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PlayStation 3

Beowulf: The Game

30/11/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Pense num game protagonizado por personagem fortão, que estraçalha seus oponentes com brutalidade e que envereda numa épica batalha contra uma enorme serpente marinha. Imagine que o jogo também tenha beldades seminuas. Parece familiar? Mas o personagem em questão não é um guerreiro espartano que virou o deus de guerra no PlayStation 2, mas de um imitador barato, que rivaliza apenas nos quesitos de violência e sangue.

"Beowulf" é um jogo de ação com foco em combates, que, a primeira vista, parece muito com o novo clássico "God of War": tem o mesmo jeitão impiedoso e a parte introdutória termina com uma batalha contra um inimigo gigante que vem do mar. No entanto, as semelhanças param por aí, pois o game do guerreiro nórdico é repetitivo e cheio de limitações e incoerências.

O enredo vem diretamente do filme dirigido por Robert Zemeckis, que, a exemplo de "O Expresso Polar", é um obra em computação gráfica cujos personagens foram feitos a partir de atores reais. Basicamente narra como Beowulf, um guerreiro com a força de 30 homens, se tornou rei depois de derrotar o monstro Grendel e sua mãe. O problema é encontrar coerência no jeito que o game conta a história.

Aprendiz da guerra

Cenas de ação
O sistema de combate é basicamente o mesmo que se vê em outros games do gênero, com dois botões para golpes e um para agarrar o oponente. A impressão inicial é boa: o visual não faz feio e as lutas parecem viscerais. Mas, o número de seqüências possíveis é pequeno, e permanece assim até o final. Ou seja, ainda que haja variação dependendo do tipo de arma (ou com as mãos vazias), o mais provável é que se perceba a existência de um determinado golpe especialmente eficiente e use-o até o fim da jornada. Quando se agarra um inimigo, o processo a seguir é quase de um minigame, que, dada a enorme quantidade de adversários, apenas quebra a fluência da ação.

Quando se depara com um chefe, não basta apenas sair distribuindo bordoadas. Em dado momento, é preciso iniciar (geralmente isso se faz com o botão de agarrar) uma demonstração interativa, uma seqüência de ação mais elaborada e brutal, cujo sucesso depende de pressionar os botões indicados na tela. Mas a realização fica muito aquém do que se vê na obra que inspirou "Beowulf".

O mal compensa

Nem tudo é imitação. Um dos diferenciais do game é a existência de um esquadrão, que, em tese, deveria ajudar o protagonista. Eles são ótimos para remover obstáculos (ainda que, para isso, seja necessário "incentivá-los" com um cântico de guerra cujo controle lembra o de um game musical). Mas, na hora da luta, é mais provável que você tenha servir de babá, pois a morte de todos os companheiros ou de Wiglaf, seu melhor amigo, significa o fim prematuro do jogo. Lutar bravamente faz com que se ganhe energia e uma aura azul, e faz Beowulf seguir o caminho do heroísmo. Existe um sistema de índole que modifica o enredo conforme o modo de lutar.

O outro caminho é o carnal, das sombras. É trilhado quando se usa o carnal fury, que deixa o guerreiro invencível e muito mais forte. A tela fica vermelha e não dá mais para identificar aliados de inimigos. Esse sistema dualista soa interessante, mas é até descobrir que as escolhas são desiguais. Seguir o caminho da fúria é muito mais fácil: muitos dos chefes praticamente exigem a utilização do poder. De toda forma, o mais provável é se entediar com a quantidade de combates repetitivos.

Cadê as placas?

Baseado no filme
Outro problema do game se refere às fases. A progressão é linear, mas não é comum se sentir perdido por não saber para onde ir. A culpa recai sobre o desenho dos cenários, que não dão sinais claros. Às vezes, uma rocha é suficiente para impedir a passagem, sendo que o herói é capaz de escalar paredes enormes. Há pouca exploração: o que se busca, geralmente, são as armas especiais, que tem a enorme vantagem de não quebrar à toa.

A produção talvez seja um dos pontos mais fortes do game. Os cenários são belos (apesar de um pouco estáticos e artificiais) e, para quem gosta de violência, há sangue e ossos quebrados por todos os lados. Há cenas de grande impacto, como a batalha contra a gigante serpente marinha, em plena tempestade. Os personagens estão bastante realistas e detalhados, apesar de a expressão facial ser meio esquisita. A trilha sonora inspira a grandiosidade de um típico épico "blockbuster" de Hollywood, mas as dublagens não parecem ter se beneficiado dos astros que participaram do filme, notadamente Anthony Hopkins (como o rei Hrothgar) e Ray Winstone (Beowulf). E as frases que se ouve durante os combates são tão repetitivos quanto as batalhas em si.

CONSIDERAÇÕES

"Beowulf: The Game" buscou em "God of War" a sua inspiração, mas a transposição ficou apenas na superfície. Embora até seja promissor no início, não demora em se perceber as limitações do game. A partir daí é uma sucessão de combates brutais, mas repetitivos, quando não frustrantes, por ter que recomeçar as missões por que o seu grupo foi dizimado ou seu amigo caiu em combate. Enfim, o título confirma a tradição: games baseados em filmes costumam ser medíocres.

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    GALERIA

    Beowulf: The Game (Playstation 3)

    27 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Ubisoft
    Lançamento: 13/11/2007
    Distribuidora: Ubisoft
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: PC PSP X360
    RegularAvaliação:
    Regular

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