Katamari Forever

A série "Katamari Damacy" nasceu no PlayStation 2 como um ousado sopro de originalidade por parte da Namco e o controverso produtor Keita Takahashi.

O maluco e colorido jogo de coletar tranqueiras em uma bola grudenta (a tal Katamari do título) gerou sequências para PS2, PSP e telefones celulares e a estreia na atual geração de consoles veio por meio de "Beautiful Katamari". Porém, o título desapontou fãs ao mudar de família, migrando da linha PlayStation para o Xbox 360, e também por apresentar fases pouco originais, reaproveitadas das aventuras passadas.

No retorno a uma plataforma da Sony, a franquia aparece pela primeira vez em verdadeira alta definição (resolução de 1080p contra os 720p da versão de X360) e novamente deixa de lado a tresloucada criatividade que marcou os primeiros episódios, optando por uma coletânea levemente turbinada de melhores momentos do passado.

Criatividade reciclada

A generosa quantidade de 34 fases só não agrada mais justamente por reciclar conteúdo demais. Apenas três níveis são inéditos ao passo que os outros derivam de episódios anteriores. Sim, são alguns dos melhores e mais divertidos - como um que se rola um lutador de sumô e deve-se fazê-lo comer bastante - mas não deixam de ser repetições.

A mecânica de jogo tenta trazer certa renovação ao permitir agora que o pequeno Príncipe de Todos os Cosmos e seus primos possam pular e também com a introdução de um item em formato de coração que, quando coletado, age como um ímã, puxando para a katamari objetos próximos. Elementos interessantes, mas que pouco fazem para tirar o mofo do estilo de controles.

As principais novidades de "Katamari Forever" acabam ficando para a parte visual, que apresenta o mesmo estilo quadrado, quase tosco de propósito, mas com definição nunca antes vista. Há também uma seleção de filtros gráficos simulando efeitos, como um que faz tudo parecer desenhado com lápis de cor. Firulas visuais bacanas, mas que praticamente pouco afetam a experiência.

Mesmo o potencial online foi inexplorado, contando apenas com tabelas de pontuação - nada de multiplayer pela PSN, por exemplo. Ainda assim, vale citar que estão presentes modos de partida cooperativos e competitivos em tela dividida.

Ao menos, fãs de longa data ficarão felizes de saber que o enredo é original e totalmente hilário, oferecendo além do carismático Rei de Todos os Cosmos, uma versão robótica do monarca, que traz dialógos bem cômicos. Para completar, a trilha sonora também recicla hits do passado, mas muitos remixados em arranjos excelentes e animados ao estilo jazz e tantos outros. As músicas sempre foram ponto alto na franquia e em "Katamari Forever" não é diferente: o alto padrão se mantém.

Nota: 7 (Bom)