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Disgaea 4

RODRIGO GUERRA

da Redação

05/10/2011 19h02

“Disgaea 4” é um jogo divertido, mantendo a tradição de personagens divertidos e bem construídos, mas mantém a pegada de um jogo que necessita dedicação ao extremo. É possível jogá-lo até o fim em um período relativamente curto, mas ao fazer isso o jogador vai perder justamente as partes mais divertidas, como criar estratégias malucas e criar itens poderosos. O game é recomendadíssimo para quem é fã de jogos estratégicos, só não espere que este game quebre paradigmas ou que atraia novos jogadores para o gênero.

Introdução

Seguindo a mecânica de jogos como “Tatics Ogre” e “Final Fantasy Tactics”, chega ao mercado o quarto episódio canônico da série “Disgaea”. Um game que usa e abusa do senso de humor para criar um RPG estratégico bem divertido e com mecânicas sem noção de evolução de personagens.

A história do jogo mostra Lord Valvatorez, um vampiro que outrora foi um dos seres mais poderosos de todo o Netherhelm (um nome bonito para o inferno) que foi encarregado de ser instrutor da classe mais baixa dos seres infernais: os Prinnies.

Seu maior ponto fraco é não conseguir quebrar uma promessa, mesmo que ela seja banal como, por exemplo, “Nunca vou cruzar as ruas sem olhar para cima” – se ele fizer essa promessa, ele vai mesmo olhar para cima, não importa o quão estúpido seja isso.

Pontos Positivos

Uma história maluca

Esse é o principal fator de “Disgaea 4”, ele tem piadas inteligentes e personagens carismáticos que fazem o game ficar ainda mais engraçado. A própria missão de Valvatorez é meio estúpida. Ele prometeu a um bando de Prinnies que iria entregar uma sardinha como presente de final de curso, só que o alto escalão do Netherhelm declarou que todos os pinguins azuis devem ser executados.

Mas ele não se importa com o comando superior e vai seguir em sua missão, custe o que custar, mesmo que isso signifique em destruir todo o inferno. Afinal, além de cumprir sua promessa, a sardinha é um alimento rico em Omega 3 e não tem contraindicação.

Personagens engraçados

Acompanhado com o protagonista existem diversos personagens que dão suporte aos momentos hilários, como seu fiel servo, Fenrich, um lobisomem que tem ânsia por ver seu mestre voltar aos tempos de glória. Fuka é outra personagem divertida, uma menina que acabou de chegar ao Netherealm e acredita que essa história de monstros e demônios não é nada além de um pesadelo.

Todas as linhas de diálogo são sobrepostas com uma pitada de humor – e que quem é fã de desenho animado japonês vai se deliciar ainda mais com as expressões dos personagens.

Táticas envolventes

A mecânica é muito similar aos games anteriores da série e pode ser dividida em duas partes. A primeira envolve o gerenciamento, no qual o jogador deve curar os seus vassalos, criar novos heróis, comprar armas, etc.

Já a segunda parte (a mais divertida) envolve o jogo de estratégia, no qual os jogadores devem usar os personagens em batalhas em um mapa com visão isométrica e que por sua vez tem uma espécie de tabuleiro que determina quais são as áreas que o personagem pode atuar (como o alcance dos golpes ou quantidade de espaços que eles podem andar). Isso foi feito para ajudar o jogador avaliar melhor como pode se mover e atacar.

Outra estratégia maluca envolve os GeoBlocks, cubos coloridos criam propriedades especiais no cenário, como aumentar o dano dos golpes, curar criar clones dos inimigos e outras maluquices. No final das contas é possível jogar mais de 300 horas e ainda continuar descobrindo novas táticas.

Golpes malucos

O jogo permite que você faça torres com personagens, fazendo com que todos eles ataquem um único alvo – o que é ótimo para estágios com chefes. Personagens próximos podem ajudar na hora do combate, criando golpes especiais dependendo de suas classes e afinidades uns com os outros.

Muita coisa de “Disgaea 3“foi reaproveitada e melhorada, como o sistema Magic Change, que permite os monstros sejam transformados em armas para serem usados pelos personagens humanos. Cada tipo de monstro pode virar um equipamento que tem um golpe especial próprio e muito engraçado. Dá vontade é de começar a criar personagens e não parar mais.

Existem dezenas outros fatores que adicionam estratégia e diversão às batalhas, fazendo com que os jogadores se deleitem com a brincadeira.

Pontos Negativos

Só para jogadores dedicados

Um problema sério de “Disgaea 4” é que só os jogadores dedicados conseguirão aproveitar o seu potencial total. É possível terminar o game em menos de 20 horas – um tempo relativamente curto para jogos estratégicos –, mas para você aproveitar tudo, ver todos os golpes especiais e abrir todas as classes de personagens e monstros, será necessário gastar mais de 300 horas. Honestamente, quem é que tem este tempo livre nos dias atuais?

Cenários do Item World têm pontos cegos

O Item World é um esquema de jogo que permite o jogador evoluir armas e personagens usando cenários aleatórios. O maior problema dessa ferramenta, assim como em todos os jogos da série, é que não são raras as vezes que o jogador é colocado em um mapa que possui diversos pontos cegos, atrapalhando na hora de criar as estratégias para a batalha.

Fórmula antiquada

O que mais frustra em “Disgaea 4” é que os produtores não quiseram se arriscar para inovar o gênero. Essa é a mesma fórmula apresentada em “Tatics Ogre”, um jogo da época do Super Nintendo, porém em 3D e com algumas firulas novas. Ele é divertido sim, mas falhou miseravelmente na questão de “inovação” .

Nota: 7 (Bom)