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Gran Turismo 5

26/11/2010 10h44

As primeiras imagens de "Vision GT", nome pelo qual "Gran Turismo 5" atendia há cinco anos, mostravam uma corrida de NASCAR com diversos carros na pista, um trabalho frenético nos boxes e imagens espetaculares. Na época, a Sony não imaginava que era cedo demais para mostrar algo do estúdio Polyphony Digital e que isso faria fãs ao redor do mundo ficarem esperando algo para breve.

De lá pra cá, três demonstrações do jogo foram disponibilizadas: "Gran Turismo HD", "Gran Turismo 5 Prologue" - que não passa de um aperitivo bem servido - e mais recentemente, "Gran Turismo 5 Time Trial Demo" com um único modelo de carro e pista.

Isso só fomentou aqueles que estavam ansiosos. Pois bem. Chegou a hora de ver o trabalho de Kazunori Yamauchi e descobrir se este é realmente o simulador definitivo de corridas.

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Se existe uma coisa que o jogador de "Gran Turismo" aprendeu nos últimos anos é esperar. Uma das primeiras decisões que o jogador deve tomar assim que coloca o disco no jogo é se faz ou não a instalação do jogo, algo que leva cerca de 45 minutos e 8 Gb do disco rígido do PS3, mas isso vai fazer com que todos carregamentos sejam mais rápidos.

Esquentando os motores

Na tela inicial o jogador tem as opções de iniciar o GT Mode ou o Arcade, além de estar acessível o criador de pistas, um botão para gravar o avanço e outro para acessar as opções. O modo Arcade é bem direto ao ponto e coloca à disposição do jogador uma grande variedade de veículos e todos os circuitos.

Trailer de lançamento
Aqui já dá para ter um gostinho do que existe no modo principal. Ao entrar na pista pela primeira vez, muitos podem pensar que não existe diferença se comparado com o que foi mostrado em "GT5 Prologue", mas elas existem. Não só nos carros, mas nas pistas e até mesmo no piloto.

Tudo está mais detalhado e polido, com detalhes minúsculos que somente o pessoal da Polyphony Digital pensou. Um bom exemplo disso está inclusive no tapete do carro, que só é mostrado nos replays. Nas pistas os detalhes são surpreendentes, como o asfalto quebrado ou as pequenas pedras que formam as pistas de rali. Tudo rodando a incríveis 60 quadros por segundo, sem engasgos ou gargalos.

Entretanto, não dá para ficar cego para alguns detalhes na parte gráfica, como as sombras serrilhadas ou os expectadores das arquibancadas e de beira de estrada, que parecem feitos de papelão, algo que não acontece em "Prologue", por exemplo. Esse problema é até perdoável, entretanto, não é o único. Em pistas de terra ou de neve, os carros não se sujam, o que é um pouco decepcionante.

Mas nada é tão triste quanto ver que o tão aclamado sistema de danos acabou aparecendo como um elemento pobre. Existem pontos de dobra e peças que caem, entretanto, há certas partes do carro que quando quebradas mostram buracos sem preenchimentos. O efeito é bizarro. Além disso, por mais forte que seja a batida, ela não afeta o desempenho do carro, o que acaba se tornando uma adição puramente estética.

O que não é estético é a simulação que continua sendo o coração da franquia. Cada veículo possui uma forma diferente de se pilotar e tudo isso é baseado em uma infinidade de fatores, como tipo de tração (frontal, traseira ou nas quatro rodas), peso, tipo de pneu e da pista (para asfalto, terra, neve ou piso molhado) e mais uma infinidade de fatores.

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No total, são mais de mil carros e 75 variações de pistas. Muitos circuitos são conhecidos dos fãs, como High Speed Ring, Suzuka e Trial Mountain, mas também existem novidades, como o Special Stage Route 7, uma pista composta quase que exclusivamente por duas retas gigantescas que são ótimas para carros de alto desempenho.

Existem cenários em que as corridas são durante o dia, outros à noite e alguns na chuva, mas apenas dois deles possuem o conjunto no qual é possível ver o tempo passar e a variação do clima: o circuito de La Sarthe e o conjuntos de estradas de Nürburgring. Correr as provas de longa duração desses dois cenários acaba se mostrando uma experiência sem igual. Ver o sol se pondo e a escuridão tomando conta da pista é indescritível. Porém, estas corridas só estão disponíveis no GT Mode, o modo principal de carreira.

Sinal verde

O GT Mode é o centro das atrações. Lá o jogador cria um piloto para representá-lo no mundo digital - ele pode ser visto em carros conversíveis ou nos karts. É necessário prestar muita atenção, já que a escolha do uniforme só pode ser feita uma única vez.

Karts são uma das novidades
O game possui uma rede social dedicada na qual os usuários podem encontrar amigos e até escrever um microblog, no estilo do Twitter. Cada jogador tem uma página que registra todos os feitos, como os resultados das últimas provas e carros comprados. Também é possível postar replays, fotos e até mesmo compartilhar carros. É um serviço bem completo e requintado que condiz com capricho do título.

A estrutura de "Gran Turismo 5" é parecida com o quarto game da série, entretanto existem algumas novidades que vieram à calhar, sendo a melhor delas a desobrigação de tirar cartas para participar de competições. Agora existe um sistema de experiência que determina quais competições podem ser acessadas, assim o jogador pode participar de provas sem sequer passar pela área de licenças.

O sistema é bem simples: no final de uma corrida são dados pontos conforme o desempenho na pista. Tudo conta pontos, desde a posição de chegada até quais assistentes de direção foram utilizados - como freios ABS, controle de tração etc. Dessa forma, ao chegar em um nível determinado, mais provas ficam à disposição. Além disso, a experiência do jogador também determina quais carros podem ser adquiridos, assim o jogo mantém o desafio de conseguir o carro dos sonhos sem ser um carrasco para quem não quer passar pelas provas de direção.

A vantagem de tirar cartas vai além de ser um apenas um desafio para conseguir mais troféus. Todas as lições dão uma soma grande de pontos de experiência, além disso, ao fazer todas as provas de uma classe o game libera carros e itens extras, como peças únicas que podem ser instaladas nos bólidos.

O modo multiplayer, por sua vez, é muito empolgante. O jogador pode criar uma sala parar disputar com amigos ou partir para uma disputa com pessoas ao redor do globo. O melhor é que é possível criar filtros de partidas determinando diversos aspectos, como qualidade de conexão, região e nível dos participantes. Dessa forma é possível entrar em disputas estáveis e competitivas.

Linha de chegada

Existe uma adição feita em "Gran Turismo 5" que poderia ficar de fora: o editor de pistas. Com ele é possível criar traçados únicos que podem ser compartilhados com amigos. Entretanto a experiência não é nada empolgante, pois só é possível usar modelos pré-determinados, sem possibilidade de fazer o desenho do traçado. As alterações que podem ser feitas são mínimas, se resumindo a quantos setores e curvas estarão no traçado.

Veja trailer da TGS 2010
É impossível fazer, por exemplo, um desenho tão complexo quanto o de Nürburging ou mesmo tentar replicar o autódromo de Interlagos. No final, este recurso que parecia ser tão promissor não faz a menor diferença.

Mas são tantas as novidades que no final das contas, "Gran Turismo 5" tem tanto conteúdo que vai levar muito tempo para ser degustado. A garantia é que os entusiastas da direção vão levar meses para fazer todas as provas a e conseguir juntar todos os carros na garagem virtual. De fato, dificilmente existirá outro jogo nessa geração que terá tantas minúcias para serem exploradas e aproveitadas.

Nota: 9 (Excelente)