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PlayStation 3

Condemned 2: Bloodshot

20/03/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
"Condemned: Criminal Origins" foi um dos primeiros jogos lançados para o Xbox 360 e consegue resistir bem até hoje graças à ambientação envolvente e assustadora, aliada a um sistema de combate dependente do uso de armas brancas, algo raro no mundo dos jogos em primeira pessoa - e que dificilmente funciona. Agora, com a chegada da continuação, "Condemned 2: Bloodshot", com a nova geração já consolidada, mas saturada de jogos no estilo, vem a inevitável pergunta: será que a Monolith conseguiu manter o mesmo clima de terror e aperfeiçoar a fórmula para conseguir superar o original e se destacar no mercado atual?

Voltando ao submundo

Para aqueles que não jogaram o primeiro capítulo ou não se lembram da história, aqui vai uma breve recapitulação: o protagonista Ethan Thomas era um agente da SCU, divisão de crimes em série do FBI, encarregado de investigar assassinatos brutais em uma área condenada da cidade, habitada em sua maioria por mendigos. Estes moradores passaram a ser influenciados por um estranho fenômeno, tornando-se violentos e imprevisíveis. Ethan então teve que abrir caminho entre becos e prédios abandonados utilizando geralmente canos ou pedaços de madeira (armas de fogo eram escassas) para enfrentar inimigos e coletar evidências, seguindo adiante em suas investigações.

'Quebrando a cara' do oponente
O mistério girava em torno dos crimes do Serial Killer X, que matava outros assassinos seriais copiando o "modus operandi" de cada um. No desenrolar dos acontecimentos, Ethan descobriu que o criminoso era Leland Vanhorn, sobrinho de seu mentor, o misterioso Malcolm Vanhorn. De uma maneira bem aberta, o jogo original terminava mostrando possíveis finais para Leland e deixando uma dúvida no ar a respeito da sanidade do protagonista, entre várias outras pontas soltas na história.

"Condemned 2: Bloodshot" continua a jornada de Ethan, mostrando sua vida onze meses depois do final do primeiro jogo. Ele agora não é mais um agente do SCU, e está entregue à bebida e às alucinações, estas cada vez mais intensas. Para sua surpresa, ele é chamado de volta pelo diretor da agência para investigar o assassinato de Malcolm, o que pode ser um indício de que o Serial Killer X não morreu realmente ou que alguém está se passando por ele. Mas o roteiro finalmente decide amarrar as tais pontas soltas deixadas pelo caminho e coloca Ethan, ao lado de sua parceira Rosa, em uma forçada conspiração envolvendo uma organização secreta que tenta controlar a população da cidade utilizando equipamentos modernos de lavagem cerebral.

Execuções no multiplayer
É bom ressaltar que responder todas as perguntas não parece ser sempre um bom negócio. O jogo começa bem, seguindo o mesmo clima de claustrofobia e desespero do original, com um protagonista à beira da loucura enfrentando, sem muitos recursos, maníacos que saltam por janelas e cantos escuros. Mas com o desenrolar da história, as coisas ganham contornos maiores, mais ambiciosos, e a ambientação vai se diluindo, deixando tudo menos ameaçador e sem o mesmo impacto, apelando inclusive para um uso maior de armas de fogo e até mesmo para um absurdo poder sônico do personagem, que surge em momentos mais avançados.

Mecânica refinada

O lema desta continuação parece ser o de aperfeiçoar os sistemas do jogo anterior, algo que foi seguido à risca. O foco nos combates é no uso dos punhos do personagem, controlados pelos gatilhos do controle, que podem ser utilizados em combos, eventos pré-programados (com comandos que aparecem na tela), e também em mortes instantâneas (como enfiar a cabeça do inimigo dentro de uma TV ou contra a parede). De durabilidade limitada, pedaços de madeira, pés-de-cabra e canos são muito comuns e podem ser lançados contra os inimigos. Armas de fogo, ainda que mais recorrentes, continuam com munição escassa e ainda sofrem com os efeitos do alcoolismo de Ethan, tendo a mira prejudicada em vários momentos.

As investigações também receberam maiores cuidados e parecem mais complexas. Além de investigar e catalogar evidências, você terá várias perguntas a fazer e que serão determinantes na solução do caso. Se for tudo feito de maneira correta, bônus serão disponibilizados para a troca por melhorias como uma maior barra de energia.

Apresentação assustadora

Ciência forense
Ainda que o roteiro, em suas horas finais, se encarregue de diminuir o clima de terror e solidão, em geral, "Condemned 2: Bloodshot" é apresentado de maneira excepcional. Mesmo em cenários muito escuros, há um grande detalhamento de objetos e texturas, com uma direção de arte que parece seguir o estilo de filmes como "Seven" ou "O Clube da Luta", com muita chuva, sujeira e sangue coagulado. A dublagem e os efeitos sonoros também são muito bem arquitetados, e contribuem para muitos sustos, especialmente se seu videogame estiver ligado a um bom sistema de home theater. Mesmo com as derrapadas na trama, com uma boa aparelhagem e pouca luz, você ainda será capaz de tomar uns bons sustos. E tudo roda sem grandes problemas técnicos, a não ser ocasionais quedas na taxas de quadros ou por alguns "loadings" em momentos inoportunos.

Como um acompanhamento da campanha principal, há o modo "Bloodshot Fight Club", com pequenas missões que servem mais como treinamento ou como meio de checar todas as armas do jogo de maneira rápida.

Há ainda um modo multiplayer para até oito jogadores online ou em rede, com os habituais deathmatch solo ou em time e dois exclusivos: o "Bum Rush", onde um time de agentes deve permanecer vivo o maior tempo possível durante constante ataque, e "Crime Scenes", onde um grupo de jogadores precisa investigar rapidamente o paradeiro de uma caixa escondida pelo time adversário, que pode ser movida durante as partidas. Este último modo é muito interessante, mas durante os testes do UOL houve certa lentidão na conexão, o que limitou o andamento das missões.

CONSIDERAÇÕES

"Condemned 2: Bloodshot" tenta consertar defeitos do jogo original e ampliar as características que fizeram dele um sucesso considerável há quase três anos. E consegue praticamente tudo isso, com um sistema de combate voltado para lutas corpo-a-corpo bem evoluído e uma mecânica de investigação mais profunda. O clima sombrio e assustador ainda continua, pena que se dilui ao longo da trama, que começa a crescer demais para tentar fechar o círculo, decepcionando um pouco no final. Ainda assim é um título consistente, que peca mais por não ter opções realmente robustas para prolongar sua vida após o término da campanha principal.

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    GALERIA

    Condemned 2: Bloodshot (Playstation 3)

    116 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Monolith
    Lançamento: 11/03/2008
    Distribuidora: Sega
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: X360
    RecomendadoAvaliação:
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