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Bodycount

PABLO RAPHAEL

da Redação

22/09/2011 11h42

As idéias por trás de "Bodycount" renderiam um bom jogo de tiro, mas infelizmente, poucas foram realmente aplicadas com êxito no jogo da Codemasters. Do jeito que está, é um jogo sem carisma nem desafio, muito fraco comparado com a leva de games do gênero disponível atualmente.

Introdução

Criado pela Codemasters, "Bodycount" tinha como proposta inovar o gênero de tiro em primeira pessoa, com o uso de armas poderosas e criativas com um sistema de pontuação que premiasse a habilidade do jogador. Parece, porém, que essas idéias se perderam durante o desenvolvimento e pouco do que o jogo propõe é visto na prática.

Pontos Positivos

Cenários interessantes

Boa parte do jogo se passa em uma região indefinida da costa africana, com favelas ensolaradas, cheias de barracos e passarelas improvisadas. Tudo é muito colorido e bem iluminado.

Outras fases levam o jogador para instalações militares quase alienígenas de tão claras e assépticas. Embora mais simples do que as favelas, essas fases chamam a atenção pelo contraste com as anteriores.

Mapas criativos

Os estágios de "Bodycount" são amplos e cheios de atalhos, barricadas, explosivos e vários níveis da altura, que podem ser explorados por um jogador criativo.

A sensação de escolher caminhos diferentes e aproveitar as possibilidades dos mapas durante o combate é muito bem vinda e diferencia "Bodycount" dos outros jogos do gênero, em que você geralmente apenas segue em frente.

Pontos Negativos

Sem carisma

"Bodycount" segue o mesmo conceito de "Bulletstorm", da Epic Games. Infelizmente, o jogo da Codemasters não tem carisma algum, algo que seu concorrente esbanja.

O personagem principal é um agente de uma organização genérica, enfrentando soldados de outro grupo genérico e guiado por uma voz feminina que passa instruções e objetivos - como acontece em praticamente todos os games de tiro. Sem personalidade própria, o jogo não consegue envolver o jogador.

Armas comuns

O arsenal de "Bodycount" envolve armas simples, como pistolas, rifles, escopetas, metralhadoras e granadas, nada de diferente do convencional.

O jogador possui alguns truques na manga, como balas explosivas e um ataque aéreo, mas nada disso torna a experiência realmente mais interessante.

Chuva de confete

Ao abater os inimigos e quebrar objetos pelo cenário, esferas coloridas voam para todos os lados e são absorvidas pelo jogador. Essas esferas representam itens como munição, granadas e "intel".

Por "intel", não espere documentos revelando partes secretas da história ou itens colecionáveis, como em outros jogos. Essas esferas servem apenas para encher a barra de energia das habilidades especiais: balas explosivas, marcar alvos, adrenalina, ataque aéreo.

Mira automática

Em um jogo onde um dos desafios é executar tiros "habilidosos", é estranho que a mira funcione em modo quase automático e as balas sejam praticamente atraídas para a cabeça dos inimigos, mas é isso que acontece em "Bodycount".

Pouco desafio

Os tais tiros de habilidade de "Bodycount" não são muito criativos: tiros na cabeça, morte por granada, morte usando o cenário, abater o inimigo através da cobertura, esfaquear o oponente, derrubar alguém quando você estiver perto da morte e assim por diante.

A lista acima inclui quase qualquer ação que você realiza em um jogo de tiro. Assim, é muito fácil marcar pontos "de habilidade" em "Bodycount", sem se esforçar nem um pouco.

Pior ainda, a contagem de pontos no "combo" só é interrompida quando você derruba um inimigo de maneira "normal", atirando no torso do sujeito. Assim, avançando devagar e com um mínimo de cuidado - e com a ajuda da mira automática do jogo - é possível atingir pontuações elevadas sem necessariamente ser um jogador habilidoso.

Nota: 4 (Medíocre)