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FIFA 15

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

03/10/2014 10h02

As edições de nova geração de "FIFA 15" se consolidam como as novas 'versões padrão' do game.

Depois de uma estreia tímida, mas promissora, em "FIFA 14", o motor gráfico Ignite brilha ao trazer para a série movimentos extremamente fluidos e realistas, que só reforçam a sensação de assistir a uma transmissão de TV de uma partida de futebol de verdade.

Pelo lado positivo, o upgrade visual vem acompanhado de física ainda mais apurada, com passes, chutes e lançamentos que transmitem de forma mais verossímil o peso de chutar uma bola de verdade.

Em contrapartida, as animações 'extra jogo', como os times entrando em campo e reações após jogadas importantes parecem ainda mais robóticas do que de costume.

Por fim, os menus estão muito mais fáceis de navegar e as diferentes pranchetas para gerenciamento de equipes são novidades práticas que ajudam a gerenciar os times de forma mais eficiente durante as temporadas e torneios.

A ausência dos times brasileiros é bem sentida e uma grande perda para a série, mas caso você não se importe muito com eles vale investir no "FIFA 15" de nova geração.

Introdução

Em 2013 a Electronic Arts até colocou no mercado uma versão de "FIFA 14" para consoles de nova geração, mas foi uma estreia sem grandes ambições, mais para marcar terreno e testar hardware.

Nesta temporada, porém, a série chega com tudo: "FIFA 15" no PS4 e Xbox One busca se estabelecer como a nova versão padrão da série, investindo em gráficos detalhadíssimos em alta definição, diversoso modos de jogos e funções online e uma física aprimorada e realista.

Pontos Positivos

Simulação realista

É impressionante como, ano após ano, a equipe da EA Sports consegue polir ainda mais "FIFA" e oferecer uma experiência muito próxima da realidade.

E O FUT?

Divulgação
O popular jogo de cartas da série "FIFA" volta nesta edição com poucos ajustes - o que é ótimo. Agora é possível pegar jogadores emprestados e desafiar amigos para amistosos no formato Seasons, formando uma temporada e mantendo estatísticas. Elementos que deixam o FUT mais versátil sem mexer na diversão e esquema básico do modo.


"FIFA 15" é mais um passo nesse sentido, carregando consigo tudo que isso traz de bom e ruim. O ritmo de jogo é muito parecido com o de partidas de futebol de verdade, assim como o desafio em acertar passes, lançamentos e chutes precisos.

Enquanto para alguns isso é pura diversão, para outros pode acabar sendo uma barreira chata de superar. Não entender fundamentos do esporte resulta em disputas chatas e truncadas - assim como vemos de monte no próprio Campeonato Brasileiro e outros que sofrem de baixo nível técnico.

A EA se gaba do novo sistema de goleiros criado para as versões de nova geração de "FIFA 15", mas ainda é difícil ver todas as melhorias. De fato, os arqueiros parecem mais ágeis, mas continuam sofrendo de momentos de indecisão e sendo enganados por lances fáceis.

Fica a impressão de que o novo sistema de goleiros em seus estágios iniciais ainda é equivalente ao sistema antigo em uma etapa mais avançada de desenvolvimento.

 

Gráficos e animações

"FIFA 14" de nova geração já agradou bastante, mas o salto é considerável para esta edição.

"FIFA 15" traz animações suaves e fluidas que recriam muito bem os movimentos dos atletas em campo. A evolução é realmente grande em relação à geração PS3/X360.

O toque de bola é mais natural, assim como as disputas de corpo, que exibem bem menos colisões estranhas. Claro, bugs continuam acontecendo e gerando situações hilária, mas nada que vá estragar a brincadeira.

Outra boa surpresa é o desgaste dos gramados. Parece firula visual, mas o resultado é algo novo e que satisfaz. Não afeta em nada a jogabilidade, mas contribui para a sensação de realismo que "FIFA 15" cria tão bem durante o jogo.

Vale destacar também os menus retrabalhados, em especial os que antecedem o início da partida, que ficaram muito menos confusos e práticos. Demorou e ainda pode melhorar, mas já ajuda.

Gerenciamento de equipe

Uma bem vinda adição à miríade de opções de gerenciamento de equipe é a possibilidade de criar diferentes pranchetas com configurações de equipe (Team Sheet, nas versões em inglês).

Com elas é possível salvar seis formações diferentes da equipe, completas com escalações diversas, ajustes de estratégias, capitão e cobradores e tudo mais.

O recurso é especialmente útil ao encarar temporadas completas ou torneios longos, já que permite alternar entre reservas e titulares com facilidade, armar esquemas defensivos para partidas mais complicadas e assim por diante.

Gerenciamento de equipes e narração

Ao menos, algumas novidades mais práticas das versões 'next gen' de "FIFA 15" estão presentes, como as pranchetas para gerenciamento de equipes.

Com elas é possível salvar seis formações diferentes da equipe, completas com escalações diversas, ajustes de estratégias, capitão e cobradores e tudo mais.

O recurso é especialmente útil ao encarar temporadas completas ou torneios longos, já que permite alternar entre reservas e titulares com facilidade, armar esquemas defensivos para partidas mais complicadas e assim por diante.

Para completar, uma série de comentários pontuais feitos pela dupla Tiago Leifert e Caio Ribeiro, que mantém o estilo descontraído, divertido e competente - mas que não necessariamente agrada todo mundo.

Pontos Negativos

Animações fora do jogo

O motor gráfico Ignite e o poder do hardware de nova geração permite animações extremamente suaves e verossímeis, mas acaba também complicando a situação de cenas 'extra jogo', como as entradas das equipes em campo e outras reações.

Geralmente marcadas por animações um tanto quanto robóticas e expressões insossas dos atletas, elas agora contrastam ainda mais com cenas de jogo em si. Antes, a diferença não era tão grande, mas agora é.

Na prática, isso afeta em algo as disputas? Não. Mas a série sempre se propôs a mostrar estas cenas e nestas versões de nova geração fica a impressão de retrocesso. Isso não significa que estas cenas pioraram, mas é justamente no contraste com as melhorias das outras animações em campo em que elas se mostram ruim.

De maneira geral, "FIFA 15" cria uma sensação muito envolvente de realismo, mas essas 'ceninhas' contribuem para acabar com isso em vez de fortalecer.

Ausência de times brasileiros

Impossível não achar ruim: "FIFA 15" não traz times e atletas que jogam no Brasil e isso é um triste retrocesso que prejudica muito o jogo.

Para quem curte jogar com os clubes nacionais o game perde muito do sabor, especialmente no modo carreira, em que você podia realizar o sonho de jogar pelo clube do coração e evoluir como um craque dentro das quatro linhas.

Mesmo para quem não se importa com os times brazucas o prejuízo é grande pela falta dos atletas que atuam por aqui. Fred? Kaká? Robinho? Todos de fora, impossíveis de serem contratados por qualquer equipe no jogo ou mesmo convocados para a seleção brasileira

Até mesmo outras seleções sofrem com esse problema: Chile fica sem Valdívia e o Peru sem o atacante corinthiano Paolo Guerrero.

Prêmio de consolação? O Brasil continua com uniforme oficial, algo que voltou em "FIFA 14" e tinha ficado de fora de algumas edições antes disso.

Poucas novidades

Animações estão melhores, mas não muito, assim como a física da bola. Saem de cena também a velocidade alucinante e as cores fortes do game oficial da Copa do Mundo de 2014 e predominam tons mais brandos e uma velocidade mais condizente com o futebol de verdade.

Assim como já aconteceu em edições anteriores, os menus são um bocado pesados para o hardware do PS3 e X360 e não funcionam com a mesma fluidez e praticidade das edições 'next gen'.

Ficam de fora também os goleiros reformulados. Não que seja grande prejuízo: mesmo rodando em um sistema antigo, os goleiros do "FIFA 15" de 'velha geração' são quase tão bons quantos os goleiros de 'nova geração', que funcionam em um sistema novo que ainda tem muito para evoluir e aprimorar.

Nota: 8 (Ótimo)