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Dead or Alive 5

André Forte

do Gamehall

09/10/2012 18h16

Longe de ser o game de luta mais técnico da praça, “Dead or Alive 5” não fica muito atrás de seus rivais mais famosos - leia-se "Tekken" e "Virtua Fighter". O visual agrada bastante, desde o novo estilo artístico dos personagens até os cenários. A diversidade de lutadores e os modos de jogo empolgam e, principalmente, a mecânica consegue agradar com emocionantes combates multiplayer. "Dead or Alive 5" é uma boa pedida para os apreciadores do gênero e é bem melhor que seu antecessor, exclusivo para Xbox 360.

Introdução

Conhecida principalmente por suas belas garotas, a franquia “Dead or Alive” luta desde o primeiro jogo para ser reconhecida como uma opção tão atraente quanto os rivais “Virtua Fighter” e “Tekken”. Em sua quinta edição, a série chega ao PlayStation 3 e Xbox 360 com novo visual, novo estilo artístico e revisão da mecânica. Claro, sem esquecer de suas principais características: muitas lutadoras em trajes mínimos e uma dose generosa de itens desbloqueáveis.

Pontos Positivos

Novos lutadores

O plantel renovado de lutadores é a principal adição de “Dead or Alive 5”. A começar, os fãs de MMA curtirão a lutadora Mila, que apesar do porte físico, é bem forte e foca nos arremessos; há também Rig, um fortão que lembra Cole, de “inFamous” e enfatiza chutes de tae-kwondo, além da volta do velhinho Gen Fu e das três personalidades ‘convidadas’ de "Virtua Fighter": Akira Yuki, Sarah Bryant e Pai Chan. A chegada desses três últimos, aliás, é muito bem vinda para os fçãs da grife da Sega, já que mantiveram a maioria de seus golpes, claro, com algumas modificações para equiparar-se com a mecânica mais ágil do game da Tecmo.

Modos de jogo e conteúdo extra

Quem joga “Dead or Alive” desde o PSone sabe que o jogo sempre chamou a atenção pela coleção de roupinhas e lutadores extras, que são adquiridas após terminar o jogo. Em "Dead or Alive 5", porém, a Tecmo modificou um pouco isso e, apesar do modo arcade continuar oferecendo trajes, quem quiser  personagens extras ou todas as roupas terá de se aventurar também em outras modalidades.

O Story, por exemplo, veio de “Dead or Alive Dimensions”. Assim como no jogo do 3DS, o jogador será apresentado a uma trama repleta de filminhos e desafios específicos que, além de servirem como tutorial, também testam suas habilidades com determinados lutadores. Ao fim desse modo, Gen Fu e os três convidados de "Virtua Fighter" estarão disponíveis, além de uma vasta coleção de títulos para usar nas partidas online.

Além disso, há modos como o Survival, em que o objetivo é sobreviver  em sete diferentes baterias de testes, o Time Attack, que registra os melhores tempos do jogador em outras sete baterias de dificuldade e o Training, onde você pratica seus combos contra um lutador parado ou com movimentos pré-definidos.

Novo visual

Fãs das garotas de "Dead or Alive", se preparem: as moçoilas estão mais maduras dessa vez. O novo estilo artístico adotado pela Tecmo fez com que as garotinhas de olhos esbugalhados ganhassem feições levemente mais realistas. A escolha foi muito acertada, já que conseguiu equiparar os antigo lutadores de "Dead or Alive" ao estilo mais fotorrealista dos recém-chegados de "Virtua Fighter", mas sem abdicar da sua identidade e proximidade com o estilo oriental de desenho.

Além disso, graficamente o jogo se sai muito bem. A relação entre brilho, contraste, luz e sombras dos personagens é uma boa nova e deixa as lutas ainda mais realistas. Os cenários ficaram mais escuros, mas ao mesmo tempo, mais dinâmicos.

Chama a atenção a forma como as roupas são modificadas durante a luta. Um cenário sujo faz com que o traje fique manchado no decorrer da batalha. Da mesma forma, dá para diferenciar os diferentes tecidos das roupas quando o lutador entra em contato com a água. Por exemplo, a meia da Kasumi fica diferente do kimono do Akira quando ambos estão lutando em um riacho.

Fácil de aprender, difícil de dominar

Jogar "Dead or Alive" sem compromisso não exige muita habilidade e experiência: um simples apertar rápido dos botões pode decidir a partida. No entanto, os guerreiros veteranos sabem que por trás dessa premissa simplista mora um complexo sistema de contra-ataques, em que revidar ataques com socos, chutes e agarrões no tempo certo é mais importante do que decorar todos os movimentos.

Em "Dead or Alive 5", essas regras ainda valem, mas nem por isso a mecânica deixou de evoluir. A Tecmo incluiu um sistema de raiva que é ativado quando o lutador atinge 25% do total de sua vida. Chamado de Power Blow System, esse sistema permite ao jogador carregar um golpe capaz de arremessar longe o adversário, evitando que ele encaixe combos fulminantes.

Outra característica da série, as armadilhas dos cenários retornaram, mas ganharam ainda mais efeitos dramáticos. Na zona de guerra, por exemplo, o jogador pode empurrar o oponente contra uma barraca. Após destruir a barraca, um míssil é lançado dos céus para acertá-lo, destruindo boa parte do cenário e consumindo um bom tanto de sua vida.

Por fim, há o Tag Mode, que permite ao jogador disputar lutas em dupla contra o computador ou um amigo.

Pontos Negativos

Online funciona, mas com ressalvas

“Dead or Alive” é um jogo que exige acionamento dos botões no tempo certo e uma animação fluente nos quadros é primordial para isso. Entretanto, a animação em 60 quadros por segundo não se mantém sempre no modo online. Apesar de a maioria das lutas ocorrerem sem grandes problemas, uma hora ou outra o jogo sofre com a queda repentina de quadros, atrapalhando principalmente os jogadores mais experientes.

Aliás, o modo online também não inova em relação aos concorrentes, mas não faz feio: salas personalizáveis, tabela de pontuação e possibilidade de ‘baixar’ o estilo de luta do seu adversário para treinar.

Diálogos vazios

Ok, sabemos que as personagens ganharam um visual mais maduro e realista, mas há algo que permanece o mesmo desde o primeiro “Dead or Alive”: as vozes de criança das lutadoras e os diálogos vazios. Como exemplo, chega a ser vergonhoso ver repetidas vezes a ninja Kasumi se desculpando por começar uma luta. Esse é um problema recorrente em jogos de luta japoneses, que teimam em tentar provar para o jogador que a mocinha não quer lutar, mas não tem outra saída. Só que ver esse tipo de cena do começo ao fim do jogo é forçar um pouco a barra. Pior, a dublagem com voz de criança não ‘encaixa’ bem com o novo visual da lutadora. 

Nota: 8 (Ótimo)