O mundo pós-apocalípitico do desenho animado "Fist of the North Star" (conhecido como "Hokuto no Ken" no Japão) é a inspiração para o jogo de pancadaria no estilo de "Dynasty Warriors" da Tecmo Koei. Mas a obra de Buronson e Tetsuo Hara não escapou dos problemas do gênero, resultando em um game feito para um nicho muito específico de jogadores.
A trama acontece em um futuro próximo, no qual a humanidade vive em um planeta deserto, destruído por uma guerra nuclear. Lá vive Kenshiro, mestre da arte de assassinato conhecida como Hokuto Shinken, que tenta desesperadamente encontrar sua noiva, de quem foi separado por Raoh, seu irmão adotivo e rival nas artes marciais.
O conto do guerreiro conquistou muitos fãs nos anos 80 mas não é suficiente para manter o jogador ligado em "Fist of the North Star". Se em "Dysnasty Warriors" a luta é rápida e incessante, em "Ken's Rage" é o extremo oposto. Os golpes e movimentos são lentos, os inimigos não tem qualquer rastro de inteligência ou variedade. Basta seguir em frente distribuindo sopapos em centenas de motoqueiros sem mente, que esperam pacientemente pelas pancadas. De vez em quando um mais espertinho tenta atacar, mas os movimentos são previsíveis e permitem que o herói defenda, esquive ou ataque primeiro.
Ken é munido de golpes fracos e fortes, e seu uso preenche barras de golpes especiais exagerados - e divertidos de se ver. Porém isso não esconde a repetição de ficar apertando o mesmo botão infinitas vezes. O jogador só se sente desafiado nas batalhas contra os chefes, mais variadas do que o resto do game.
Ao derrotar os inimigos, Ken ganha pontos de carma e de experiência, que habilitam novos golpes e melhoram atributos. Quanto mais forte Kenshiro fica, mais fácil o jogo se torna. "Fist of North Star" sofre com essa falta de balanceamento. Depois de aumentar a força do herói cinco ou seis vezes, dá para acabar com capangas com apenas um soco fraco.
Outros personagens que são liberados conforme so avanço no modo principal, o que deve agradar aos fãs da série. Cada um deles tem sua própria história e eventos, mas isso não consegue dar variedade para o jogo e depois de algum tempo até mesmo essas novas figuras enjoam.
Os cenários pós-apocalípticos são bem desenhados, assim como as animações dos personagens. Algumas cenas em tempo real conseguem até ser mais bonitas que as apresentadas em computação gráfica. O jogo roda sem engasgos, mesmo com muitos adversários apinhados na tela.
CONSIDERAÇÕES
Os fãs de desenhos animados japoneses vão adorar ver o ressurgimento de Kenshiro nos videogames. E é exatamente para esse público que "Fist of the North Star: Ken's Rage" foi desenvolvido. Mesmo usando a fórmula de "Dynasty Warriors", o jogo ficou lento e muito repetitivo. Nem mesmo os personagens adicionais conseguem quebrar a monotonia de sempre apertar o mesmo botão do início ao fim do estágio.