de energia. No final o tempo fica escasso para ganhar um trocado ou fazer favores para amigos.

Alquimia e personagens carismáticos

O trabalho de encontrar itens e fazer a mágica acontecer é até divertido, porém o mesmo não se aplica ao sistema de batalha. O sistema utiliza comandos simples como ataque e habilidades especiais, magias de fogo ou golpes mais potentes. Depois de alguns turnos, é possível que Rorona chame ajuda de um aliado para dar um ataque adicional ou usá-lo para defendê-la. Entretanto, isso não é suficiente para manter o desafio, que pode ficar martelando o botão de ataque sem parar e vencer facilmente.

A dificuldade aumenta sensivelmente quando uma nova área é descoberta, mas isso é um problema passageiro, tendo em vista que Rorona pode criar novas armas e equipamentos em seu laboratório com os itens encontrados nesses locais. Quanto aos chefes, os poucos que existem são derrotados com a mesma facilidade dos inimigos, o que é decepcionante.

Relações de amizade

Algo que o jogo tenta empurrar é o sistema de amizades e, que dá uma sobrevida ao game depois de terminá-lo pela primeira vez. Para isso é necessário visitar sempre os donos de loja ou personagens secundários e ver o que eles estão precisando no momento. Geralmente os itens pedidos são fáceis de serem conquistados e, a cada tarefa realizada, mais forte é o laço de amizade. Quanto mais ligado à pessoa, mais vantagens para a alquimista, como descontos em lojas e até mesmo a possibilidade de ganhar presentes raros.

Conheça o sisteam de batalha

Por ser o terceiro jogo da Gust no PlayStation 3, era de se esperar mais qualidade em termos de imagens, mas o título utiliza gráficos simples usando a tecnologia cel shading misturados com cenários 3D. O resultado não é ruim, mas também não é algo marcante que será lembrado em dias futuros.

O departamento de som também tem falhas graves, como músicas repetitivas ao extremo e as vozes irritantes do time de dublagem da NIS America. Por sorte é possível escolher o idioma japonês, no qual é muito mais agradável aos ouvidos e mais condizente com a personalidade dos personagens.