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Captain America: Super Soldier

PABLO RAPHAEL

da Redação

05/08/2011 10h00

"Captain America: Super Soldier" é totalmente inspirado em "Batman: Arkham Asylum" e em seus melhores momentos, realmente lembra o game da Rocksteady. Porém, a aventura do Capitão América nunca ousa o suficiente para sair da sombra do Morcego, se limitando a seguir seus conceitos mais básicos, com um bom sistema de combate e um pouco de exploração. É um game bem feito, divertido e mesmo devendo em originalidade e merecendo um acabamento mais caprichado, é superior aos jogos que costumam acompanhar as estréias do cinema.

Introdução

Produzido como suporte para o filme "Capitão América: O Primeiro Vingador", "Super Soldier" se passa na 2ª Guerra Mundial, com o Capitão América explorando um misterioso castelo na Alemanha e lidando com as experiências secretas da Hydra, organização que fornece armas para os nazistas e planeja dominar o mundo. Com um sistema de combate que lembra "Batman: Arkham Asylum", o jogo é um bom aquecimento para o filme do super soldado americano.

Pontos Positivos

Sistema de combate

O jogo do Capitão América não esconde sua nspiração em "Batman: Arkham Asylum" e a maior semelhança entre os 2 games está no sistema de combate. O Capitão luta desarmado e toda a mecânica de luta envolve esquivar, bloquear e contra-atacar na hora certa. Você adquire novos golpes conforme progride no game e derrubar alguns inimigos avançados exige um mínimo de estratégia e golpes específicos.

A única arma do Capitão é seu escudo, que pode ser aprimorado no decorrer do jogo para derrubar vários inimigos de uma só vez ou ricochetear nas paredes. O escudo é útil para destruir objetos e explodir barris de combústivel, além de eliminar atiradores de elite, bloquear ataques e até devolver tiros.

Ambientação "vaporpunk"


A aventura toda se passa em um castelo alemão em plena Segunda Grande Guerra, com soldados nazistas, grandalhões de armadura equipados com armas futuristas  e cientistas malucos lutando contra o Capitão América. A ambientação "vaporpunk" dá personalidade ao game e lembra um pouco um velho clássico dos jogos eletrônicos: "Return to Castle Wolfestein". Só faltou um Hitler robô na última fase.

Itens colecionáveis

As salas e corredores de "Super Soldier" são cheios de itens colecionáveis, desde arquivos confidenciais até rolos de filme e ovos de cerâmica. Todos os itens somam pontos que podem ser trocados por melhorias, liberam artes conceituais e belos vídeos apresentando os inimigos e a história por trás do game. Explorar cada canto do castelo em busca dos itens colecionáveis é uma das atividades mais satisfatórias em "Captain America".

Desafios extras

Assim como "Arkham Asylum", "Captain America" oferece uma série de desafios extras fora da aventura principal. Muitos deles envolvem superar oponentes em combate e alguns outros exigem que você colete os itens escondidos pelo cenário enquanto lida com os inimigos que surgem pela frente. Um dos destaques é um desafio em um labirinto, visto de cima, em que o Capitão precisa coletar itens e fugir dos inimigos, pois só pode lutar contra eles ao coletar objetos específicos nos cantos do cenário. Parece estranho, mas é um desafio divertido e muito parecido com uma partida de "Pac Man".

Pontos Negativos

Plataformas sem desafio

Além de distribuir sopapos nos soldados da Hydra, o Capitão América também atravessa várias passagens de plataformas ao longo de "Super Soldier". Infelizmente, esses estágios são simples sequências de apertar um botão na hora certa e não um teste para a sua perícia no controle. Pior ainda, não há penalidade alguma em errar a hora de apertar o botão entre um pulo e outro, apenas se demora mais para completar as acrobacias.

Tanto o sistema simplificado de acrobacias, que exige apenas o apertar de um botão para saltar, correr pelas paredes ou se pendurar em vigas, quanto a decisão de não penalizar o jogador por errar um movimento são tentativas de mostrar o Capitão América como um herói atlético e habilidoso mas fracassam por não transmitir essa sensação de habilidade para o jogador.

Aventura muito linear

Apesar do castelo onde o jogo se passa ser enorme e cheio de câmaras para explorar, inclusive com um sistema de esgostos que liga cada uma de suas áreas, "Super Soldier" é uma aventura muito linear, que não estimula o retorno aos estágios anteriores. O próprio sistema de combate pouco muda e o único equipamento do Capitão é seu escudo, que não oferece grandes surpresas ou novas habilidades realmente diferentes no decorrer do game.

Próximo ao fim do jogo, o sistema de esgotos já está todo aberto, mas é difícil imaginar alguém voltando para explorar os mesmos corredores ao invés de avançar logo para a conclusão de "Captain America".

Puzzles simples e repetitivos

Algumas passagens do castelo só se abrem após o Capitão decifrar um código secreto. A tarefa é simples: comparar 2 códigos e sobrepor a letra ou número igual em ambas as combinações. O efeito visual é bacana nas primeiras vezes, mas logo o processo se torna repetitivo e tedioso.

Sabotar as máquinas da Hydra também não é das atividades mais criativas: basta juntar dois fios para explodir todo e qualquer equipamento projetado pela organização maligna. Com mais variedade, os puzzles poderiam ser um ótimo contraponto ao quebra-quebra de "Super Soldier". Do jeito que estão, apenas reforçam a lineariedade e tornam o game repetitivo.

Nota: 7 (Bom)