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EA Sports MMA

29/10/2010 13h28

"Mundos vão colidir". A frase de impacto que estampa a contracapa de "EA Sports MMA" não é apenas uma metáfora para impressionar: de fato, o novo título da Electronic Arts encara a franquia "UFC" da THQ, tida como referência na área. Porém, a gigante do mercado de games entrou de cabeça no mundo das lutas mais violentas do mundo dos esportes e consegue divertir um bocado.

O primeiro passo para ir em direção à vitória foi utilizar um sistema de jogo muito bom, porém subutilizado: o da série de boxe "Fight Night". Assim, a alavanca esquerda controla o lutador e a direita os seus golpes, como socos e chutes. Com os botões de ombro o lutador modifica o golpe, passando para golpes na linha, chutes e defesa. Com os botões de face é possível fazer golpes de agarrar, derrubar e submissão. Há também a opção de usar os botões frontais, mas ao usá-los o espírito de simulador se perde.

UOL Jogos mostra trechos do jogo de luta
As variações para os golpes de agarrar podem ser feitos com enforcamentos ou deslocamento de membros. Na primeira opção, é necessário que o jogador encontre o ponto exato em um círculo que aparece na tela usando a alavanca esquerda, já os deslocamentos podem ser feitos apertando o botão de submissão em intervalos regulares para manter a resistência do lutador - ficar pressionando freneticamente não funciona. Claro que a EA Sports pensou usar os botões de face para dar socos e chutes, mas dessa forma a variação de golpes fica bastante reduzida e acaba com a experiência de estar jogando um simulador de Vale Tudo.

O modo de carreira de "MMA" serve para duas coisas. A primeira é mais evidente e ensina ao jogador todas as minúcias do controle, inclusive como fazer combos, praticar a defesa e fazer os golpes especiais. A segunda é para dar um propósito para jogar sozinho, já que não existe um modo "Arcade", mas apenas a opção de fazer lutas simples ou online.

Da mesma forma que "Fight Night", a carreira permite que o jogador crie um lutador para enfrentar as maiores lendas dos campeonatos do gênero. O processo de personalização é bem amplo, permitindo usar fotos do jogador para criar o rosto do astro dos ringues ou utilizar um dos 50 rostos pré-configurados. Claro que perfumarias como a escolha de músicas, roupas, tatuagens também estão presentes para agradar os fanáticos pelo esporte.

O processo é bem detalhado e inclui também o estilo de arte marcial do lutador. São nove opções que incluem judô, kick boxing, muay thay e o clássico jiu jitsu. Cada arte marcial tem atributos iniciais diferentes que ditam a especialidade do combatente. Caso escolha judô, os golpes de arremessos são mais poderosos, já com boxe os socos e ganchos são as armas para nocautear os adversários. A especialização inicial serve apenas para dar um pontapé na vida dentro dos ringues, pois durante o modo de carreira o jogador pode aprender golpes de outras artes marciais para desenvolver o seu personagem.

Hora do quebra-pau

Por mais variadas que sejam as artes da briga, existe um problema que chama atenção: dentro do ringue todos os lutadores parecem ter o mesmo estilo de luta, pois os golpes são desferidos com a mesma animação, o que muda é a efetividade dos golpes. É difícil acreditar que os socos, chutes, arremessos e cotoveladas de um lutador de wrestling sejam idênticos ao de um kick boxer - mas em "MMA" são. Isso desencoraja criar um novo lutador, pois no final o que muda é apenas o rosto e os atributos físicos.

Estratégia é tudo em MMA
Entre cada luta existe um intervalo de oito semanas virtuais que é usado para treinar e melhorar as habilidades do lutador. Os treinos vão desde o simples movimento pelo ringue até combinações de golpes que podem ser usados na hora do "vamos ver".

Depois de criado, o lutador virtual passa por diversas ligas que existem na vida real, como o Strikeforce, dos EUA. Cada campeonato tem suas regras próprias, variando, por exemplo, a quantidade de rounds e golpes válidos. Independente da liga, os combates são bastante violentos, com socos que abrem feridas nos lutadores. Nos primeiros passos os oponentes controlados pelo computador são fáceis de serem derrotados, mas a dificuldade vai aumentando conforme seu guerreiro ganha cinturões.

Entretanto, a Electronic Arts continua pisando na bola nos mesmos erros da série "Fight Night". Os combates, por exemplo, podem ser resolvidos com um belo golpe de sorte, acertando em cheio o rosto desprotegido do oponente, não importa se o adversário estiver nas últimas, sendo dominado e sem energia. Basta acertar o golpe para o jogo virar e a luta acabar de uma hora para outra. Isso pode soar realista, mas não é o que os indicadores de vida e energia indicam, transmitindo uma falsa segurança de que tudo está sob controle.

Sangue online

Os modos online são bem interessantes e ainda mais satisfatórios do que o modo de carreira, tendo em vista que os lutadores controlados por outros jogadores são muito mais imprevisíveis do que os oponentes da inteligência artificial. O melhor é que os atrasos praticamente não existem, o que é formidável para um jogo de luta - claro que tudo depende da velocidade da conexão do jogador.

Veja trailer de lançamento
O game bonifica os lutadores conforme a atuação na jaula, dando mais pontos para o vencedor e valorizando os golpes que foram desferidos e defendidos. Com esses pontos, o jogador vai ganhando faixas e aumentando sua classificação na rede.

Além disso, é possível criar grupos de até 10 jogadores, sendo que dois lutam e os outros assistem à transmissão do combate. As lutas pelo campeonato têm data e hora marcadas e são transmitidas na opção Broadcast e também no site oficial do jogo, o que torna o título bem mais divertido.

Nota: 7 (Bom)