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PlayStation 3

Conan

06/11/2007

MATHEUS BOURG
Colaboração para o UOL
Partindo da idéia de que jogos baseados em filmes, seriados e obras literárias raramente dão certos - o jogador provavelmente já está cansado de saber disso -, é difícil imaginar como o público receberá um trabalho que, não bastasse a sina, ainda passa aquela sensação de que algo está inacabado. "Conan", desenvolvido pela pouco conhecida Nihilistic fica no meio termo. Embora recheado de defeitos, pode ser divertido caso a pessoa por trás do controle entenda a sua proposta.

Em primeiro lugar, as desculpas

Neste caso, a proposta por aqui não é ser um jogo fantástico - longe disso. Caso conheça o mínimo da história de Conan, herói criado pelo escritor e historiador Robert E. Howard, você já é capaz de perceber que alguém trocou completamente as bolas ao afirmar que a principal arma do personagem deve ser uma espada, e não um poderoso e vasto arsenal de magias. Além de um erro na interpretação básica do protagonista do game (basicamente, seria como fazer com que Kratos utilizasse pistolas em um episódio de "God of War"), este é um claro sinal de que não há muito que se esperar em termos de enredo. E, trocando em miúdos, a trama por aqui é rasa e, definitivamente, não vale a pena.

Ao menos o jogo respeita o universo bárbaro de Conan com muito sangue, desmembramentos e até mulheres com seios à mostra, algo que o público masculino certamente não tem do que reclamar. Trata-se de um título de diversão cujo principal requisito é colocar o cérebro para descansar e pressionar freneticamente os botões. Em alguns momentos (raros, mas eles existem), é preciso resolver algum quebra-cabeça ou enfrentar chefes executando comandos na hora contextuais. Ainda assim, no entanto, tudo beira o inacreditável devido à extrema facilidade. Mesmo na dificuldade máxima, às vezes a sensação é a de que, com exceção de inimigos especiais, o game está tirando uma com a sua cara.

Um braço aqui, uma perna acolá

Como o leitor já deve ter suspeitado, o foco de "Conan" é no sistema de combate que, basicamente, permite ao herói empunhar não apenas espadas, lanças e machados, mas também elementos dos cenários ao seu redor. Felizmente, esse é o aspecto do jogo que mais empolga e que funciona sem maiores problemas: além da grande variedade de golpes e lâminas, o jogador ainda tem a oportunidade de comprar novos movimentos com os orbes - ou runas - coletados ao longo da sua jornada.

Em suma, basta abrir um menu especial e selecionar os combos desejados - desde que se possa pagar, é claro - para que eles sejam automaticamente assimilados. Nesta "loja", o interessante é que há opções para todos os gostos: ataques mano-a-mano, com escudo, com uma espada ou, por fim, com duas lâminas. Na verdade, isso é apenas mais uma prova de que o sistema de combate é bastante denso.

Dito e feito, "Conan" não deixa espaço para reclamações quando o assunto é a pancadaria propriamente dita: além de ataques convencionais, o bárbaro pode se valer de movimentos especiais como agarrões, empalações e desmembramentos. O destaque fica por conta dessa última opção, cortesia de uma série de golpes denominada Grappe Kills. Neste caso, o jogador deve se defender no momento exato em que um inimigo atacá-lo para, em seguida, pressionar o botão sugerido pelo computador. Caso faça tudo corretamente, o resultado será uma execução especial que poderá consistir em partir o inimigo ao meio, pisotear sua cabeça inúmeras vezes ou, entre muitas outras possibilidades, simplesmente arrancar o seu coração com o próprio punho.

Viagem histórica

Por conta da trama por trás do game, que coloca Conan em busca de fragmentos da sua armadura mágica, a variedade de cenários é mais um ponto interessante; embora a duração da aventura não passe de cerca de 5-6 horas na dificuldade máxima, o jogador que ousar ir até o final da história passará por ambientes como selvas, cavernas, templos antigos, navios abandonados e vilarejos medievais. Bacana, não? Só não espere por um realismo digno da nova geração e por visuais arrasadores.

Não que "Conan" seja feio, mas encontra-se muito abaixo de um patamar gráfico estabelecido por jogos de ação como "God of War" ou, da mesma geração, "Heavenly Sword". No lado dos prós, encontra-se uma direção de arte interessante e um sistema de iluminação bastante agradável; em se tratando dos contras, o que mais incomoda é a repetição na modelagem dos inimigos e a infinidade de erros que, vez ou outra, fazem com que o corpo do protagonista seja mesclado a pedras e demais objetos sólidos. É bem provável que você olhe para o jogo rodando e sinta que algo está faltando, mas não saiba dizer exatamente do que se trata.

No que diz respeito à sonoridade, o game conta com composições medievais relativamente decentes e com uma dublagem competente, mas peca pela ausência de sons em momentos triviais. Muitas vezes você sua a camisa para derrotar um inimigo e não é capaz de escutar nada além da música de fundo - o que, além de perturbador, é no mínimo estranho.

CONSIDERAÇÕES

"Conan" não entra para o livro dos games como um clássico, mas sim como uma abordagem alternativa à história de um personagem cuja principal habilidade é partir os inimigos ao meio. Desse princípio, o game é um investimento recomendado aos jogadores que sentem falta de um título de ação em consoles como PS3 e X360 e buscam violência exagerada, quebra-cabeças simples e sensualidade. Obviamente, tais benefícios têm o seu preço que, infelizmente, é cobrado através de uma inteligência artificial praticamente inexistente e de um visual que, embora cumpra o seu papel, não possui nada de excepcional.
Matheus Bourg é colaborador-fixo das revistas "Dicas & Truques para PlayStation" e "Game Master". Também colabora com as publicações "Ngamer" e "Revista Oficial do Xbox 360", todas publicações da Editora Europa.

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    Conan (Playstation 3)

    36 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Nihilistic Software Inc.
    Lançamento: 23/10/2007
    Distribuidora: THQ
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: X360 XB
    RecomendadoAvaliação:
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