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Catherine

PABLO RAPHAEL

da Redação

25/08/2011 09h00

Com uma boa história e muita criatividade, "Catherine" é um dos melhores jogos já criados pela Atlus. Mais ainda, consegue ser interessante para o público ocidental, apesar de se tratar de um game tipicamente japonês, com fortes elementos de simulação social e uma dificuldade considerável, principalmente nos estágios finais. Não deixe a história, por melhor que seja, te enganar. Por trás da trama, "Catherine" é um ótimo jogo de puzzle, capaz de prender os entusiastas do gênero por muitas horas, em busca das melhores pontuações.

Introdução

"Catherine" é um jogo excêntrico, do tipo que dificilmente chega ao Ocidente. É um game que combina puzzles desafiadores, simulação social e um ótimo enredo, que aborda a infidelidade e suas consequências em uma apresentação ao estilo anime. Uma mistura nada convencional, mas que, por incrível que pareça, funciona.

Pontos Positivos

Enredo intrigante

Em "Catherine", você controla Vincent, um engenheiro de software de 32 anos que leva uma vida comum: trabalha, namora com Katherine, passa no bar para tomar umas e outras com os amigos e vai para casa. Quando sua namorada começa a sugerir um casamento, as coisas começam a se complicar e quando a jove, sensual e misteriosa Catherine entra na história, a vida de Vincent vira de pernas para o ar.

Ao mesmo tempo, uma onda de mortes envolvendo pesadelos assola a cidade. Depois que conhece Catherine, Vincent entra nesse mundo de pesadelos e, assim como nos filmes de Freddy Krueger, se o herói morrer por lá, morre no mundo real. Os puzzles dos pesadelos se encaixam perfeitamente com a trama e com a simulação social. Uma parte do jogo não existe separada das outras e você fica sempre na expectativa do que vai acontecer no dia seguinte, quando Vincent acordar.

Puzzles desafiadores

Nos pesadelos, Vincent passa por puzzles em que precisa escalar torres, movendo e encaixando blocos até alcançar o topo. Você ganha pontos pela agilidade e no fim de cada etapa, um chefão sinistro o persegue, transformando o desafio mental do puzzle em uma corrida desesperada.

Mover e encaixar os blocos parece simples no começo, mas há uma boa variedade de blocos especiais e técnicas para encaixar as peças. Chegar ao topo nem sempre é fácil e, para complicar, há armadilhas como blocos que caem e setas que saem do chão, além de outros personagens, representados como ovelhas, que tentam subir e que podem até tentar derrubar o jogador da torre.

Os chefões merecem destaque, pois são verdadeiras criaturas dos pesadelos de Vincent. O primeiro chefe remete à Katherine, com suas unhas azuis e um enorme garfo pronto para espetar o herói. Já o chefe da segunda fase, por exemplo, é uma visão assustadora e bastante sexualizada.

Decisões pessoais

Entre a história e os pesadelos, "Catherine" oferece um sistema de simulação social que, embora simples, permite que você faça parte da trama, conversando com amigos, frequentadores do bar e até enchendo a cara - o que ajuda nos puzzles, por sinal.

Em alguns momentos, você passa por um confessionário e responde perguntas extremamente pessoais, que moldam o caráter de Vincent. O herói não decide nada sozinho. Todas as escolhas realmente importantes e até a decisão sobre como ele se sente em relação às duas mulheres em sua vida, são as suas escolhas, as suas opiniões, e a história se adapta ao que você decide, inclusive oferecendo vários finais diferentes.

Capricho e originalidade

Não é só a combinação incomum de gêneros que chama a atenção em "Catherine". Todos os aspectos do jogo são muito caprichados e originais. A trama de infidelidade conjugal, a ambientação, tanto no mundo real quanto nos pesadelos de Vincent, todos os elementos de "Catherine" colaboram para fazer do jogo da Atlus uma experiência diferente do que você está acostumado nos videogames.

Pontos Negativos

Coop desnecessário

Um dos extras de "Catherine" é um modo cooperativo, onde você e outro jogador escalam as torres e podem ajudar um ao outro empurrando e posicionando os blocos. A modalidade não acrescenta nada ao jogo e nem consegue oferecer uma experiência diferente dos puzzles originais. O modo cooperativo parece estar presente apenas por obrigação e nada mais.

Não é para todos os gostos

Por mais original e bem feito que "Catherine" seja, é preciso admitir: não é um game para todo tipo de público. A história adulta e repleta de insinuações sexuais afasta o game dos jogadores mais jovens. E, vale lembrar, em sua essência, "Catherine" é um jogo de puzzle, o que pode decepcionar ou cansar logo quem não é fã do gênero. Antes de adquirir o game, é bom experimentar a demonstração disponível para download na Xbox Live Arcade e na PlayStation Network.

Nota: 9 (Excelente)