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Dead Rising 2: Off the Record

ANDRÉ FORTE

Colaboração para o UOL

08/11/2011 10h00

"Dead Rising 2: Off the Record" é, como  a Capcom sugere, uma releitura do segundo jogo ao apresentar a trama da perspectiva de Frank West. O problema, para quem jogou "Dead Rising 2" é que a novidade praticamente fica por aí. É um bom jogo, mas o carismático Frank West pode agradar mais aos que não lutaram pela sobrevivência em Fortune City do que aos veteranos jogadores do game anterior.

Introdução

"Dead Rising 2" era uma bela continuação, mas nem a emocionante aventura de um pai e sua filha fez com que os jogadores esquecessem o carismático fotógrafo do primeiro jogo, Frank West. Agora, a Capcom promete contar a história de Fortune City  de uma nova perspectiva, levando o herói original ao apocalipse zumbi da cidade dos cassinos.

Pontos Positivos

Carisma de Frank West

O drama familiar de Chuck Greene teve a sua parcela de imersão em "Dead Rising 2", mas o perfil galã-radical do moço não foi suficiente para os fãs de Frank West se esquecerem do fotógrafo.

Com isso, o herói de "Dead Rising" retorna com a sua inseparável câmera, para fotografar os ataques zumbis, ganhar uma boa grana com as fotos e complicar a situação de pessoas mal intencionadas em "Off the Record".

Falando em história, o objetivo de West aqui é recuperar o prestígio que um dia teve. No começo, Frank até tenta a vida em um ringue de luta livre, mas é no meio do povo (vivo e morto) que ele ganhará a maioria de seus pontos de prestígio, batizados de "PP", salvando pessoas, massacrando zumbis e tirando fotos bacanas.

E o retorno de West casa muito bem com a diversidade de ações e personalização de personagem propostas por "Dead Rising 2: Off the Record". Com a sua cara de fanfarrão e jeito desleixado, é impagável ver o cara vestido com as mais variadas – e bizarras – roupas, e portando armas não menos estranhas, para não dizer malucas, mas muito divertidas.

Tudo que já era bom em "Dead Rising 2"

De volta a Fortune City, vemos a mesma cidade com seus cassinos, um hotel e um shopping infestados de mortos-vivos. Assim como em "Dead Rising 2", você terá de se virar para fugir das centenas  de zumbis que surgem simultaneamente na tela. Para isso, uma das formas  é personalizar as armas combinando itens como combustíveis, explosivos e outros artefatos. Outra particularidade de "Dead Rising" é poder usar boa parte de objetos decorativos cenário, como caixas registradoras, bancos de praça, tacos, armas de fogo, brinquedos de criança, extintores de incêndio e boa parte do que aparece pela frente, como até um carro.

Diversão sem compromisso

Frank West é mais forte que Chuck Greene e, por conta disso, algumas áreas que antes eram seguras agora estão infestadas de mortos-vivos. Isso deu ao jogo um ritmo incessante de ação, ao contrário de "Dead Rising 2", que vira e mexe apresentava cenas de corte e missões paralelas como buscar o antídoto Zombrex para salvar a filha do protagonista.

Falando em Zombrex, o remédio salvador retorna e também deve ser usado por Frank West, o que significa que além de matar os zumbis, o fotógrafo também precisa ficar ligado no relógio para saber a hora certa de tomá-lo. Mas ao contrário de Greene, ele não precisa voltar à base sempre que precisar de um. Basta procurar pelo cenário.

Esse é apenas um dos diversos motivos que provam o abandono definitivo do estilo cinematográfico dos antecessores, abraçando de vez o estilo "arcade" de uma jogatina simples e divertida. A trama ainda está lá, mas serve apenas como pano de fundo para situar o jogador na ação e não é tão interessante a ponto de causar imersão.

Modo "Sandbox"

Novidade de "Off The Record", o modo Sandbox é uma das atrações do modo multiplayer online cooperativo, mas também pode ser aproveitado em modo solo. Aqui, um ou dois jogadores devem cumprir uma série de 30 desafios simples de sobrevivência, como matar uma determinada quantidade de zumbis em um tempo limitado.

Apesar de óbvio, ao menos é uma novidade para um jogo pouco inspirado em conteúdos inéditos e pode aumentar, mesmo que por poucas horas, o tempo de vida útil do jogo após o fim da campanha para um jogador.

Pontos Negativos

Carregamento frequente

Um problema sério de "Dead Rising", a grande quantidade de pausas para carregamento voltou nessa nova versão. Apesar da Capcom ter otimizado consideravelmente o tempo de acesso em relação ao antecessor, a ação frenética do jogo ainda é frequentemente quebrada por um grande número de telas de "loading".  As pausas realmente incomodam em locais que precisam ser visitados constantemente.

Sem grandes novidades

Ok, Frank West é um cara legal, as missões de fotografia são interessantes e a qualidade geral de "Off The Record" é muito boa, o que há de realmente novo para se explorar além do que já foi visto em "Dead Rising 2"?

A resposta, infelizmente, é quase nada e "Off The Record" pode se tornar uma ótima opção para quem ainda não jogou o segundo jogo, mas do contrário, o cenário é o mesmo – com exceção do pequeno parque de diversões Uranus Zone- , o visual competente, assim como a mesma quantidade de zumbis simultâneos na tela e a fluidez das animações, todos, porém, sem nenhum sinal de melhoria para justificar uma nova compra.

A situação fica ainda pior para os jogadores de Xbox 360, que já puderam aproveitar um pouco da presença ilustre de Frank West nos extras exclusivos para a plataforma, "Case Zero" e "Case West".

Uma história mais imersiva seria uma boa forma de "Off The Record" manter o interesse dos jogadores veteranos, mas nem isso é possível, já que o jogo pouco se esforça para ser levado a sério. É apenas um bom game voltado para a diversão de eliminar mortos-vivos e escapar de uma cidade infestada de zumbis. Não espere mais nem menos do que isso.

Nota: 7 (Bom)